Magic: the Gathering

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Pauper: Os novos banimentos, MH3 e as necessidades do formato

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O banimento de All That Glitters era mais que esperado para o Pauper, mas o que ela nos diz sobre suas necessidades, como elas estão sendo adereçadas no design de Magic e como temos reagido às mudanças no formato?

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审核人 Tabata Marques

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Uma nova atualização na lista de banidas e restritas saiu, e com ela, duas mudanças significativas ocorreram no Pauper:

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A primeira foi o banimento de All That Glitters, card que recebeu downshift em Commander Masters e, desde então, cresceu em presença no formato com cada novo lançamento voltado para artefatos, com a culminação do seu banimento sendo dada por Novice Inspector e a capacidade do Boros Synthesizer de adotar o card para sua estratégia.

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A segunda foi o banimento de qualquer card que produz Stickers ou Attractions nos formatos eternos, incluindo o Pauper, onde um em específico, conhecido como “Name-Sticker” Goblin foi o centro de diversos debates controversos em torno da sua habilidade e mudanças ocasionadas pela inaptidão do Magic Online em reproduzir os efeitos dos Stickers na plataforma.

Ambos trazem mudanças pertinentes ao Metagame do Pauper, e neste artigo, abordo as principais consequências do banimento e o que podemos esperar do formato nas semanas que precedem Modern Horizons 3.

Cranial Plating estava banida por um motivo

Há um padrão na minha experiência com Magic que tende a se repetir de um formato para outro ao longo dos anos e do qual, em maioria, tende a se concretizar com um banimento: quanto mais eu gosto de um deck ou card, mais provável é dele ser banido.

Quase todos os meus artigos de Pauper nos últimos meses foram em torno de All That Glitters. Afinal, o encantamento primeiro permitia jogar com uma versão mais direta e objetiva do Affinity sem passar por todas as interações de cliques das variantes de Grixis enquanto também se tornou uma staple do Boros Synthesizer, um arquétipo de valor e pequenas interações das quais, com Novice Inspector, ganhou o potencial para exercitar o mesmo “combo-kill” que o Affinity.

Ambos os decks eram rápidos, consistentes, tinham partidas muito boas e poucas partidas muito ruins e ainda permitiam jogar muitas Ligas em um só dia pela velocidade das partidas e o seu potencial de “free win” com All That Glitters - principal razão pela qual o card merecia ser banido desde antes do lançamento de Novice Inspector.

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Cranial Plating é banido por um motivo, e All That Glitters, enquanto não ficava em jogo e permitia algumas trocas desfavoráveis, emulava bem demais os mesmos efeitos para permanecer no Pauper por muito tempo.

Além disso, é impossível desconsiderarmos que “combo kill” foi um problema recorrente do Affinity e que levou ao banimento de Atog e Disciple of the Vault - mesmo que em outras cores e dependendo da fase de combate para funcionar, o Affinity tiraria certamente o máximo de proveito do encantamento, como o fez - e posteriormente, outros arquétipos começaram a fazer mesmo quando não tinham um plano tão “all-in”.

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Só que esse banimento - o quarto no histórico recente do Affinity - nos leva para outro ponto mais problemático: qualquer card que interage muito bem com artefatos pode quebrar o Pauper. Se tivermos outro Sojourner’s Companion, o Affinity predomina o Metagame, se tivermos outro Atog, mesmo que sua habilidade só funcione como feitiço, o Affinity predomina. Se tivermos outro All That Glitters apenas para artefatos, o Affinity predomina - e mesmo sem qualquer uma dessas peças, o Affinity pode continuar predominando com qualquer suporte menos relevante.

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Para fins práticos, o Affinity se tornou o que, por anos, o Delver e o Faeries foram para o Pauper até o fatídico banimento de Gush e Daze, e por anos, vimos influenciadores do formato advogando fervorosamente pelo banimento desses cards ou até de cantrips - e essas mesmas vozes, hoje, afirmam que não há razões para banir as Bridges de MH2 ou os terrenos-artefato de Mirrodin.

Mais especificamente, a mensagem do PFP sobre esses dois ciclos é de que o impacto da ausência delas seria pouco relevante para o formato no caso das Bridges, ou o fato de muitos jogadores gostarem dos Terreno-Artefato como parte das staples do Pauper, ambos pontos válidos, além de outro um pouco menos comentado em palavras oficiais: jogadores de Magic nunca sabem o que querem, e normalmente, eles não mensuram as consequências das suas vontades em torno de reprints e banimentos.

Uma das minhas maiores preocupações com o Pauper e com intervenções mais agressivas contra Affinity ou Kuldotha Red é o que vem depois. Se retirarmos o “fast Aggro”, naturalmente, entram os Midranges - e seriam esses Midranges capazes de conter decks de Big Mana caso retornem? Estariam os jogadores de Pauper dispostos a jogar novamente contra decks de Lock-Control como o Tron foi antes de banirem Bonder’s Ornament?

Afinal, qual formato os jogadores de Pauper realmente consideram ideal, porque uma resposta padrão como “um Metagame onde todo macro-arquétipo é competitivamente viável” não funciona para fins práticos em formatos eternos - uma proposta mais predominante vai, consequentemente, se apresar daquelas que são fracas contra ela. Podemos ter Aggro, Control, Midrange, Tempo e Combo presentes - temos neste momento - mas uma categoria sempre será melhor do que as outras.

Por fim, do que exatamente o Pauper precisa?

Seja de mais banimentos, desbanimentos, ou inserção de cards específicos, a resposta para essa pergunta também não é uníssona. No fim, a comunidade sempre vai olhar um pouco mais para as evidências que quer e/ou para quais arquétipos prefere jogar e/ou enfrentar do que para as coisas como elas são - e nem o PFP provavelmente tem uma resposta uníssona do que o Pauper deveria ser, e o design de Magic e a maneira como o Limitado é produzido em cada expansão é o que dita as mudanças na natureza do formato.

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Hoje, dada as circunstâncias problemáticas em torno do Affinity, afirmo que o Pauper requer respostas mais eficientes para artefatos de maneira mais abrangente, como a inserção de Vandalblast e/ou outros cards que possam punir efeitos como as da Bridges e ajudar a manter o arquétipo em cheque, já que o Kuldotha Red, por exemplo, é mais fácil de mitigar os estragos (pelo menos enquanto não tivermos o downshift de Skullcrack), enquanto o Affinity está sempre se reconstruindo, reinventando e ganhando adições que o fazem passar do limiar de aceitável.

Só que não é apenas para o Affinity que o Pauper requer respostas. Teria Deafening Silence e similares ajudado a parar o Storm? Teria o Tron sofrido banimentos tão pesados se tivéssemos interações melhores com terrenos não-básicos? Seria Monastery Swiftspear tão opressora se os demais decks tivessem um primeiro e segundo turnos mais eficientes?

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O formato tem um problema crônico em torno de como adições proativas são muito mais fáceis de entrar nos slots comuns do Limitado do que as respostas para elas. Um Rule of Law é extremamente frustrante de abrir como uma comum enquanto Chatterstorm foi aceitável porque ajudava a habilitar arquétipos, e por isso, o Pauper sempre acaba sofrendo com as ameaças porque suas respostas são muito lentas para elas - e esse processo não vai mudar.

Só podemos torcer para que sets com alto nível de poder, como Modern Horizons ou Master sets, tenham as respostas que precisamos sem afetar demais o ambiente de Draft e Selado delas - cards como Vandalblast, por exemplo, se encaixam relativamente bem nesse quesito enquanto Deafening Silence já parece um pouco parasítico e frustrante de se jogar contra.

Até lá, o Pauper deve jogar com o que tem e se comportar de acordo. O PFP pode até ter demorado para banir All That Glitters, mas o sinal de alerta ficou mais evidente no momento em que o Boros Synthesizer se transformou em Boros Glitters - o formato tem um histórico com híbridos de combos - e, no fim, tomaram a decisão certa em banir a Cranial Plating que tínhamos em casa.

Stickers foram um erro, e a Wizards finalmente admitiu

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Stickers e Atrações foram duas das maiores atrocidades que a equipe de design já fez com os formatos eternos de Magic. A ideia de produzir cards válidos em formatos eternos em um Un-set podia até parecer divertida na teoria, mas, na prática, ela causou uma das discrepâncias mais absurdas já existentes entre o ambiente real e digital, e tudo por conta do card acima: “Name-Sticker” Goblin.

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Como podemos ver, a versão online do card é mecanicamente diferente da original, com seu próprio set de regras voltado para rolagem de dados já que o Magic Online não conseguia reproduzir a função dos Stickers, criando, assim, um card potencialmente mais poderoso no digital, que protagonizou alguns arquétipos durante algumas semanas até o Pauper estabilizar e/ou jogadores perceberem que o card não era tão necessário na maioria dos decks.

Mas a presença do “Name-Sticker” Goblin no Magic Online abria um precedente muito perigoso: a possibilidade de formatos distintos, mesmo quando sua pool de cartas é igual tanto no papel quanto no digital - já temos problemas de sets de Commander e Universes Beyond que não chegaram ao MTGO com cards que afetaram o Legacy e o Vintage, e a possibilidade de inserir Stickers e Attractions e qualquer outra mecânica complicada demais para o MTGO criaria ainda mais discrepâncias na experiência deles entre os dois ambientes.

No fim, os Stickers foram um erro da Wizards e criou questões logísticas complexas demais para ser válido em qualquer formato competitivo. Até no Commander - formato onde visaram que essas mecânicas seriam divertidas - a presença deles e das Attractions só tornaram das partidas ainda mais longas e complicadas de acompanhar.

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MH3 tem um certo card com potencial de ser banido, mas qual?

Outro detalhe importante no anúncio de Banidas e Restritas desta segunda-feira foi a afirmação de que existe um card em Modern Horizons 3 que provavelmente será banido do Pauper por ser muito parecida com um card já banido do formato.

Dentre as principais opções que se encaixam na filosofia de design do jogo e cujo potencial não parece absurdo demais para o Modern (como Daze e Gush), os seguintes cards se destacam como potenciais candidatos de “efeitos parecidos” com a mágica mencionada.

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Atog e Disciple of the Vault são fáceis de compreender: artefatos estão presentes em MH3 e mecânicas como Improvise e Affinity estão confirmadas. Logo, a inserção de criaturas que sacrificam artefatos para aumentar seu poder e/ou que se beneficiam de quando artefatos são destruídos ou sacrificados parecem uma proposta lógica para o Limitado.

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Storm parece improvável dessa vez, mas estamos falando de Modern Horizons e não podemos descartar a possibilidade de termos outra mágica que produza fichas e/ou dano ao oponente como uma comum - até algo como Brain Freeze poderia entrar em MH3 como reprint e downshift.

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Mana incolor e Eldrazi são outra mecânica confirmada na expansão. Logo, um Arcum’s Astrolabe que se importa com ser conjurado via mana incolor ao invés de neve faria sentido e seria igualmente problemático para o Pauper.

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Eldrazis são criaturas que costumam requerer muita mana incolor para funcionar. Logo, um novo card no ciclo de Cloudpost e/ou uma mecânica parecida se provaria problemática, especialmente caso ela interaja com os terrenos de Urza.

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Efeitos de desvirar proativos são historicamente problemáticos e poderiam alavancar o Familiars para níveis muito altos nas semanas pós-MH3, então não seria de surpreender caso um banimento preventivo acontecesse nesse caso.

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Por fim, temos os cards cujo efeitos são apenas fortes demais. Um pump gratuito como Invigorate seria um problema mesmo com o acréscimo de popularidade dos decks vermelhos com muitos bloqueadores e com Snuff Out sendo uma staple do Pauper.

Já um Hymn to Tourach com mais variância (por exemplo, revelar duas aleatoriamente e descartar todas as não-terreno) poderia acontecer, e enquanto eu esperaria essa mágica em um espaço de incomum, não seria surpresa caso, por algum motivo, ela fosse lançada em slots de comuns.

Novos Horizontes se Aproximam

Enquanto aguardamos as prévias de MH3, teremos pouco tempo para aproveitar o Pauper sem All That Glitters, e o Metagame deve acabar se adaptando pouco até o lançamento do próximo set, cujo potencial de impactar e mudar completamente todo o cenário competitivo é muito alto.

Portanto, precisaremos de paciência antes de afirmarmos que um novo deck é quebrado ou qualquer outra afirmação comum das mídias sociais nas primeiras semanas pós-banimentos e nas semanas que sucedem MH3 - afinal, já temos consciência de que um card em específico pode realmente quebrar o equilíbrio do Metagame e já se encontra no radar do PFP.

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Obrigado pela leitura!