Magic: the Gathering

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Arquétipos e Temas do Commander #2 – Landfall

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Nossa jornada pelos arquétipos e temas do Commander começa numa terra de abundância e solo fértil para muitas idéias de decks: falaremos sobre os decks baseados em terrenos - ou Landfall.

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Fala pessoal, beleza? Vinicius Sorin do Cozinha Offline trazendo mais um conteúdo pra vocês.

No artigo passadolink outside website, falamos sobre os grandes Arquétipos de decks do Magic e como eles se expressam no nosso querido Commander, além de uma breve lista dos inúmeros temas mais populares do formato. Apesar do texto razoavelmente grande, não houve espaço para abordarmos mais detalhadamente as diferentes vertentes temáticas de decks, com não mais do que uma ou duas linhas para descrever cada uma. Pois então, hoje vamos começar a esmiuçar estes arquétipos, começando pelos temas que abrangem decks baseados em certos tipos de cards – como encantamentos e artefatos.

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Eu teria a difícil missão de decidir qual destes temas seria o primeiro a receber um artigo (uma tarefa difícil já que todos eles são muito populares e igualmente relevantes) – e como quase tudo no Cozinha Offline, eu resolvi este impasse criando uma enquete e dando o poder da escolha a vocês...

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... E vocês decidiram! Como podem ver, a disputa esteve acirrada, mas temos um vencedor. Vamos falar hoje sobre os famosos “decks de terreno” – também conhecidos como Land Matters ou Landfall.

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Conceito, Características e Plano de Jogo

O termo Landfall – ou Aterragem segundo a tradução oficial para o português – foi usado pela primeira vez na coleção de Zendikar (2007) para distinguir habilidades desencadeadas quando um terreno entra no campo de batalha. Esse tipo de efeito já existia no MTG muito antes disso, em cards como Lifegrift, Vinelasher Kudzu, Stone-seeder Hierophant ou mesmo Horn of Greed. Imagino que já antes disso fosse possível montar decks forfun baseados em ramps e interações com terrenos, mas o próprio formato Commander não era tão bem popularizado. Foi de fato após o bloco de Zendikar, onde houve uma verdadeira disparada de cards com landfall, que o arquétipo ganhou nomenclatura e força.

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Não existe nenhum tratado oficial que determine o nome dos arquétipos do Magic, sobretudo no Commander (não que eu saiba, ao menos). Em suma, pode-se dizer que um deck LANDFALL é o mesmo que um “DECK DE TERRENOS”. Esta, porém, é uma classificação minha – e ao longo deste artigo irei me basear nisso para falar de todo tipo de estratégias que busquem otimizar o uso dos terrenos através das mais diversas interações – e isso inclui não apenas a mecânica de landfall especificamente. Sendo assim, um deck Landfall pode explorar todas, algumas ou uma das táticas seguintes:

Aterragem (Landfall): A forma mais comum de se explorar terrenos no Commander é combinando cards de aceleração de mana (ramps) com efeitos desencadeados quando um terreno entra em jogo. Criaturas e outras permanentes icônicas com landfall são peças quase que onipresentes em todo tipo de deck de terrenos, ocupando slots para as mais diversas funções. Desde aceleradores (Lotus Cobra, Khalni Heart Expedition), a compras (Tireless Tracker, Seer’s Sundial, Horn of Greed, Tatyova Benthic Druid) e Remoções (Admonition Angel, Valakut, the Molten Pinacle). Porém, os cards mais utilizados são sem dúvida aqueles capazes de gerar card advantage através de fichas. Dentre estes, Avenger of Zendikar e Rampaging Baloths são as principais staples, figurando na quase totalidade dos decks, embora hajam muitos outros mais notáveis, como Emeria Angel, Zendikar’s Roil, Sporemound, Nesting Dragon e Omnath Locus of Rage. Outras peças como Emeria Shepherd, Roil Elemental, Baloth Woodcrasher, Ob Nixilis, the Fallen e Omnath, Locus of the Roil podem servir como utilitários ou mesmo condições de vitória,

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Interações com Cemitério (Dredge, Retrace e “Estorragem”): Muitos dos efeitos mais potentes envolvendo estratégias com terrenos são aqueles que exploram o cemitério. Cards como Splendid Reclamation, The Mending of Dominaria e World Shaper farão uma recursão massiva caso se tenha um cemitério cheio, garantindo muitas manas extras de uma hora pra outra – sem contar as muitas instâncias de landfall que eventualmente irão desencadear. Uma parcela considerável de decks Landfall irá tentar alcançar este nível de jogada, lotando o próprio cemitério em busca dos terrenos que possam ser acessíveis com recursões. Neste aspecto, os efeitos de dredge (lotação de cemitério através de auto-mill, como Life from the Loam), retrace (efeitos que te fazem descartar terrenos para pagar custos, como Spitting Image) e

Estorragens (mesmo que retrace, porem com sacrifício de terrenos, ex.: Harrow) assumem o papel de compras, jogando os terrenos no grave, e as recursões de terreno funcionam como ramps. Porém, muitos cards irão extrair valor funcional de outras maneiras interagindo ou jogando os terrenos para o cemitério. Sylvan Safekeeper, The Gitrog Monster, Turntimber Sower, Centaur Vinecrasher, Terravore, Borborygmos Enraged, Squadered Resources, Countriside Crusher, Multani, Yavimaya's Avatar, Worm Harvest, Throes of Chaos, Wrenn and Six e outros cards com Retrace são alguns exemplos. Este tipo de estratégia também faz muito bom uso de terrenos utilitários com habilidades de sacrifício (Strip Mine, Command Beacon e as fetchlands, por exemplo) em combinação com recursões como Ramunap Excavator e Crucible of Worlds, gerando redundâncias incrivelmente chatas.

Manlands: Outra tática não tão convencional, mas por vezes utilizada, é a de usar os terrenos como exército. Transformar terrenos em criaturas é uma mecânica antiga no Magic, desde cards como Living Plane; porém decks baseados nisso nunca foram levados muito a sério. Como o Commander é solo fértil para as estratégias mais inusitadas possíveis, é totalmente compreensível focar neste tema caso seja de desejo do deckbuilder, principalmente quando se pretende usar Noyan Dar, Roil Shaper ou Jolrael, Empress of Beasts na zona de comando. Mas normalmente o papel das manlands é pontual em meio a um deck baseado em terrenos, servindo como finishers. Uma vez que é comum neste tipo de estratégia acumular quantidades soberbas de terrenos no late game, encaixar um Sylvan Awakening ou um Nature’s Revolt pode lhe fazer levar 1 ou 2 oponentes da mesa, ou no mínimo impor um clock para tal. Mesmo efeitos mais pontuais como de uma Nissa Worldwaker ou Embodiment of Insight podem render alguns corpos úteis no combate e ajudar a arrancar bons pontos de vida dos oponentes.

Maestria com Terrenos: Este é um termo que eu inventei (bom, na verdade eu só copiei de Metalcraft substituindo os metais por terrenos) para classificar todos os demais cards que se beneficiam de um número maior de terrenos em jogo. Multani, Yavimaya’s Avatar, Molimo, Maro Sorcerer, Ulvenwald Hydra, Crash of Rhino Beetles, Rubblehulk, Boundless Realms, Emeria, Sky Ruin, Dragonmaster Outcast e Omnath, Locus of the Roil são alguns exemplos bem autoexplicativos – tenha muitos terrenos e faça a festa!

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Landfall x Ramp

Mesmo sem qualquer explicação prévia, é fácil concluir que um deck baseado em terrenos precise de formas de se colocar mais de um terreno no campo de batalha por turno. De fato, os ramps marcam presença massiva em estratégias Land Matters – seja para desencadear habilidades de landfall, aumentar sua “maestria com terrenos”, repor os gastos de um The Gitrog Monster, ou simplesmente ter mais mana. Todo deck precisa de mana, e quanto mais melhor.

Um deck de terrenos terá um pacote generoso de slots dedicados a cards como Cultivate, Kodama’s Reach, Sakura Tribe Elder e similares; porém, um deck Landfall difere um pouco de um deck Ramp (que é outro arquétipo) por razões tênues, mas óbvias. Enquanto um deck Ramp/Big Mana se empenha em usar aceleradores principalmente para aumentar sua curva de mana e conjurar mágicas poderosas o mais rápido possível, um Landfall irá fazê-lo também para criar as interações com os terrenos. Decks puramente Ramp tendem a evitar o flood de mana, preferindo comprar mágicas de alto impacto e meios de usufruir do excesso de recursos. Já numa estratégia baseada em terrenos é comum que ramps sejam úteis mesmo no late game, quando normalmente já se tem muito mana e teoricamente tudo o que você não precisa é de mais terrenos.

Sendo assim, conclui-se que para ambos os arquétipos os ramps são um meio em comum, mas os fins são diferentes – o que não significa que em certo ponto ambos não convirjam para o mesmo objetivo. Um deck Ramp pode usar muitos landfalls assim como um Landfall pode usar muitos ramps, e um deck pode ser ambos ao mesmo tempo... mas no momento estamos abordando os temas separadamente, e este artigo é apenas sobre os decks de terreno.

Identidade de Cores

Terrenos estão na esfera de domínio do verde muito acima de todas as outras cores. Uma vez que os melhores ramps, tutores, recursões e sinergias de terrenos são desta cor, é praticamente inevitável que todo deck Land Matters seja monogreen ou “verde e alguma coisa”. Todas as outras cores tem potencial de gerarem combinações interessantes, cada uma adicionando funcionalidades específicas aos terrenos. O vermelho geralmente imbui capacidade de dano e maior agressividade; preto traz mais recursividade e explora interações com cemitério; azul favorece elementos de controle de mesa, efeitos de compra e bounce de terrenos; e o branco estende todas as qualidades do verde inerentes a interações com terrenos também para criaturas.

Comandantes

Uma característica comum à maioria dos arquétipos e temas do EDH é que muito da estratégia principal permanece inalterada independente do comandante usado. Com Landfall não é diferente, e você verá muitos cards aparecendo em mais de um deck ou mesmo em todos – porém, cada comandante traz suas próprias especificidades e falar delas é essencial para termos uma visão adequada de como este tema funciona. A seguir, confira uma breve explanação sobre alguns dos principais comandantes do arquétipo. Uma lista acompanha a descrição de cada um deles.

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Azusa, Perdida mas Procurando (Landfall - Aggro)

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Azusa, Lost but Seeking é perfeita para começarmos do começo nossa lista de comandantes. Isso porque ela sintetiza o tema que estamos falando da forma mais embrionária e pura possível. Ela é monogreen (a cor que dá origem ao arquétipo) e ela só faz aquilo que um deck landfall mais precisa: descer as lands! No início do jogo, um deck de Azusa irá procurar fazer ela assim que possível para rapidamente dropar todos os terrenos que houverem na mão. Além de acelerar seu jogo, os land drops adicionais lhe darão muito mais redundância para suas habilidades de landfall sem qualquer custo extra, diferente da maioria das formas convencionais de aceleração. Pra que isso faça realmente diferença num deck Land Matters, você precisa se manter floodado (ter terrenos na mão sempre) o que faz com que você naturalmente precise de um número razoavelmente alto de lands no deck (algo em torno de 42 a 45). Mesmo assim será difícil manter esse status por muito tempo enquanto se tem uma Azusa incólume na mesa lhe permitindo 3 land drops por turno, então muito comumente construções com ela farão uso de muitas compras e meios de se devolver e puxar terrenos do cemitério, grimório ou do próprio campo de batalha para manter-se sempre fazendo terrenos. Fora isso... um punhado de bichões pra passar por cima da oposição e bater muito.

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Titania, Protector of Argoth (Estorragem - Aggro)

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Titania, Protector of Argoth nos leva a outra zona de recursão que é o cemitério. Enquanto Azusa olha para sua mão na gana de trazer os terrenos pra baixo, Titania irá te induzir a joga-los fora do campo de batalha em troca de elementais gorduchos que batem muitão. Sem sair do monogreen, este deck é o palco perfeito onde brilham estrelas como Sylvan Safekeeper, Zuran Orb, Scapeshift, Wave of Vitriol e todo tipo de efeito de sacrifício de terrenos. Com ela no campo e os motores de sacrifício certos a disposição, fica tentador e fácil criar uma massa crítica de potencial de dano com os elementais 5/3 tornando este deck extremamente explosivo e agressivo. As recursões de cemitério como Splendid Reclamation, Ramunap Excavator e Crucible of Worlds são importantes para manter a consistência e viabilidade de jogo, já que esta estratégia pode consumir quantidades consideráveis dos seus preciosos terrenos. No entanto, pode-se dizer que este é um exemplo de deck onde os efeitos propriamente ditos de landfall ficam em segundo plano, já que a interação principal do comandante envolve land-out – ou seja, a saída dos terrenos ao invés da entrada.

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Omnath, Locus da Fúria (Landfall - Aggro)

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Eis que o caldo começa a engrossar com Omnath, Locus of Rage. Aqui o verde abre espaço para o vermelho compartilhar toda sua fúria num deck gruul Landfall puro-sangue! Omnath tem um paralelo interessante com Titania transformando lands em elementais brutamontes com facilidade similar; porém enquanto a Protetora de Argoth faz isso quando os terrenos saem de jogo, o Dollynho Pixtola faz quando eles entram – o que faz a base do deck ser mais parecida com o da Azusa no quesito interação com lands. Porém, o que distingue Omnath de qualquer outro general do arquétipo é sua última habilidade, que permite explorar motores de sacrifício de criaturas para causar mais dano além do combate, e sugerindo também uma pegada tribal de elementais. A adição do vermelho e a capacidade de fazer bichos grandes com o simples estourar de uma Evolving Wilds também aproxima o deck de cards como Where Ancients Tread e Warstorm Surge.

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Karametra, Deusa das Colheitas (Landfall - Aggro)

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De todos os comandantes mais icônicos do arquétipo Lands, Karametra, God of Harvests é a que possui a construção mais distinta. Começando pelo fato de ser um dos únicos generais com acesso ao branco que de fato se aproxime de uma sinergia natural com Landfall. O branco dá acesso a cards muito relevantes ao tema – como Knight of the Reliquary, Emeria Shepherd, Emeria Angel e Emeria, the Sky Ruin além das staples do formato inerentes a cor – mas o que mais acentua sua singularidade é a forma totalmente única de trazer terrenos ao campo de batalha. Enquanto praticamente todos os outros generais do arquétipo precisam dedicar quantidades generosas de slots para acelerações e recursões de terrenos, Karametra sozinha consegue dar conta de todo o ramp necessário para um deck Landfall ser feliz – convertendo qualquer criatura conjurada em um terreno a mais para seu latifúndio. E ela o faz de forma tão primorosa que chega a ser possível num determinado estágio do jogo você já ter buscado tantas lands em seu grimório que não haja mais nenhuma disponível para tutorar (isso já aconteceu no meu playgroup). Logicamente, você ainda precisará de alguns ramps entre as 99 – até porque você pode precisar de um empurrãozinho pra descer a Karametra mais rápido – mas uma vez com ela em jogo, sendo indestrutível – e contando com criaturas como Whitemane Lion, Stonecloaker e Dust Elemental – dificilmente você terá problemas com terreno pelo resto da partida.

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Tatyova, Druida Bêntica (Landfall - Midrange ou Combo)

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A combinação de verde com azul é uma das mais poderosas no Commander, e a expressão máxima deste poder no arquétipo Landfall esta comprimida num card incomum da fantástica coleção de Dominaria: Tatyova, Benthic Druid. Não existe recurso mais valioso no Magic do que mana e draw, e ter um comandante como Tatyova é ter ambos em abundância, num ciclo que se retroalimenta à medida que você faz terrenos e compra cartas que te fazem descer mais terrenos e comprar mais cartas... até seu oponente cansar de ver só você jogando e reconhecer a sua vitória. Caso ele seja teimoso e queira ficar até o final, Psychosis Crawler, Soramaro, First to Dream e Sturmgeist são formas eficazes de fechar a conta, além de todas as bombas conhecidas com landfall que já mencionei aqui no artigo. Mas não é só de porradaria que vive um deck UG Landfall, pois essas cores permitem combos de land drop infinitos. Para isso você precisará de Walking Atlas (ou qualquer card similar) + Retreat to Coralhelm + Simic Growt Chamber. Sotone-Seeder Hierophant pode ser usado em substituição do Retreat, Cloudstone Curio pode substituir a bounceland e Patron of the Moon pode ser usado com o Hierophant ou Amulet of Vigor pra gerar mana e land drops infinitos também. Explicar exatamente como funciona todos esses combos com as variações possíveis demandaria muito trabalho e espaço no nosso artigo, mas eu não irei ter esse trabalho aqui porque já fiz isso em vídeo lá no YouTubelink outside website.

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O Monstro Gitrog (Dredge - Midrange ou Combo)

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Estive me segurando pra não falar antes desse sapão safado, mas acho que este é o momento certo pra voltarmos nossa atenção para o cemitério. The Gitrog Monster é sem dúvida um dos generais Land-Matters de maior expressão no metagame genérico do Commander. Seu conjunto de habilidades forma um caldo consistente de interações de todos os tipos com terrenos no cemitério, já que sua draw engine funciona quando uma land é colocada lá a partir de qualquer lugar. Pode-se dizer que esta é a principal característica do Gitrog, pois é ela que permite a realização de diversos combos. O mais conhecido é o que envolve ele, Skirge Familiar e Dakmor Salvage para produzir mana “infinita”. Porém, embora os decks mais competitivos sejam mais voltados para a viabilização dos combos, Gitrog tem potencial para muito mais que isso. Além de ser forte (6/6 por 5 manas) e o dano de comandante ser um horizonte possível, muitas interações com landfalls e cards como Raven’s Crime, Centaur Vinecrasher e Jarad, Golgari Lich Lord permitem uma miríade de possibilidades de jogo tornando este deck extremamente sinérgico, recursivo e versátil sem qualquer dependência de combos.

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Borborigmo Enfurecido (Dredge, Retrace –Aggro ou Midrange)

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Não dá pra dizer que Borborygmos Enraged seja um dos principais comandantes Land Matters, mas eu decidi dar um espaço para ele aqui por dois motivos. O primeiro é que eu mesmo tenho um deck dele e posso dizer que é um dos meus preferidos. E o segundo – e mais importante – é que eu queria que esta lista tivesse um general que representasse bem cada cor e cada tática específica dentro do arquétipo. Embora Omnath seja o exemplo perfeito para RG Landfall e Gitrog igualmente para o dredge, Borborygmos possui uma mecânica própria que representa bem o Retrace – que é esse lance de descartar as lands. De maneira similar a Azusa, um deck de Borborygmos Enraged precisará manter-se floodado com terrenos na mão, porém enquanto ela busca descer estes terrenos para rampar e desencadear os landfalls, o ciclope estará mais interessado em jogar esses terrenos NA CARA DA OPOSIÇÃO! Isso se mostrará particularmente desafiador, uma vez que esse general custa 8 manas e rampar muito seja algo necessário para coloca-lo em jogo. Por isso, bounce lands e peças como Khalni Gem, Journeyer’s Kite, Barrel Down Sokenzan e Storm Cauldron são assinaturas do comandante. Embora jogue em muitos decks land matters, Life from the Loam é especialmente sinérgico com este general, pois o próprio Borborygmos possui a capacidade de jogar cards no cemitério, redundando em mecânicas de dredge. Abundance e Scouting Trek também são peças-chave aqui, principalmente se você gosta de ter um combinho no deck e puder por um Keen Sense e/ou Snake Umbra pra encantar seu Borborygmos.

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Lord Windgrace (Land-Matters –Midrange ou Control)

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E finalmente chegamos a ele que é a representação máxima daquilo que se pode chamar de Land Matters. Não posso dizer que Lord Windgrace seja o melhor comandante para decks baseados em terrenos, mas é seguro afirmar que se existe um general que consegue sintetizar tudo o que este arquétipo pode fazer de melhor, o pantera seria uma resposta viável. Não é a toa que este planeswalker foi o escolhido para liderar o deck com a temática landfall da coleção de Commander 2018. Por conta de suas cores, é possível congregar quase todas as maiores estrelas de decks Land Matters - Titania, Omanath, Gitrog e Borborygmos só pra citar alguns generais já descritos anteriormente – todos super sinérgicos com Windgrace numa só construção que envolve todo tipo de interações possíveis com terrenos. Mas não pense que este general não irá também favorecer uma linha estratégica mais específica. Sua primeira habilidade é um looting que lhe induz a descartar terrenos; e a segunda é uma recursão, trazendo-os direto para o campo de batalha. Não só para aqueles que você descartou, mas para qualquer land no cemitério, diga-se de passagem. Logo, não é difícil concluir que Lord Windgrace é um excelente comandante para focar não só no landfall, mas também em interações com dredge, retrace, fatchlands, motores de sacrifício e até mesmo destruição de terrenos! O fato de ser um planeswalker só contribui ainda mais para essa última, fazendo cards como Wildfire, Destructive Force, Jokulhalps, Obliterate e muitos outros mass removals tornarem-se especialmente atrativos para o deck, puxando ele possivelmente para um eixo mais Controle. Eu não sou muito fã de Land Destruction, e este não é o momento para se aprofundar nessa estratégia já que ela em si alimenta um outro arquétipo – mas confesso que a sensação de encaixar uma remoção dessas com o Windgrace na mesa é muito boa!

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Outros comandantes

Seria injusto terminar sem mencionar alguns outros generais que, apesar de não estarem entre os mais tops (pelo menos segundo o entendimento do Sorin), são no mínimo relevantes; como Multani, Yavimaya’s Avatar, Jolrael, Empress of Beasts, Patron of the Moon e Mina and Denn, Wildborn. Existem também uma série de opções de generais que, embora não ofereçam nenhuma sinergia direta com o tema, podem ser coerentes ao se construir decks Landfall, principalmente quando se quer combinar cores que não são oferecidas pelos comandantes mais manjados. No Sultai (azul, preto e verde) por exemplo, temos Muldrotha, the Gravetide (muito utilizada em land-matters baseados em cemitério) e o novíssimo Yarok, the Desecrated (que é capaz de duplicar os triggers de landfall das nossas permanentes); ambos exelentes alternativas. No Temur (azul, vermelho e verde) temos o mais novo Omnath, Locus of the Roil que pode atuar como uma variação do antescessor RG com a adição do azul. Na combinação Naya (branco, vermelho e verde) temos Zacama, Primal Calamity; e até mesmo arquétipos de 4 cores são possíveis com Kynaios and Tiro of Meletis ou combinações entre Thrasios, Triton Hero e outro partner. É natural pensar que Golos, Tireless Pilgrim seja uma opção óbvia para um 5colors Landfall; porém a maioria dos decks que vejo comumente sendo montados com este comandante seguem uma linha de Portões para ganhar com Maze’s End – o que enquadraria melhor o deck como um AltWin e não um Land-Matters. Vale lembrar que tema Landfall é bastante orgânico e é capaz de funcionar sem um comandante presente, bem como coexistir com outros temas.

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E aqui terminamos o primeiro tema desta temporada sobre os arquétipos do Commander. O primeiro de muito que virão aqui na Cards Realm. No próximo episódio, iremos nos aprofundar nos decks baseados em outro tipo de card: os Artefatos. Aguardo vocês, e até lá nos vemos no YouTube.

Valeu!!!

=)