O que podemos esperar de Modern Horizons II

Modern Horizons II está se aproximando, o segundo set dedicado ao Modern chega ao mundo em 18 de Junho de 2021 e provavelmente trará ao Modern (e, de quebra, ao Legacy) cards que poderão impactar significativamente, reprints necessários e, principalmente, novas cartas e ideias que normalmente não veríamos em edições padrões e que, diferente dos reprint sets como os Masters sets, esta edição tornará destes cards válidos em um formato em que outrora eles nãos eram.

Mas o que exatamente podemos esperar, especular e considerar como viável para Modern Horizons II? Quais cartas realmente são possíveis de tomar reprint e quais efeitos podem vir nas cartas da nova coleção?

Hoje, estarei olhando um pouco para um passado recente com reprint sets e, especialmente, o primeiro Modern Horizons para especular um pouco do que pode estar disponível para o Modern e outros formatos eternos à partir de 18 de junho.

Como uma observação em particular, este artigo possui um teor especulativo e foi inicialmente escrito e produzido antes de revelarem alguns cards da nova coleção no programa WeeklyMTG, portanto fiz algumas observações sobre alguns pontos com base no que foi revelado.

Foi anunciado faz alguns meses (e agora confirmado oficialmente) que as fetchlands inimigas estarão em Modern Horizons II, o que é um grande serviço para a comunidade de formatos eternos.

As fetchlands inimigas possuem significativos problemas de disponibilidade tanto no Magic IRL quanto no Magic Online, fazendo com que seus preços sejam significativamente mais altos do que os das fetchlands aliadas de Khans of Tarkir.

Obviamente, num mundo ideal, seria benéfico para toda a comunidade se a edição nos surpreender e trazer tanto as fetchlands inimigas quanto as fetchlands aliadas, fazendo com que seus preços pudessem cair significativamente e torná-las mais acessíveis aos jogadores por alguns meses.

É óbvio, toda via, que isso depende também do volume de impressão que Modern Horizons II terá: o primeiro Modern Horizons foi um sucesso absurdo, mais caixas foram compradas do que tinha de oferta e, por consequência, os preços dos cards dispararam quando a edição saiu.

O mesmo pode ocorrer com Modern Horizons II, visto que ocorreu com Time Spiral Remastered nos últimos meses. Portanto, é necessário que o jogador que pretende aproveitar a oportunidade para comprar seu set de fetchlands fique atento ao preço delas nos próximos meses.

O primeiro Modern Horizons nos trouxe um total de nove criaturas lendárias, dois Planeswalkers, um terreno e um encantamento lendário.

Dentre esses, alguns dos cards são personagens icônicos da lore do jogo de longo prazo.

Todos estes cards são personagens relevantes ou conhecidos da história de Magic: The Gathering e foram um dos pontos altos de Modern Horizons. Muitos jogadores ficaram empolgados com a ideia de jogar com Urza e Yawgmoth em seus decks Modern (como vimos com o Whirza e com o atual Golgari Counters) e principalmente no Commander.

Modern Horizons, agora que os Commander decks procuram ser temáticos com um plano em particular, é uma das poucas oportunidades que a Wizards possui de trazer estes cards que não existem mais na lore do jogo para a sua versão em carta, algo que muitos jogadores ficam nostálgicos e anseiam em poder utilizar como comandantes ou peças de decks.

É muito provável que veremos exatamente a mesma coisa acontecer com Modern Horizons II, e poderemos ver novas versões de criaturas lendárias icônicas ou a primeira printagem em carta de personagens importantíssimos para a história do jogo!

O fato de Modern Horizons não ser um set necessariamente pautado por mecânicas específicas e uma temática específica torna possível criar um estilo de draft onde efeitos diversos podem se mesclar para criar uma estratégia brilhante.

Obviamente, o formato possui seu desenvolvimento voltado para o Draft, mas tal como Modern Horizons nos trouxe alguns exemplos de mecânicas que não costumávamos ver em edições de Standard fazia algum tempo e/ou efeitos mais poderosos em mecânicas já presentes, podemos esperar o mesmo de Modern Horizons II.

Eu não posso supor quais mecânicas poderão aparecer no set, mas particularmente gostaria muito de ver inovações com algumas bem populares como Evoke, Buyback, Ferocious, Affinity e Metalcraft, além de meios mais efetivos de fazer mecânicas menos potentes serem mais funcionais como Populate, Eternalize, Historic, Explore, entre outras.

Modern Horizons teve uma parcela significativa de “versões mais justas” de cards que são muito conhecidos no Legacy como Mother of Runes, Force of Will, Cabal Therapy, Engineered Plague e Baleful Strix e não me surpreenderia vermos este tipo de design sendo repetido em Modern Horizons II.

A grande ironia é que alguns desses cards tornaram-se também Staples de Legacy, como Ice-Fang Coatl, Echo of Eons, Force of Negation e Prismatic Vista, enquanto Plague Engineer é significativamente mais utilizado do que Engineered Plague foi por muitos anos.

Eu tenho dúvidas se o efeito e o impacto deste e outros cards serão o mesmo que os de Modern Horizons teve, mas podemos esperar por mais versões “justas” de Staples de Legacy e Vintage.

Nota: Isso foi confirmado com Diamond Lion e Brainstone.

A menos que a Wizards decida guardar as espadas para um possível retorno a Nova Phyrexia, acredito que podemos esperar ver ao menos mais uma espada do ciclo de cores aliadas.

Além disso, vimos em Modern Horizons a inclusão e o fechamento do ciclo dos Talismãs, artefatos que são muito famosos e muito utilizados nas mesas de Commander, e não me surpreenderia ver mais um ciclo de cartas com efeito simples (ou até algum com efeitos poderosos) sendo incluído na nova edição.

Reprints de cartas antigas para o Modern é algo que obviamente vai acontecer em Modern Horizons e eu acredito que a discussão aqui é de como exatamente estes cards podem impactar o formato.

Nós vimos com o primeiro Modern Horizons surgirem cards que interagiam extremamente bem juntos como Carrion Feeder, Hogaak, Arisen Necropolis e Altar of Dementia, mas também vimos cards que posteriormente fariam grande diferença no formato como Lava Dart se tornando uma staple nos decks de Prowess e Pillage sendo amplamente utilizado no Ponza.

Com o anúncio do reprint de Counterspell e Sanctum Prelate, reanalisei minha posição sobre os 42 reprints que estarão disponíveis no Modern à partir de 18 de Julho, e agora considero que poderemos sim ter uma quantidade relevante de reprints poderosos que adentrarão o formato com a nova coleção.

É inegável que Modern Horizons agraciou e impactou o Pauper de uma maneira significativa e todos os cards citados acima (exceto por Arcum’s Astrolabe, que foi banido em poucos meses) são Staples do formato até hoje.

Ephemerate Ainda é uma grande peça para decks de Flicker e para Tron.

Faerie Seer se tornou uma staple óbvia para os decks de Faeries, tal como Defile é uma staple óbvia para o Mono-Black.

Shenanigans é uma grande peça de sideboard até hoje contra diversos artefatos e é amplamente utilizado.

Savage Swipe ainda é e continuará sendo uma staple do Stompy.

Acredito que Modern Horizons II pode trazer ainda mais cartas poderosas e reprints necessários (e aí, Standard Bearer, vamo fechar?) para o formato.

E considerando o atual calendário de lançamentos deste ano, a edição muito provavelmente é a melhor oportunidade para trazer downshifts pontuais e poderosos para o formato ou criar efeitos que normalmente não encaixariam em comuns de sets do Standard, como foi feito com Commander Legends.

Modern Horizons trouxe ótimas adições ao Modern e ao Legacy. Cards como Ranger-Captain of Eos, Archmage’s Charm, Seasoned Pyromancer e as Canopy Lands são staples do Modern até hoje e jogam em alguns dos principais decks do formato, enquanto Collector Ouphe e Force of Vigor vêem jogo no Legacy com alguma frequência.

Acredito que a segunda edição tenha o potencial para fazer essencialmente a mesma coisa e, na realidade, ousaria dizer que o objetivo dessas edições é justamente dar maior destaque aos formatos eternos ao adicionar cartas impactantes para estes formatos.

E é justamente por este propósito de dar efeitos significativos para os formatos eternos que Modern Horizons II apresenta, tal como seu antecessor, uma taxa de risco maior de quebrar formatos.

Na realidade, acredito que o grande desafio da edição se trate justamente de criar um set empolgante para os jogadores e que seja naturalmente um enorme sucesso de vendas sem precisamente acabar criando interações ou cards que podem quebrar formatos em poucos passos.

Nós vimos Hogaak, Arisen Necropolis transformar o Modern num formato de um único deck, vimos Wrenn and Six se tornar uma carta extremamente opressora no Legacy e vimos Arcum’s Astrolabe tomar banimento atrás de banimento em diversos formatos por fazer o simples trabalho de corrigir mana por um custo muito baixo e sem gastar recursos para isso.

É muito difícil imaginar que seja possível criar um set empolgante e ao mesmo tempo considerar todas as micro-interações existentes no jogo para não quebrar formatos, portanto acredito que veremos ao menos uma carta que transformará o Metagame de algum formato eterno e será passivo ao banimento.

Essa é a minha análise especulativa de Modern Horizons II.

A preview season deve começar em breve e, particularmente, estou empolgado em descobrir que novas mecânicas e quais das minhas apostas para a edição serão confirmadas e quais não serão.

Termino esse artigo lembrando a todos os leitores uma frase que utilizo muito com o Martinez no nosso programa Amigos do Meta: "não aperte o botão de pânico sem necessidade, deixe o hype passar e veja com seus próprios olhos como cada carta irá funcionar em cada formato."

Modern Horizons teve uma série de cards que, inclusive, foram sub-valorizados entre os jogadores e bastou a edição sair para que muitos spikes acontecessem porque os jogadores viram o quanto determinadas cartas eram boas, mas hoje, dois anos depois e com diversos banimentos no último ano, estamos muito mais propensos a acreditar que carta X ou Y é muito forte e vai quebrar formatos do que o contrário.

Portanto, “don’t believe the hype”.

Obrigado pela leitura!