Magic: the Gathering

Deck Guide

O Novo Metagame do Standard

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Após um ano turbulento com constantes intervenções diretas, o Standard finalmente parece ser um formato divertido e diversificado novamente! Venha entender o que te espera no Latam Challange

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revised by Tabata Marques

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Se tem uma coisa que podemos dizer sobre o ano de 2020 no que se trata de Magic é que ele foi um ano turbulento para o Standard.

O formato passou por uma série de transformações, banimentos, mudanças no Metagame, errata de mecânicas, mais banimentos... Bom, foi um ano conturbado.

Com um pouco mais de um mês desde o banimento de Omnath, Locus of Creation, Lucky Clover e Escape to the Wilds, o Standard passou por algumas mudanças, mas parece finalmente ter encontrado seu caminho para um metagame que não seja polarizado em cima de uma única estratégia e há espaço para diversos tipos de decks dos mais variados arquétipos.

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E, para analisar o atual estado do formato, ajudar alguns jogadores á decidir qual deck parece mais interessante investir seus Wildcards no Arena, ver o impacto que a última banlist teve nos últimos 30 dias e também para, quem sabe, auxiliar alguns jogadores nas suas escolhas para o Latam Challange, que ocorre entre os dias 21 de Novembro e 13 de Dezembro, segue aqui um compilado de alguns dos principais decks do formato e sua presença no Metagame no último mês.

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O Gruul Adventures é hoje o deck com maior presença no Standard, consistindo um total de 23% do metagame.

Mesmo sem Lucky Clover, Edgewall Innkeeper ainda é um ótimo card que se encaixa perfeitamente na estratégia do deck como uma forma de ter uma ameaça que precisa ser respondida vai acumular card advantage no seu deck por você apenas jogar naturalmente com cards que são eficientes como Bonecrusher Giant e Lovestruck Beast.

O Gruul Adventures se apresenta como o deck mais compacto do formato atualmente: Ele pode esmagar o oponente com velocidade no early game com Brushfire Elemental enquanto pode jogar bem no mid-game com Lovestruck Beast e Bonecrusher Giant e fechar o jogo imediatamente com Embercleave e ainda consegue grindar jogos com o card advantage de Edgewall Innkeeper e The Great Henge.

As criaturas do deck são extremamente flexíveis e permitem ter um posicionamento extremamente proativo contra decks não-agressivos ao ponto de que o oponente pode perder rapidamente caso não encontre uma remoção global ou muitas remoções já que quase todas as criaturas do deck apresentam-se como uma ameaça, enquanto Edgewall Innkeeper te permite não perder o fôlego enquanto força seu oponente á trocar 1 por 1 todo turno.

Já contra Aggro, a grande maioria das criaturas do deck possuem corpos grandes e servem como uma "parede" contra os decks que podem tentar ir "por baixo", fazendo com que seja possível o deck contornar a primeira onda da agressão do oponente e virar o jogo.

Essa flexibilidade permite que o Gruul mantenha uma posição extremamente adaptável e jogar de acordo com a matchup e da postura que a situação na mesa exige.

O único constante ponto fraco do deck é a sua manabase ruim, mesmo com 4 á 6 "fetchlands" com Evolving Wilds e Fabled Passage além de uma dual desvirada na forma de Cragcrown Pathway, o deck pode ser ganancioso com sua mana principalmente nos primeiros turnos do jogo e a falta de mais duais que entram desviradas ou um bom manafixing pode prejudica-lo em algumas partidas..

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Com aproximadamente 15% dos decks presentes do metagame, o Dimir Rogues é o segundo deck mais influente do formato hoje.

O deck funciona com ameaças e mágicas flexíveis que costumam ser boas e se encaixar em qualquer estado do jogo. Porém, a configuração do deck recompensa muito mais uma estratégia de jogo reativa e propõe um jogo mais longo.

O Dimir Rogues é provavelmente um dos decks mais interativos e mais intensivos de habilidade e conhecimento que o formato têm á oferecer e você pode aprender muito jogando com ele, já que é provavelmente um dos decks mais difíceis de se jogar de maneira otimizada.

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O deck te recompensa por tomar as decisões certas, e se adapta á uma quantidade considerável de situações, mas te pune severamente por você cada decisão errada que você tomar durante a partida.

Além de aplicar pressão com suas criaturas comumente pelo ar, o deck possui um plano de inevitabilidade com Mill, que o permite não só acelerar seu jogo, mas utilizar do melhor draw spell do formato na forma de Into the Story, que inclusive permite á ele trocar 1-por-1 tranquilamente desde que possa recuperar o fôlego com o card, e da melhor remoção E counter na forma de Drown in the Loch.

Além disso, o deck consegue tentar ganhar jogando "por baixo" com seus Ladinos, enquanto possui um bom alcance com suas ameaças no late-game graças ao Lurrus of the Dream-Den e Agadeem's Awakening.

Talvez a maior fraqueza do deck hoje é que o formato já possui bastante hate no metagame contra ele, pois se tornou o primeiro "deck-to-beat" do formato após o banimento de Omnath, Locus of Creation. É comum você ver cards com Escape como Chainweb Aracnir sendo utilizado nos sideboards e estratégias punitivas como o Rakdos Midrange surgiram para se apresar do deck.

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Com a rotação do formato e os banimentos que se sucederam, o Esper Doom perdeu muito de seus predadores naturais e conseguiu se estabilizar no metagame, consistindo hoje de 8% do Metagame.

O deck opera como um tapout-control cujo objetivo é manipular a mesa do oponente enquanto acumula card advantage com permanentes como Omen of the Sea e Treacherous Blessing ou interage de alguma maneira com o jogo como Elspeth's Nightmare e Elspeth Conquers Death, que possuem uma boa sinergia com Yorion, Sky Nomad e podem ser sacrificados para Doom Foretold, para então trazê-los de volta com Dance of the Manse que, sendo feito para 6 ou mais, costuma ser o suficiente para fechar o jogo.

A grande vantagem desse deck é que o seu principal card, Doom Foretold coloca sob o oponente a pressão constante de perder um recurso á cada turno, sendo punido por não conseguir finalizar o jogo rapidamente (coisa que o deck naturalmente não permite que o oponente faça) e fazendo poucas ameaças por turno, enquanto você só agrega valor com o encantamento pois os cards que você sacrificou, normalmente, já fizeram seu trabalho.

Além disso, Yorion, Sky Nomad é de longe uma das melhores cartas do formato hoje, e resolve-lo nesse deck costuma trazer tanto valor que é difícil para outros decks acompanhar o ritmo e tende á ser o suficiente para fazer com que o oponente conceda a partida.

Apesar de ter uma matchup boa contra o atual melhor deck do formato (Gruul Adventures), o Esper Doom tende á sofrer contra uma quantidade de outros decks do Metagame como o Rogues e o Mono Green Food.

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Num mundo onde Uro, Titan of Nature's Wrath não existia mais e a ascensão dos Rogues estava clara, a melhor forma de explorar o buraco deixado pelo gigante Simic no metagame era punir o então principal deck do formato por fazer o seu plano de jogo, e é isso que o Rakdos Midrange faz, estando hoje presente entre os decks mais jogados com 7% do Metagame.

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O objetivo do deck é jogar como um clássico midrange e tentar trocar recursos com o oponente enquanto acumula valor com cards que dobram como ameaça e valor como Bonecrusher Giant e Rankle, Master of Pranks e cards que se beneficiam do plano de Self-Mill como Kroxa, Titan of Death's Hunger, Ox of Agonas e Liliana, Waker of the Dead ao ponto em que as jogadas do oponente se tornam relevantes pois sua mesa já está estabilizada OU você já tem todos os recursos para responder á quase tudo o que ele fizer.

Apesar de inicialmente parecerem os piores cards do deck, Mire Triton e Tymaret Calls the Dead são o coração do deck e o motivo dele existir: As engines de Self-Mill são o que permitem o deck acumular valor com muitos dos seus cards e acelerar um Kroxa preferencialmente no turno 4 enquanto servem tanto para colocar pressão contra os Controls quanto para segurar os Aggros.

O Rakdos Midrange é outro deck no Metagame que se apresenta como uma opção versátil, que recompensa o conhecimento do deck e do formato e onde cada decisão tomada é importante.

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Apesar dos banimentos e da rotação, o Ramp não está morto e hoje vê mais sucesso na sua variante Temur, com Genesis Ultimatum ainda sendo uma das melhores cartas do formato e garante ao Temur Ramp um total de 6.4% do Metagame, com uma rápida ascensão na última semana.

O objetivo do deck é acelerar a mana para fazer um Genesis Ultimatum o quanto antes para gerar absurdos de valor, já que o deck utiliza uma quantidade significativa de permanentes com impacto no jogo como Shark Typhoon e Ugin, The Spirit Dragon.

As versões que mais tem feito resultado do deck atualmente apostam totalmente numa estratégia de Ramp, respondendo ás ameaças do Early game com remoções pontuais até que seja possível estabilizar o jogo com um Ugin, já que ainda é muito difícil para muitos decks lidar com o Planeswalker e voltar para o jogo uma vez que ele está na mesa.

Apesar de ser nominalmente um deck de Ramp, o Temur opera com as mais variadas listas e algumas funcionam como um Midrange que tenta ter jogar por alto no late-game, usando criaturas que sempre são uma ameaça em potencial: Uma Lotus Cobra no turno 2 pode significar um Ultimato possivelmente no turno 4, um Terror of the Peaks na mesa pode significar mais problemas á cada turno pois cada criatura se torna uma ameaça ainda maior, e o late-game do deck continua á ser explosivo quando você pode sequenciar turnos de Ultimatos, Ugin e Beanstalk Giant, Enquanto outras tem apostado na antiga base do Temur Adventures para gerar mais valor e ter um plano de jogo mais interativo.

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O Mono Red é um clássico que sempre está presente em todos os formatos, e apesar de ter perdido cards importantes com a rotação, a combinação de criaturas de custo baixo com Anax, Hardened in the Forge, Torbran, Thane of the Red Fell e Embercleave ainda se prova ser o suficiente para estar entre os competidores do Standard, com 5.5% do Metagame.

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O deck hoje adota uma estratégia de "go-under", tentando jogar por baixo dos principais decks e, possui o clock mais rápido do formato enquanto pune os oponentes por jogarem devagar ou keeparem mãos ruins. além de ainda possuir um elemento de "free win" na combinação de Anax, Hardened in the Forge com Embercleave.

Por outro lado, o deck sofre com a ausência de uma engine que lhe dê mais fôlego a decorrer do jogo, perdendo o gás rapidamente num formato que parece cada vez mais voltado pro mid-game, e onde todos já tentam responder eficientemente ao deck que tenta ir "por baixo".

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Tokens de Comida dão pesadelos em alguns jogadores até hoje graças ao clássico combo de Cauldron Familiar + Witch's Oven, que era extremamente maçante de se assistir no Arena.

Porém, não são apenas os antigos decks de Sacrifice que se beneficiam da mecânica de Food, e o fato de Trail of Crumbs ainda estar presente no formato como uma engine de card advantage comparável á Sylvan Library significa muita coisa.

O Mono Green Food, que hoje apresenta um total de 4% do metagame, tem como plano utilizar de sinergias e combinações de cartas para gerar uma quantidade significativa de valor enquanto utiliza criaturas que são difíceis de serem respondidas como Wicked Wolf ou Feasting Troll King.

O deck consegue se adaptar bem ás situações propostas durante a partida e suas jogadas mudam de acordo com contra o que você está enfrentando, mas a ideia inicial é acelerar sua mana nos primeiros turnos e garantir uma ameaça como Lovestruck Beast ou Wicked Wolf e uma engine como Trail of Crumbs ou The Great Henge na mesa, enquanto no late-game o plano envolve utilizar de Feasting Troll King como uma ameaça recorrente que gera valor extra na sua combinação com Trail of Crumbs.

No final das contas, a mecânica de Food ainda é e provavelmente será uma influência para o formato enquanto existir.

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O Dimir Control, que compõe aproximadamente 4% do Metagame, opera como o clássico "Draw-Go" que encontramos em todos os formatos e, de alguma maneira, na maioria das seasons do Standard.

A proposta do deck é simples, mas nem tão fácil de se executar: Responder ás ameaças do oponente no timing certo até o ponto onde o oponente não possui mais recursos e, á partir desse momento, utilizar de ameaças como Ashiok, Nightmare Muse ou Lochmere Serpent para finalizar o jogo.

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Normalmente espera-se que decks utilizando Yorion, Sky Nomad o utilizem como Companion e possua 80 cards como é o caso com a variante UW do deck, o Selesnya Yorion demonstra que o card ainda é uma ótima criatura para se ter numa lista de 60 cards no maindeck, e que é sim uma das melhores cartas que existem para o Standard no momento, totalizando 3,6% do Metagame.

O Selesnya Yorion procura acumular card advantage com uma quantidade significativa de permanentes com efeitos de ETB como Skyclave Apparition e Wicked Wolf e reutiliza-los com Yorion, Sky Nomad para gerar ainda mais valor, e é essencialmente um midrange com uma excelente curva de mana.

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Enquanto o deck se apresa muito bem dos decks que dependem de criaturas para ganhar o jogo graças á quantidade de criaturas que dobram como removal e Elspeth Conquers Death, o deck sofre contra decks Control que não necessariamente precisam de criaturas para ganhar o jogo e conseguem gerar mais valor do que você e responder ás suas ameaças rapidamente, já que o deck não aplica tanta pressão quanto um Gruul.

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Apesar de compor somente 1% do Metagame atualmente, o Cycling é a opção relativamente competitiva mais acessível para os jogadores que querem começar no Standard, pois é um deck barato de se investir tanto no IRL quanto no Arena.

Além disso, o Cycling é divertido e extremamente intuitivo de se jogar, pois a maioria dos seus cards fazem exatamente a mesma coisa: Compram mais cards ou te recompensam por reciclar, colocando mais pressão na mesa com Flourishing Fox e Valiant Rescuer ou causando dano direto com Drannith Stinger.

Por fim, o deck possui inevitabilidade e até mesmo um botão de "free win" na forma de Zenith Flare que, se não for devidamente respeitado e respondido, pode encerrar a partida á qualquer momento.

Apesar de ter citado apenas alguns decks, o Metagame do Standard possui ainda outros decks presentes no formato como o Golgari Adventures, o UW Yorion, as variantes de Rogues mais voltadas pra criaturas, o Mono Green Aggro e o Mono-White Aggro com Maul of the Skyclaves.

Vale lembrar sempre que o Standard é um formato em constante movimento e transformação, e os decks estão sempre mudando e se adaptando toda semana, com alguns decks subindo em popularidade enquanto outros descem, e isso pesa muito na hora de você fechar as suas 75 cartas para um evento.

Após tempos turbulentos nos últimos meses, parece que o Standard finalmente encontrou seu caminho de volta á um metagame estável, diversificado, saudável, divertido de se jogar e parece que continuará assim por algum tempo

.... Pelo menos até o lançamento de Kaldheim, no primeiro trimestre de 2021.

Finalizo este artigo desejando boa sorte á todos os 2.048 jogadores que estarão presentes no Latam Challange, que ocorrerá entre os dias 21 de Novembro e 13 de Dezembro, com uma premiação de US$ 45.000 !