Magic: the Gathering

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Zendikar Rising e a Relevância do Pauper nas Novas Edições

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Zendikar Rising é a prova de que o Pauper se tornou cada vez mais relevante na hora da Wizards desenvolver uma nova edição.

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revised by Tabata Marques

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Houve uma época não muito distante em que edições do Standard eram pouco empolgantes para o Pauper, devido ao power level das cartas comuns dessas edições serem expressivamente mais fracos do que o metagame do formato exige para que uma carta fosse de alguma forma jogável nele. A surpresa ficava para alguns poucos cards que surgiam nos maindecks ou sideboards, com exemplos mais relevantes sendo Thraben Inspector, Cartouche of Solidarity ou Sacred Cat.

Faz algum tempo, possivelmente desde Modern Horizons, que existem indícios de que a equipe de design das novas edições está levando o Pauper em consideração enquanto projetam seus novos cards, e a consequência é que cada vez mais cartas lançadas recentemente tem visto jogo no Pauper:

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Throne of Eldraine nos trouxe Witch's Cottage e Mystic Sanctuary que, inclusive, acabou por ser banido ao ser eficiente demais nos decks azuis pela sua combinação com Tragic Lesson e Deprive.

Já Ikoria nos trouxe Of One Mind, que abriu espaço para dois novos arquétipos no formato (Jeskai Affinity e UW Brute Squad) e Suffocating Fumes como um board wipe contra Faeries e Elves que pode ser utilizado de maindeck sem nenhuma restrição.

Commander 2020 nos trouxe Bonder's Ornament, que tornou-se uma staple e pode-se dizer que é um dos atuais pilares do formato.

Por fim, Magic 2021 trouxe Frantic Inventory, que tornou-se uma staple no UR Faeries. E fora do Standard, tivemos as Thriving Lands em JumpStart que permitiram uma maior diversidade de cores no formato, enquanto Double Masters nos trouxe o reprint de Oubliette, além de Abrade e Cast Down como remoções mais eficientes que tornaram-se staples do formato, sendo este último o fator determinante para a ascensão do Dimir Faeries, que pode ser considerado o melhor deck do formato hoje.

Confesso ser gratificante ver que o formato finalmente está tendo o reconhecimento dentro do staff da Wizards que sempre mereceu ter, com cartas sendo lançadas especificamente para criar novos arquétipos ou atender ás necessidades que o Pauper precisa.

E cá estamos, jogadores, diante do lançamento de mais uma edição: Zendikar Rising. Confirma, novamente, o que já está evidente: O espaço do Pauper no Magic está sendo gradativamente mais reconhecido ao decorrer dos anos.

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Angelheart Protector é aquele card bom que foi designado da maneira errada: Um 3/2 por 3 manas que protege uma de suas criaturas seria muito mais eficiente se fosse um 2/2 por 3 manas com flash. Da maneira como o card foi feito, sua habilidade torna-se pouco relevante pois não serve para um combat trick ou para proteger a sua criatura de uma remoção do oponente.

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Apesar do card ser minimamente relevante hoje, Resolute Strike é um efeito interessante de se ter e se considerar na cardpool do Pauper caso, em algum momento, equipamentos interessantes de custo alto como Loxodon Warhammer ou Colossus Hammer venham á se tornar comuns.

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Decks como Mono Blue Delver já utilizam cards como Curse of Chains e Winter's Rest para "lockar" criaturas do oponente que são, de alguma forma, desfavoráveis de se trocar em combate ou difíceis de remover.

O custo de Kicker em Bubble Snare é pouco relevante já que, naturalmente, este tipo de card ou é utilizado em partidas mais longas, ou as criaturas em que você quer utilizar este tipo de efeito já estão te atacando.

Consta-se, entretanto, que este card não afeta Guardian of the Guildpact, que tem sido um 1 ou 2-of cada vez mais relevante nas listas de Monarch.

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Apesar de Omen of the Sea já existir no formato, e ser essencialmente uma carta melhor, o fato de Deliberate ser uma Instant colabora para decks mais lentos que precisam de mais card selection ou preferem manter a mana do Counterspell aberta, já que pode ser revelado com Augur of Bolas.

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Zulaport Duelist é um corpo 1/1 com Flash por 1 mana com duas habilidades acopladas á ele. Não parece um card relevante para o formato, mas é um bom exemplo de como o power level das comuns tem aumentado.

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O preto ganhou a sua primeira remoção de encantamentos direcionada.

Entretanto, há pouca relevância neste card dentro da cor, já que o preto também possui os melhores efeitos de édito já printados no jogo dentro do formato e o fato de Feed the Swarm ser uma sorcery significa que ela não pode parar efeitos como Freed From the Real ou Ancestral Mask no tempo certo.

Porém, o card não deixa de ser um grande avanço para o formato, agora que o preto passará a ser a terceira cor á obter remoções direcionadas de encantamentos e, em algum momento, teremos uma versão em Instant speed que pode sim ser mais relevante.

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Muitas pessoas no Reddit comentaram sobre essa carta, por ser uma versão compacta de Epicure of Blood, com um corpo e custo mais eficientes.

A especulação em cima do card tem sido como uma wincondition alternativa numa versão BW de Soul Sisters, ao utilizar Soul Warden e Soul's Attendant junto das demais criaturas do deck para causar uma quantidade massiva de dano ao oponente ao ganhar vida, já que cada instância de ganho de vida é separada.

Marauding Blight-Priest também viabiliza uma nova variante de Storm ao transformar o Weather the Storm em, essencialmente, sua própria versão de Grapeshot.

Se o card vai ser relevante pro formato ou se é apenas a voz do hype por jogadores que gostam muito de combos, só o tempo vai dizer.

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O sucesso da mecânica de Party depende, em especial, da qualidade das criaturas com os tipos especificados para formar uma equipe, visto que é uma mecânica que te estimula á jogar o famoso Go-Wide para obter mais valor nos cards da mecânica

Com uma full party, Malakir Blood-Priest funciona como um mini Gray Merchant of Asphodel ao drenar 4 de vida do oponente e deixar um 2/1 na mesa por apenas 2 manas. Mas você ter apenas 3 criaturas costuma ser o suficiente como uma forma de ter um Sovereign's Bite que deixa um corpo 2/1 na mesa.

A pergunta é: O quão relevante as criaturas dos tipos especificados são no formato ?

A boa notícia é que o fato de Malakir Blood-Priest ser um Clérigo colabora muito pra jogabilidade do card, já que grande maioria dos clérigos existentes no formato são medíocres.

O vermelho possui boas criaturas do tipo Warrior, com a maioria deles sendo Goblins, mas vou entrar neste tópico com outro card..

O azul oferece bons Magos e Ladinos, Inclusive, é importante ter ciência de que tanto Faerie Seer e Spellstutter Sprite são Magos, enquanto Faerie Miscreant é um Ladino e Changeling Outcast é uma Fada e um Guerreiro.

Branco e verde oferecem poucas criaturas que podem ser realmente eficientes na mecânica apesar de serem duas das melhores cores para uma estratégia de Go-Wide, sendo os mais relevantes Seeker of the Way e Skarrgan Pit-Skulk.

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O preto, por sua vez, oferece criaturas de todos os tipos necessários para a Party, mas nenhuma dessas criaturas é excepcional no que faz.

A maioria das criaturas que podem compôr uma Party no preto são criaturas agressivas e de custo baixo que recompensam um plano mais aggro e que utilize Malakir Blood-Priest como uma forma de obter alcance no jogo e/ou finalizar a partida.

E foi com essa ideia que elaborei uma primeira lista de Party:

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Com tantas criaturas de custo baixo, é natural tentar reduzir o número de lands, já que normalmente vou estar castando cards de custo 1 ou 2 e dificilmente vou precisar de mais do que quatro lands num único turno.

Portanto, optei por utilizar 16 lands, sendo 4 Barren Moor já que estes podem ser reciclados nos turnos mais avançados do jogo. Outra opção neste slot é Witch's Cottage, que me permite reutilizar minhas criaturas, inclusive o próprio Blood-Priest.

Dentro das criaturas da Party, temos one-drops como Changeling Outcast, Vampire Lacerator e Guul Draz Vampire para iniciar o jogo com um plano agressivo e montar rapidamente minha Party, enquanto Bone Picker e Village Rites permitem que o deck não precise se preocupar tanto em perder suas criaturas e possa manter um fluxo de cards e drops agressivos na mesma medida.

Na parte das disrupções, incluí um total de 3 Duress e 3 Divest para obter informação e remover um card importante ou uma remoção enquanto Mesmeric Fiend força o oponente á gastar um recurso que poderia ser utilizada em outra criatura para recuperar um card necessário.

As remoções, por sua vez, não custam mana alguma para serem utilizadas, o que lhe permite manter seu plano agressivo fluindo enquanto remove os bloqueadores ou ameaças do seu oponente

Obviamente, esta lista está longe de testes e aprimoramento pois Zendikar Rising não está disponível no Magic Online e, portanto, não tive os recursos para testar contra outros jogadores.

Porém, cards como Spinning Darkness podem ser pouco eficientes contra determinados decks e podem futuramente ser substituídos por Cast Down ou Gurmag Angler.

Outro grande problema das criaturas com Party é que sua relevância depende do potencial da carta com poucas criaturas, e Blood-Priest é medíocre se jogada sozinho, e mediano se jogado com apenas mais uma criatura no jogo.

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Junto de Steppe Lynx e Adventuring Gear, agora o formato possui 12 cards de custo 1 que se beneficiam da mecânica de Landfall. Entretanto, Akoum Hellhound pode ser mais interessante em listas de Zoo outros formatos já que, no Pauper, o fato de nossas "fetchlands" entrarem viradas prejudica muito que esse card possa ser agressivamente eficiente.

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Enquanto Malakir Blood-Priest exige que o deck tenha um número razoável de construção em torno dele, Ardent Electromancer precisa de muito pouco para ser bom em decks vermelhos, já que cards do tipo Guerreiro são comuns em decks como o RDW ou Goblins, e Ardent Electromancer precisa somente de um Guerreiro em jogo para gerar valor e ter um corpo 3/2 na mesa.

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Por outro lado, Grotag Bug-Catcher é outro exemplo de um card que precisaria de um número relevante de criaturas na Party para ser bom, e o fato dele estar no vermelho e ser um Guerreiro o torna pouco eficiente pois há outras criaturas do mesmo tipo que são melhores.

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O hype de Zendikar Rising para o Pauper veio de Cleansing Wildfire. Com direito á comentários essencialmente exagerados de como esse card era maindeckável pois prejudicava muitos decks e ainda lhe permitia comprar um card.

Primeiramente: Land Replacement não é Land Destruction.

O que o jogador faz com Cleansing Wildfire é utilizar duas manas para substituir um terreno específico do oponente por uma land básica e comprar um card.

Como um comparativo, o card é um Spreading Seas vermelho que não devolve a land pro oponente caso ele dê um Ghostly Flicker no turno seguinte, mas que pode ativar o Pulse of Murasa dele.

Isso não significa, entretanto, que Cleansing Wildfire não verá jogo e nem será relevante para o Pauper: Ele pode essencialmente alterar a forma como Tron ou Boros/Mardu Monarch constroem suas listas, já que costumam utilizar uma quantidade pequena de lands básicas em suas listas ao priorizar lands utilitárias, e precisarão respeitar o card para não tomar um Sinkhole que ainda dá um draw.

A ocasião é diferente com o Affinity: Onde é sim possível dar um Sinkhole com este card nessa match em específico em todas as ocasiões.

Mas é preferível fazer isso do que utilizar um Abrade, ou Smash to Smithereens ou Shenanigans nessa partida ?

Claro que pode-se sidear esses cards + Cleansing Wildfire contra Affinity, mas vale questionar-se se realmente é necessário sidear um LD desse tipo contra uma matchup onde, normalmente, o oponente não precisa de tantas lands sem estragar seu principal plano de jogo.

No final das contas, Cleansing Wildfire verá jogo e será um card que todos os jogadores precisarão respeitar de alguma forma ao construir seus decks, não por ser um card absurdamente bom, mas por ser a forma mais eficiente que decks vermelhos com um clock relevante como o Boros Bully terão para enfrentar o Tron, que ainda é o maior limitador do formato hoje.

Por fim, ressalto sobre o quão evidente é a atenção dada ao formato para este card ter saído como comum, enquanto Lithoform Blight, que possui um efeito essencialmente parecido na cor preta, saiu como incomum.

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Tuktuk Rubblefort é um card que possui algum potencial por dar uma habilidade estática num formato que costuma carecer desse tipo de efeito.

Apesar do card possivelmente ser utilizado no Walls Combo, que já possui Crashing Drawbridge para dar Haste ás suas criaturas, Tuktuk Rubblefort traz ao Gond Combo a possibilidade de fechar o combo e ganhar o jogo no mesmo turno, e talvez seja exatamente isso o que o combo precisava para se tornar relevante no metagame.

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Um Commune With Nature que, por uma mana á mais, lhe permite comprar um card caso não encontre a criatura que está procurando pode ser relevante justamente para decks que necessitam de cards específicos.

Por outro lado, Adventure Awaits compete com Lead the Stampede e Winding Way, que podem revelar grande quantidade de criaturas e potencialmente repôr sua mão e, neste quesito, considero-o um card pouco relevante.

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Spare Supplies é uma mistura de Ichor Wellspring com token de Clue, sendo um efeito de draw no ETB, enquanto não precisa de um efeito secundário para conseguir um draw adicional.

O card compete com Golden Egg e Alchemist's Vial como efeitos de draw que, juntamente á Prophetic Prism, podem ser reutilizados por Kor Skyfisher e, nesse quesito, acredito que ainda seja um card pior do que os demais.

Infelizmente, não tivemos acesso ás Landspells da edição, que poderiam potencialmente alterar a forma como o deckbuilding é feito dentro do formato e seria muito interessante de se trabalhar e elaborar listas com elas.

No final das contas, Zendikar Rising demonstra como o Pauper se tornou relevante para o desenvolvimento de novas edições e, portanto, cartas comuns com power level maior podem surgir de maneira cada vez mais presente em edições padrões em 2021.

Inclusive, Kaldheim, que será o plano da próxima edição, é conhecido até então por ser um plano um plano ártico e frio inspirado na Mitologia Nórdica. Portanto, é possível especular o retorno da mecânica de Snow futuramente e, quem sabe, um reprint de Skred esteja à caminho.

Até lá, aproveitem suas aventuras e fiquem no hype para Commander Legends, que sai no dia 6 de Novembro e á qual já foi anunciada que terá mais cartas comuns do que o de costume para diversificar o draft, com reprints e downshifts relevantes para o Pauper !