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Standard: o formato sem The Meathook Massacre

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The Meathook Massacre foi banido do Standard, mas será que sua ausência será o suficiente para acabar com a predominância dos Midranges no formato?

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revisado por Tabata Marques

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A semana começou agitada no universo do Magic com um novo anúncio de banidas e restritas para o Standard e o Modern. Enquanto o formato eterno perdeu mais um companion, Yorion, Sky Nomad, o Standard teve uma tentativa de adereçar ao problema vigente — a predominância dos Black-Based Midranges - através do banimento de The Meathook Massacre para diversificar o Metagame e abrir espaço para outras cores e combinações aparecerem nos eventos competitivos.

No artigo de hoje, vamos elaborar sobre o quão acertada foi esse banimento, e o que podemos esperar do Standard nas semanas que antecedem o lançamento de The Brothers' War.

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Por que The Meathook Massacre foi banido?

É claro que a Wizards of the Coast, através do Ian Duke, publicou um artigo explicando os motivos que os levaram a banir The Meathook Massacre, além de adereçar a visão deles sobre os outros formatos competitivos, mas o contexto aqui importa bastante: desde a rotação, o Standard vem sendo dominado por Black-Based Midranges, sejam monocoloridos, com splash, ou multicoloridos.

Se olharmos para o Metagame do formato conforme ele se apresentou durante as semanas pré-banimentos, dos dez decks mais jogados do Standard, sete eram Black-Based: Esper Midrange, Mono Black, Jund Windgrace, Rakdos Anvil, Rakdos Midrange e Jund Midrange — juntos, eles compõem mais de 65% dos arquétipos viáveis nos torneios hoje.

Uma das peças-chave dessa predominância reflete-se ao quão bem eles conseguem responder eficientemente a todas as situações enquanto acumulam valor com alguma engine específica: Fable of the Mirror-Breaker, Raffine, Scheming Seer, Soul of Windgrace, Invoke Despair e Reckoner Bankbuster são todos amplamente jogados em suas respectivas listas, e a menos que a Wizards quisesse realizar uma mudança brusca no formato banindo cinco ou mais cards de uma vez, não faria sentido lidar com apenas uma peça supostamente quebrada e deixar as demais.

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Então o foco voltou-se para a outra característica inerente da predominância dos Black-Based hoje: sua interação.

Um dos principais motivos do sucesso dos Midranges nos formatos competitivos é a maneira como eles possuem uma gama de respostas eficientes que complementam suas engines de card advantage, estabelecendo um misto perfeito entre ser proativo ou reativo para ditar o ritmo da partida.

Nesse quesito, Liliana of the Veil e The Meathook Massacre se destacam porque oferecem algo além de lidar com a mesa do oponente, além de se complementarem com excelência e punirem juntos estratégias muito distintas.

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Liliana of the Veil foi, durante semanas, um dos cards mais comentados e odiados dessa temporada ao lado de Invoke Despair. Ambos tem em comum o fato de trabalharem com a assimetria de recursos: ou você está reduzindo a quantidade de opções do oponente, ou está acumulando as suas. Eles punem as estratégias de "go big" ou arquétipos que buscam conjurar uma ameaça por vez e realizar trocas de 1-por-1, enquanto são punidas por arquétipos de "go wide", que jogam múltiplas ameaças na mesa ao ponto de que perder uma delas torna-se irrelevante.

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The Meathook Massacre entra nesse sentido — ela não só pune o "go wide" ou arquétipos que tentam jogar em torno de Liliana of the Veil populando a mesa com pequenas ameaças, como também ajuda seu controlador a recuperar o fôlego e evitar que uma ou duas mágicas de burn como Lightning Strike finalizem o processo.

Ou seja, até antes do banimento, você precisava escolher o seu veneno: tentar ganhar na race com várias criaturas em jogo e ser punido com um sweeper flexível que só cresce em eficiência a cada turno, ou tentar jogar ameaças impactantes, uma de cada vez, e ser punido por trocas mais eficientes do outro lado da mesa com um Planeswalker.

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Agora, a Wizards basicamente decidiu pelos jogadores qual veneno precisava ser removido, e com The Meathook Massacre sendo praticamente onipresente em todos os arquétipos, esse banimento ajuda a enfraquecer em termos gerais os Midranges pretos e busca, através da ascensão dos decks Aggro, ampliar a diversidade do Metagame.

Esse banimento foi a decisão certa?

Não há uma escolha "certa" ou "errada" em relação ao que banir no Standard hoje. Nas redes sociais, várias pessoas comentaram que "apenas" um sweeper não será o suficiente para encerrar o reinado dos Midranges pretos, e eles estão certos: a pool de cartas disponível para essa estratégia é muito eficiente, e banir cinco ou mais peças de uma única vez é uma decisão comercialmente ruim que causaria ainda mais rejeição pública — a Wizards tentou intervir naquilo que realmente está presente na maioria das listas e de modo cirúrgico, a predominância em si só será consertada pela ampliação de estratégias viáveis, passando também pelas novas peças que saírem nos próximos lançamentos.

Nesse sentido, não há como afirmar que banir The Meathook Massacre foi uma boa opção, mas ela era a única opção.

No entanto, a predominância de uma cor, combinação ou arquétipo é parte natural do Standard dada a menor disponibilidade de opções e respostas eficientes para toda categoria de ameaça que surgir em cada novo set. Poucos anos atrás, combinações de UGx estavam muito acima do resto do Metagame, em outros momentos, Blue-Based eram parte das principais estratégias, e não podemos esquecer da época em que Goblin Chainwhirler era tão predominante que os melhores decks do formato eram basicamente Mono Red com splashes.

Ou seja, consertar o Standard não se trata apenas de banir, mas também do uso eficiente de novos lançamentos para ampliar a diversidade. Acho difícil que o R&D tenha trabalhado em The Brothers' War com a predominância dos Midranges em mente, mas se ela trouxer outras opções igualmente poderosas para as demais cores, já se criam meios de balancear o equilíbrio e diversidade do formato, e é nisso que devemos apostar no momento.

Para onde o Standard vai agora?

Black-Based Midranges permanecerão no topo.

Já olhamos o suficiente para o passado, então vamos considerar o que nos aguarda no futuro. E o primeiro ponto que deve ficar claro é que essas estratégias não morreram e, provavelmente, continuarão no topo do formato.

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O Esper Midrange é o melhor deck do Standard hoje. Ele tem as melhores ameaças, uma manabase estável, força o 2-por-1 melhor do que outras estratégias e conta com uma variedade de opções diversa que o possibilita ter variantes mais agressivas com two-drops eficientes, ou ampliar o escopo das jogadas de atrito com mais Planeswalkers.

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Outras estratégias que não desaparecerão são as listas de Rakdos e/ou Rakdos com splash. Afinal, não só eles ainda contam com a base sólida proporcionada por Bloodtithe Harvester, removals baratos e uma engine ou outra própria de cada versão, além da melhor carta do formato atualmente: Fable of the Mirror-Breaker.

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A propósito, muitas pessoas especulavam que a saga de Kamigawa: Neon Dynasty levaria o ban no Standard e no Pioneer pela sua presença e power level. Não aconteceu, e podemos supor que não ocorrerá tão cedo, dado que o card nem sequer foi mencionado no anúncio dessa segunda-feira.

Aggro pode ganhar mais espaço no formato

Para responder a atual composição dos Midranges, provavelmente teremos um acréscimo de estratégias go-wide para capitalizar em cima das trocas de 1-por-1.

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O Gruul Aggro provavelmente será uma das opções mais eficazes nesse quesito por misturar bem a necessidade de um clock rápido e impactante com ameaças resilientes que punem o oponente por usar seus removals no timing errado.

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Mono Red também é uma estratégia mais viável agora que não precisa se preocupar do seu progresso ser anulado com apenas uma carta como The Meathook Massacre fazia com o lifegain.

Mesmo que suas criaturas morram no médio prazo, seus burns e outras ameaças que forçam o 2-por-1, como Bloodthirsty Adversary e Squee, Dubious Monarch podem ajudar a manter a pressão sobre o oponente no mid-game.

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Pelo mesmo motivo, Boros Aggro e as variantes Mono-White podem aparecer com mais frequência agora, mas precisarão se readaptar para punir as trocas de 1-por-1 do oponente com meios de interagir e/ou atrasar suas jogadas.

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O Naya Humans é outro arquétipo que parece promissor com o novo banimento pela qualidade de suas ameaças acopladas a poderosas engines de valor, como Elspeth Resplendent.

Afinal, Control terá espaço agora?

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Com uma possível ascensão dos Aggros nas próximas semanas, decks Control terão espaço para os combaterem, ou os Midranges se adaptarão rápido demais e não abrirá espaço para que estratégias como Azorius ou Jeskai tenham espaço?

Suponho que esse arquétipo permanecerá em baixa nas próximas semanas pela ausência de respostas mais abrangentes no Standard hoje. Com os próximos sets, esses decks possivelmente terão mais espaço no Metagame conforme cards mais eficientes forem sendo lançados e adicionados ao formato.

Conclusão

Isso é tudo por hoje.

Apesar do banimento impactar vários dos arquétipos que estão no topo hoje, a ausência de The Meathook Massacre provavelmente não exercerá impacto o suficiente para tirá-los do topo do formato. Mas sem o encantamento, decks mais agressivos que apostas na quantidade ao invés da qualidade podem tentar suceder jogando "por baixo" e/ou forçando trocas desfavoráveis sem a preocupação de todo seu progresso ser anulado por um sweeper acoplado a lifegain.

Provavelmente, o estado do Standard só mudará conforme The Brothers' War e outros sets forem lançados durante a temporada. E até lá, os jogadores terão de decidir se querem acompanhar esse Metagame ou explorar novas opções em outras modalidades do Magic Arena, já que outra banlist provavelmente não sairá tão cedo á menos que algo novo definitivamente quebre o formato.

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Obrigado pela leitura!