Magic: the Gathering

Deck Guide

O Gruul e suas variantes no Standard de Kaldheim no Arena

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O artigo de hoje aborda o Gruul Aventuras e algumas de suas principais variações no Standard nesse formato com Kaldheim.

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Olá, como vão vocês? Estou aqui hoje para falar um pouco sobre o Gruul Aventuras e suas variações mais recentes no standard de Kaldheim. Principalmente desde a última semana, surgiram diversas techs ou diferentes builds para tentar aprimorar o deck que já vinha bem desde Zendikar.

Algumas listas splasham azul para ter acesso a counters no sideboard, outras partem para um jogo mais midrange splashando branco para cartas como Giant Killer // Chop Down e Showdown of the Skalds enquanto outras listas seguem o padrão de Zendikar com adição do Goldspan Dragon como topo de curva. Vou falar sobre o “wet” Gruul, Naya Aventuras e duas versões diferentes do Gruul padrão, uma com The Great Henge e outra sem, mais agressiva.

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Relevância do arquétipo no formato Standard

Nesse primeiro mês de um novo formato, vemos o predomínio de decks agressivos – MonoRed, MonoWhite, Gruul, Boros – enquanto as opções de baralhos que jogam mais para trás estão mais centradas no Sultai Ultimatum, Esper Doom e o crescente Grixis Control. Dito isso, o Gruul me parece ser a melhor opção tanto contra os principais decks agressivos, como contra os control/ramps por ter interações, card advantage e agressividade suficiente para ganhar de todos os outros baralhos.

Contra os decks agressivos, Fire Prophecy, Bonecrusher Giant // Stomp, Soul Sear e The Akroan War são interações suficientes para interromper o plano de jogo do oponente ao mesmo tempo que temos drops baixos para compor mesa e criaturas que normalmente exigem uma resposta 2 pra um, como o próprio Bonecrusher Giant ou a Lovestruck Beast // Heart's Desire. Wilt também é uma interação importante, principalmente contra MonoRed e na mirror de Gruul para lidar com Anax, Hardened in the Forge, Embercleave, The Akroan War e The Great Henge. Além disso, Henge é uma carta que só consegue ser superada com remoção de artefato ou o oponente também desvirando com Henge e conjurando mais criaturas do que nós.

Em partidas contra os decks controle/ramp, as criaturas com ímpeto são as principais ameaças especialmente no pós-side, quando as Embercleaves pioram muito devido à presença de mais remoções, counters (pode ser Disdainful Stroke ou Negate) e, por isso, as sideamos para fora. A única planeswalker, Vivien, Monsters' Advocate, também é excelente para gerar trocas dois pra um favoráveis ao Gruul. Caso desviremos com The Great Henge, é um bônus que tem potencial de ganhar o jogo em um ou dois turnos.

Vamos às quatro listas escolhidas, destacando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

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Vou começar pela lista de Gruul que considero a melhor do formato no momento. Tenho jogado com ela há algumas semanas e o deck não só quase sempre ganha matches contra outros aggros, como consegue ganhar bad matches contra Esper Doom e Rakdos. A presença do Goldspan Dragon, Embercleave e The Great Henge juntamente com a mecânica de aventura traz muita recursão ao deck ao mesmo tempo que pode abrir mãos explosivas que ganham o jogo no turno 4.

Contra decks aggros, Lovestruck Beast e Bonecrusher Giant não só seguram o jogo como se tornam ameaças, se não respondidos. A carta que normalmente ganha o jogo quando desvira é Henge, pois nem Showdown of the Skalds consegue competir em valor com o artefato de Eldraine (quem diria!). As interações melhoram muito o pós-side, cobrindo a talvez maior fraqueza do deck que são as remoções brancas. Skyclave Apparition e Giant Killer // Chop Down são as principais cartas contra o Gruul, lidando com qualquer criatura do deck, sejam os drop 3 ou menos, sejam criaturas com pelo menos 4 de poder. Graças à quantidade de interações e à curva do deck ser mais alta do que do MonoRed, MonoWhite e Boros, o Gruul precisa ser mais reativo pós-side, raras exceções de mãos muito explosivas, o que é mais improvável pós-side por sidearmos para fora Brushfire Elemental e Questing Beast, cartas ruins nessas matches.

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Nas partidas contra Sultai, Esper Doom e outros controles, o objetivo é curvar ou conseguir encaixar um Henge na 4 ou 5 para gerar mais valor todo turno do que o oponente consegue responder. Pós-side temos algumas cartas que conseguem fechar o jogo mais rápido ou garantem a vitória turno após turno. Phoenix of Ash, Klothys, God Of Destiny e Vivien, Monsters' Advocate são as melhores opções pós-side. Especificamente contra decks sem Doom Foretold, Klothys é uma carta muito boa para drenar 2 de vida por turno e, caso possível, atacar sendo uma criatura 4/5 quando conseguir ao menos 7 de devoção verde e vermelha, algo fácil de conseguir ao menos um artefato na mesa na mesa.

Pelos meus testes, a única match realmente ruim e muito difícil de ganhar é contra Rakdos Sacrifice porque o deck consegue interagir na base do 1 pra 1 ou 1 pra 2 todo turno, não possibilitando jogadas de impacto como Henge ou comprar muitas cartas com Innkeeper enquanto dizima nossa board e compra cartas com Claim the Firstborn + Village Rites.

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O chamado Wet Gruul splasha azul para o uso de counters no sideboard pensando nas matches contra Sultai Ultimatum, Esper Doom e outros decks control/tempo. As cópias de Negate e Disdainful Stroke no lugar de cartas como Vivien e The Akroan War tornam o deck um pouco pior na mirror, pois a planeswalker é muito boa gerando card advantage e pressão na mesa.

Contudo, o objetivo de ter anulações no sideboard é se proteger de remoções globais - Extinction Event, Doomskar e Shadows' Verdict. Na maioria das vezes, esses decks precisam se tapar nos turnos 4, 5 ou 6 para limpar a mesa com uma dessas cartas. Até mesmo em turnos mais tardios, os counters podem servir para evitar jogadas fortes como Emergent Ultimatum e Emeria's Call // Emeria, Shattered Skyclave.

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O Gruul “poucas ideias” é a versão mais reta do deck, recorrendo mais à estratégia do “tira da frente e bate”. Com 4 cópias de Embercleave e zero de The Great Henge, o deck não tem tanto poder no late game quanto as outras versões justamente pela ausência do Henge, melhor mecanismo de card advantage do baralho. Apesar disso, essa lista tem muitas interações para matches contra aggro e Arni Brokenbrow é uma adição interessante que pode se aproveitar de uma Lovestruck Beast sem alguma criatura 1/1 na mesa.

Sua principal vantagem é contar com uma curva mais baixa sem Goldspan Dragon e 9 criaturas com ímpeto para rushar o oponente, além das 4 Embercleave. O problema, em meu ponto de vista, é justamente apostar all-in no plano ultra agressivo com menos recursão sem o Henge, apenas com Edgewall Innkeeper e a mecânica de aventuras para isso, sendo que o deck possui 8 criaturas com aventuras.

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Essa inusitada versão do Naya que surgiu na última semana usa a base de aventuras para gerar valor através do Innkeeper, Showdown of the Skalds e Shepherd of the Flock // Usher to Safety. Bastante diferente das versões preliminares do deck, existem mais ameaças com os 4 dragões e o combo de Unleash Fury + Kazuul's Fury // Kazuul's Cliffs, que pode finalizar uma partida do nada. A estratégia não é ruim, mas é bastante problemático focar totalmente nisso, principalmente quando o oponente usa counters no deck.

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Um problema que ainda não foi totalmente contornado com a tech do “combo” é a falta de ação do deck caso não venha uma sequência de cartas muito boa. Mais precisamente, estou falando do loop da saga com Shepherd, que fica gerando valor sem chegar a lugar nenhum, apesar de os dragões e o combo tentarem quebrar esse círculo para ganhar o jogo. De qualquer forma, o deck tem feito resultados relevantes em torneios grandes e, consequentemente, recebendo destaque. A estratégia ainda parece frágil ao ser inserida mais amplamente no field e recebendo os devidos “hates”.

Após toda a discussão, reitero que considero a melhor versão do Gruul a que usa 3 Embercleave e 2 Henge por ter acesso a mais recursos no mid/late game, podendo focar não só na estratégia de curvar toda partida e contando com um sideboard robusto contra qualquer match. Espero que tenham gostado da análise, até a próxima!