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Decklist da Semana: Humans Legacy

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No Decklist da Semana de hoje, dissecamos o deck de Humans do Legacy, que tenta apostar numa base branca e azul para criar um deck com fortes elementos disruptivos e grande sinergia tribal.

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revised by Tabata Marques

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Jogadores e Jogadoras, estamos de volta com outro Decklist da Semana, onde dissecamos uma lista diferenciada ou inovadora que tenha feito resultado em algum torneio durante a última semana. E hoje vamos explorar um formato do qual ainda não falamos sobre aqui nesta série de artigos: o Legacy.

O Legacy é um formato com power level mais elevado, com interações fascinantes e, diferente do que a maioria das pessoas pensam, não é um formato pautado por combos ou por decks de clock absurdamente rápido. Pelo contrário, o Legacy é pautado por micro-decisões, interações de mesa e principalmente por eficiência em termos de mana, o que torna cards como Wasteland, Force of Will e Daze tão importantes é o fato de que a grande maioria das jogadas feitas no formato são impactantes, e utilizar recursos de negação e interação para lidar com essas jogadas impactantes.

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O Legacy também é composto por sinergias, especialmente quando você não é o Tempo Deck ou quando você não está tentando ser um deck que tenta explodir em um combo (apesar de que estes costumam possuir grandes sinergias também). Este deck pode inclusive ser considerado uma variante de outro deck muito conhecido formato, chamado Death & Taxes, mas dada as suas devidas sinergias tribais, não há motivos para chamar este deck de qualquer outra coisa se não Humans.

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Você com certeza já ouviu falar do Humans do Modern, um five-color Aggro com uma quantidade absurda de sinergias que o tornou por muito tempo (e ainda em alguns metagames específicos) a melhor opção de deck Aggro para o formato.

No Legacy, torna-se inviável tentar fazer com que o deck siga o mesmo padrão e adicione mais cores à sua base de mana pois se trata de um formato muito mais predatório no que se trata de manabases. Você não pode se dar ao luxo de usar uma manabase cheia de nonbasics e esperar que o deck funcione da mesma maneira que funcionaria no Modern pois cards como Wasteland existem e cards como Blood Moon são muito mais fáceis de serem castados ainda nos primeiros turnos.

Por conta disso, esta lista de Humans aposta numa base UW, onde estão naturalmente os melhores cards para o arquétipo e os melhores suportes de sideboard para muitas matchups, enquanto habilita ao deck a possibilidade de usar algumas muito importantes lands utilitárias que o formato dispõe, colocando-a a par com os demais decks do Metagame.

Maindeck

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Essa é sua sinergia tribal. É o motivo pelo qual este deck pode ser chamado de Humans e não de uma variante de Death & Taxes.

Champion of the Parish, como já sabemos pelo Modern, é uma criatura que cresce muito rápido em um deck como este e é o principal One-Drop que você deseja fazer com o deck além de Aether Vial e Mother of Runes.

Thalia’s Lieutenant funciona de maneira quase reversa ao Champion of the Parish, servindo como um drop melhor quando sua mesa está com uma quantidade relevante de criaturas, mas também se beneficia sozinho das criaturas que caem na mesa posteriormente.

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O que torna de decks como o Humans ou Death & Taxes atrativo é o fato de que seus cards não são apenas criaturas de qualidade, mas também cards disruptivos que atrasam o jogo do oponente ou o forçam a interações desfavoráveis.

Mother of Runes pode até não ser necessariamente um elemento disruptivo, mas a famosa “mamãe” do Legacy ajuda a criar situações de combate mais favoráveis para suas ameaças ao dar proteção contra cores específicas, além de também servir como o principal meio de proteger suas criaturas dos removals pontuais existentes no formato.

Thalia, Guardian of Thraben é o clássico exemplo disso. A Thorn of Amethyst com pernas é uma grande staple do Modern e do Legacy e faz um ótimo trabalho em atrasar o jogo de decks como Delver, Storm e outros baseados em cantrips e mágicas de custo baixo e/ou free spells. O fato dela também ser um empecilho para cards como Daze ou Force of Will tende a ser igualmente relevante caso você possua meios de atrapalhar a manabase do oponente.

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Meddling Mage talvez seja mais importante no Legacy do que ela é no Modern, pois o formato tende a possuir slots pouco flexíveis de remoções no formato e possui decks que podem ter grande dificuldade em interagir com ela no momento certo. Ao nomear removals como Lightning Bolt ou nomear peças-chaves para um determinado combo, você pode criar uma janela de abertura de diversos turnos para que o deck possa levar o jogo.

Por fim, num formato normalmente definido por uso eficiente de mana, Elite Spellbinder é uma ótima adição como um corpo evasivo, relevante para os padrões do formato e que pune o oponente significativamente ao criar um efeito de “taxes” para uma carta importante da mão dele ou até mesmo para uma cantrip da qual ele pode precisar em algum momento.

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Lavinia, Azorius Renegade é um dos Hatebears mais interessantes para o Legacy que nunca recebeu o devido respeito por parte dos jogadores. A sua habilidade basicamente invalida todos os free counters do formato, além de também invalidar cards que comumente não costumam estar de acordo com os land drops feitos pelo oponente como Sneak Attack, Tendrils of Agony, entre outros.

Recruiter of the Guard pode tutorar literalmente qualquer criatura do deck. Você precisa de disrupção de mão? Tutore Elite Spellbinder. Precisa lidar com uma carta-chave? Tutore Meddling Mage. Precisa agilizar o clock na mesa? Tutore Thalia’s Lieutenant.

O card, além de ser outro humano, adiciona ao deck uma redundância maior em encontrar os cards certos para as ocasiões certas.

Por fim Charming Prince é um card que nunca realmente viu jogo no Legacy, mas que possui uma ótima interação com cards como Thalia’s Lieutenant e Elite Spellbinder e, além disso, pode ser utilizado junto à Aether Vial para proteger uma criatura de um removal. Dificilmente você utilizará este card de outra maneira que não seja pela habilidade de blinkar permanentes.

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Se Champion of the Parish e Thalia’s Lieutenant são o motivo para jogar de Humans, Aether Vial é o motivo para este tipo de deck existir no Modern e no Legacy.

Aether Vial essencialmente lhe permite “trapacear” em mana, jogar criaturas em Instant-Speed, evitar que elas sejam anuladas, criar pequenos truques e interações entre suas ameaças para gerar blocks desfavoráveis para o oponente (como utilizá-lo para colocar um Humano em jogo e aumentar o poder de Champion of the Parish), entre outros.

Aether Vial é tão relevante pra este tipo de deck que se torna quase redundante falar sobre ele. Se você já jogou com o artefato em algum deck, você sabe do que eu estou falando. Se você nunca jogou, você entenderá quando fazê-lo no turno 1 pela primeira vez.

Swords to Plowshares é a melhor interação que este deck pode ter com as criaturas do oponente. Você não pode esperar realmente dar sempre a race contra os outros decks e existem ameaças como Tarmogoyf, Gurmag Angler ou Young Pyromancer que podem se tornar verdadeiras paredes de block para o oponente se você não removê-las. Portanto, diferente do que é feito com o Humans do Modern onde você consegue criar mais ameaças evasivas e sua manabase não comporta bem a maioria dos removals, você precisa de mais interação de mesa para lidar com essas ameaças e não ficar atrás na race.

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Seu clássico pacote de Fetch + Dual que é muito comum no Legacy. O deck também conta com três Planícies a serem buscadas com as fetchs para manter uma manabase limpa e consistente e opta por utilizar zero Ilhas pois, com apenas cinco cards azuis no Maindeck, o terreno na maioria das vezes mais atrapalharia do que ajudaria.

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Wasteland é o principal meio de negação de recursos no Legacy. Quando seu deck é composto por ameaças de custo baixo e/ou meios de ter mana extra como Aether Vial, trocar um land drop seu por uma land importante do oponente da qual ele pode não ter mais acesso às cores necessárias é um recurso muito importante no formato.

Cavern of Souls possui grande espaço neste tipo de lista por permitir que suas ameaças escapem de cards como Daze e Force of Will. É importante ressaltar que tanto as fetchs para Tundra quanto Cavern of Souls devem ser cuidadosamente jogadas de acordo com a necessidade por conta dos seus oponentes também costumarem utilizar Wasteland. Portanto, faz-se necessário considerar como sequenciar seus land drops à fim de evitar ser lockado de mana e/ou de recursos em determinado momento do jogo.

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Karakas é uma das lands utilitárias do deck e uma que possui duas funções importantes: A primeira é servir como uma válvula de segurança para cards como Emrakul, the Aeons’ Torn que jogam em decks como Show And Tell ou Sneak and Show. A outra é a opção de servir como mais um meio de proteção para Thalia, Guardian of Thraben, um card que pode mudar o rumo de determinadas partidas por conta própria.

Horizon Canopy é um one-of que serve tanto como um recurso no early game como um draw em qualquer estágio do jogo. Não há muito a ser dito sobre este card.

Sideboard

É importante mencionar que o Legacy, tal como o Modern, é um formato muito amplo onde nem todas as respostas vão servir para os mesmos decks e, portanto, é necessário ter uma certa variedade de respostas para determinadas ocasiões.

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Apesar destes cards serem considerados como seu “Pacote Anti-Storm”, cada um desses cards também possuem outras utilidades.

Deafening Silence e Ethersworn Canonist são muito importantes em match-ups onde o oponente precisa fazer muitas mágicas num turno ou, pelo menos, gostaria de fazê-lo. E isso não se limita apenas a Storm: Decks como Reanimator, Delver, Show and Tell, entre outros que procuram fazer cantrips, removals e todo o resto numa sequência.

Sanctum Prelate é o seu Chalice of the Void com um corpo e fazê-lo no custo certo para as mágicas-chaves do oponente pode definir uma partida. Infelizmente, seu custo de três manas o torna menos eficiente do que o próprio cálice contra decks de Turbo Xerox, mas ainda se trata de um elemento disruptivo importante para algumas partidas.

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Flusterstorm também colabora muito para essas matches pois, na pior hipótese, sempre será pelo menos um Spell Pierce na carta do oponente, servindo portanto como outro meio de disrupção e/ou proteção das suas ameaças na mesa.

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Seu package anti-Reanimator.

Ambos os cards tornam da vida do jogador de Reanimator mais complicada e demanda mais passos para que o oponente possa ganhar o jogo. Tempo o suficiente para que você possa utilizar outros cards-chave do seu deck para atrasar ainda mais o plano de jogo dele enquanto avança o seu.

Containment Priest também é um ótimo meio de interagir com Show and Tell, Sneak Attack, entre outros que tentam colocar criaturas diretamente em jogo.

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Mais interação de mesa para decks que não sejam combo.

Path to Exile é basicamente sua Swords to Plowshares 5 e 6.

Skyclave Apparition já é uma staple de múltiplos formatos e possui grande utilidade ao remover diversos tipos de cards problemáticos da mesa do oponente enquanto deixa um corpo que pode ir para o combate ou pode ser utilizado em Instant-Speed com Aether Vial

Palace Jailer se trata muito mais de uma engine de Card Advantage do que necessariamente uma interação de mesa, já que o Legacy é o único formato além do Pauper onde os cards de Monarca são permitidos. Palace Jailer permite ao deck ter um corpo na mesa que não só garante que uma ameaça do oponente não poderá tomar o Monarca de você, como também garante que esta criatura não sairá de jogo enquanto você for o Monarca. Este card, inclusive, interage muito bem com Charming Prince.

Conclusão

Esta foi minha análise do Humans do Legacy, que fez um ótimo resultado no último Legacy Challenge e mostra que o formato, apesar de possuir seus devidos pilares, possui espaço para a elaboração de novas ideias e estratégias eficientes.

Não é a primeira vez que vemos o Legacy possuir resultados com decks improváveis ou exportar ideias do Modern: Decks como Death’s Shadow também foram exportados do formato mais novo para a vanguarda dos formatos eternos, enquanto já vimos outras listas inovadoras surgirem no formato.

No final das contas, o Legacy ainda parece um ótimo formato, com um power level elevado onde cada card importante acaba regulando outro, criando um Metagame onde nada é muito predominante.

Obrigado pela leitura!