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Carta Destaque: Liliana of the Veil no Pioneer e no Standard

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Liliana of the Veil será reprintada em Dominaria United. Nesse artigo, analisamos seu potencial e impacto para o Standard e o Pioneer!

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تمت مراجعته من قبل Tabata Marques

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É oficial: Liliana of the Veil será reprintada em Dominaria United, tornando-se o primeiro reprint de um Planeswalker no Standard fora de um Core Set.

Para os que não conhecem, essa Liliana foi por muitos anos uma das melhores Planeswalkers do jogo, foi uma staple de Modern por muito tempo e até aparecia regularmente no Legacy — mas com o Power Creep ocasionado pela filosofia de F.I.R.E., ela deixou de ser uma staple após o lançamento de Modern Horizons, e hoje vê jogo ocasional em arquétipos como o Rakdos Midrange e o Jund, onde aparece em aproximadamente 50 a 60% das listas dos últimos meses.

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Nesse artigo, onde vamos entender como exatamente ela funciona e de que formas podemos tirar proveito dela, gostaria de ressaltar que eu não acredito que um reprint de Liliana of the Veil esteja tão acima do Power Level atual de um Standard onde outras staples de múltiplos formatos como The Wandering Emperor e Fable of the Mirror-Breaker estão presentes. Ela se encaixa bem nessa categoria e apenas demonstra em qual base podemos mensurar o power creep da próxima temporada.

Entendendo a Liliana do Véu

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Tenho certeza que você consegue ler a carta, então eu não vou explicar exatamente como cada uma das habilidades funciona, mas sim o aspecto prático onde elas se encaixam, como tirar proveito delas e em que circunstâncias a Planeswalker realmente se encaixa bem em determinadas estratégias.

Liliana of the Veil possui uma redução de recursos simétrica e recorrente (descarte da mão), acoplada com uma redução de mesa assimétrica (sacrifício) e um ultimate muito punitivo em jogos longos onde os oponentes não aplicam pressão — isso a torna decente contra quase todo tipo de estratégia, mas ela é excelente em mirrors de Midrange, boa contra Control e menos útil contra Aggro "go-wide" como Humans, enquanto é decente contra os Aggro "go big", como Bogles — e no que concerne a características do Metagame, Liliana brilha em formatos voltados para o atrito, enquanto também funciona bem em um Metagame focado em combos quando acompanhada de outras disrupções como descartes.

Em todos os sentidos, Liliana é uma carta de Midrange porque demanda que você seja proativo enquanto pune seus oponentes reduzindo os recursos deles, puxando-os para o modo do topdeck onde, normalmente, suas cartas serão melhores e/ou você terá os mecanismos ideais para comprar mais cartas do que o oponente, ou caso você tenha algum efeito que tire proveito de cartas do seu cemitério, como Flashback, Escape, ou criaturas como Tenacious Underdog e Scrapheap Scrounger.

Ela também oferece a inevitabilidade de manter a mesa limpa caso você consiga remover todas as criaturas do campo de batalha, punindo ainda mais o topdeck ao garantir que, independente do que eles comprem, ou será descartado no turno seguinte, ou se for uma criatura sem impacto imediato, será morta pela habilidade de sacrifício.

Por fim, o ultimate de Liliana pode ser extremamente punitivo, ou completamente irrelevante, a depender do desenrolar da partida: normalmente, ela é excelente em partidas de Control ou jogos contra Midrange que se estendam demais, onde você precisa forçar seu oponente a escolher entre seus terrenos e suas bombas, ou se ele usa permanentes utilitárias demais e você precisa forçá-lo a tomar decisões difíceis entre manter a viabilidade de cards como Manlands ou preservar a manabase — é um verdadeiro quebra-cabeças, mas um que só é relevante quando você já reduziu ao máximo os recursos da mão do oponente, o que lhe permite tomar uma decisão estratégica mais consciente e com menos fatores de variância.

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Essa junção de habilidades e a maneira como elas interagem entre si, tornam de Liliana of the Veil uma Planeswalker extremamente sólida. Não especificamente quebrada ou opressiva, apenas sólida. E para tirar proveito dela, nosso deck precisa fazer com que seus prós compensem seus contras.

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Se observarmos uma lista clássica de Jund anterior ao aumento de power level, constatamos que há diversas maneiras de fazer isso — através de efeitos de 2-por-1 mais impactantes como Kolaghan's Command e Bloodbraid Elf, ou com criaturas que disponibilizam um clock muito rápido como Tarmogoyf, ou com um fluxo card advantage constante como Dark Confidant, ou com meios de mitigar o estrago como Seasoned Pyromancer, onde todos eles garantem que você tenha mais recursos ou cartas mais importantes que a do seu oponente numa guerra de atrito — porque, no final das contas, Liliana of the Veil é justamente uma máquina de atrito que pressiona o oponente a ser mais rápido ou acumular mais valor antes que seus recursos sejam esgotados.

Liliana of the Veil no Standard

Na sua era de Standard anterior (Innistrad / Ravnica), Liliana não viu tanto jogo por uma pequena junção de fatores do Metagame, já que mesmo com Jund sendo o melhor deck do formato, haviam interações muito poderosas para cada uma das habilidades dela: Loxodon Smiter era forte o suficiente como uma criatura de Maindeck e era extremamente punitivo contra descarte, Voice of Resurgence e Thragtusk eram staples e você não queria seus oponentes sacrificando eles porque gerava um 2-por-1 positivo no campo de batalha deles, Unburial Rites era parte elementar de um arquétipo que consistia em reanimar Angel of Serenity.

Ou seja, apesar de Liliana ser uma carta excelente, o entorno dela era extremamente hostil para que ela pudesse ser uma staple contra uma variedade de estratégias — nem mesmo contra Control ela era tão útil porque era fácil para o oponente superar você em número de cards na mão com Sphinx's Revelation, e isso a tornou apenas uma peça complementar no maindeck e sideboard de alguns arquétipos.

Sem um conhecimento amplo do que nos aguarda em Dominaria United, é difícil avaliar se o mesmo acontecerá com ela nessa temporada, ou se ela terá mais potencial porque o formato não será tão responsivo às suas habilidades.

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Existem alguns meios interessantes de se aproveitar do descarte simétrico de Liliana no formato, mas o que realmente importa não é se você consegue reutilizar o que você colocar no cemitério, e sim se você consegue acumular mais valor do que seu oponente enquanto força os dois jogadores a entrar no modo de topdeck.

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Nesse sentido, sim, o Standard tem os elementos necessários para tirar proveito de Liliana — cards como The Meathook Massacre mantém a mesa limpa, Sorin the Mirthless garante corpos no campo de batalha e cartas na mão e Invoke Despair garante uma bomba de topdeck que vira jogos instantaneamente.

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Se olharmos para combinações de duas ou três cores, as coisas parecem ainda mais promissoras para ela, já que há diversas outras maneiras de criar ameaças altamente impactantes na mesa e acrescentar card advantage na sua combinação.

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Falando nisso, um ponto muito interessante tanto para o Standard quanto para o Pioneer é como Liliana of the Veil e Fable of the Mirror-Breaker são meio que uma antítese uma do outro: enquanto Liliana quer menos recursos na sua mão, Fable prefere uma mão cheia onde você tenha o que descartar.

Enquanto Liliana quer uma mesa vazia no outro lado, Fable garante um token para ser sacrificado em caso da Planeswalker entrar em jogo no turno 3 - essa dinâmica entre eles será essencial de se compreender enquanto ambos estiverem presentes no Metagame, e acredito fielmente que a saga de Neon Dynasty será um dos cards mais jogados da próxima temporada.

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Dominaria United também está trazendo algumas interações boas com a Planeswalker, como The Raven Man garantindo um token todo turno em que você optar por fazer os jogadores descatarem cards, e Evolved Sleeper funcionando como um poderoso mana sink no late-game que também oferece um draw extra a cada turno.

No final das contas, considero que Liliana tem muito potencial no Standard e deixa um Black-Based ou até Mono-Black Midrange ainda mais próximo da realidade, mas precisamos avaliar quais outras cartas de alto impacto estarão presentes na nova edição e como elas mudarão o Metagame ao ponto de tornar dessa Planeswalker boa ou ruim conforme o contexto geral.

Liliana of the Veil no Pioneer

No Pioneer, no entanto, nós temos uma visão bem amplificada do que podemos esperar de uma das antigas staples do Modern.

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O primeiro ponto que precisamos considerar é que o Metagame do Pioneer é significativamente mais hostil para Liliana — arquétipos como Izzet Phoenix, Greasefang, Boros Heroic, dentre outros, são listas que interagem ativamente com seus cemitérios e até agradecem se o oponente os forçar a descartar um card, e todos eles conseguem também jogar relativamente bem em volta da habilidade de sacrifício.

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Além disso, Liliana of the Veil também não é muito útil contra arquétipos como o Rakdos Sacrifice (já que o -2 sempre levará embora um token, ou um Cauldron Familiar e a habilidade de descarte tende a ser menos relevante e mais prejudicial para você nesse tipo de partida), e agrega muito pouco em uma das piores matchups dos Midranges atualmente — o Mono Green Ramp.

Não estou dizendo que ela é ruim, ela só não parece a staple instantânea que algumas pessoas estão agindo como se ela fosse — assim como toda carta de Magic, Liliana requer um Metagame específico onde ela possa brilhar, e não tenho certeza se estamos nesse Metagame.

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Então, em quais arquétipos ela pode entrar?

A primeira conclusão seria no Rakdos Midrange, mas... Ele tem espaço no Maindeck?

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O Rakdos Midrange é a estratégia mais famosa do Pioneer e do Explorer hoje, e seus slots de three-drops é muito cheio, com todas essas cartas fazendo algo incrivelmente relevante: Graveyard Trespasser oferece lifegain e é um hate de cemitério que também gera um clock, Bonecrusher Giant é remoção e ameaça impactante, e Fable of the Mirror-Breaker é uma das cartas mais poderosas de todos os tempos.

Subindo a curva, temos Kalitas, Traitor of Ghet, uma ótima tech anti-aggro e útil contra Midranges que também funciona como um hate de cemitério, e Chandra, Torch of Defiance é remoção, card advantage e wincondition em um único slot — onde tem espaço pra Liliana of the Veil nessa lista?

Além disso, em que partidas ela realmente melhora o seu jogo? Nas Mirrors? Contra Control? Ela definitivamente ajuda contra Combo e pode se apresar de arquétipos como o Heroic, mas o Rakdos já não costuma ter todos os elementos necessários para lidar com eles? Ela faz algo contra os decks que jogam por cima, como o Mono-Green ou o Niv-to-Light?

No que concerne ao Rakdos Midrange (e apenas a ele), creio que Liliana será uma boa peça de Sideboard que pode ser experimentada no Maindeck conforme o Metagame se adaptar, ou se o formato mudar ao ponto dela ser necessária, e provavelmente a veremos no main de algumas listas, já que ela parece espetacular na Mirror Match - provavelmente tomando alguns slots que anteriormente eram mais flexíveis, ou reduzindo o número de cópias de Bonecrusher Giant, já que ambos funcionam como remoções com benefícios.

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Isso não significa, de maneira alguma, que o reprint de Liliana é ruim: ela só não parece agregar muito ao arquétipo onde todo mundo quer.

Por exemplo, o Rakdos Arcanist é uma estratégia excelente pra Liliana porque ela meio que faz tudo o que você precisa: esse costuma ser um ótimo deck de Kroxa, Titan of Death's Hunger, que normalmente procura esvaziar os recursos do oponente através de descartes baratos e remoções, possui uma dúzia de meios de reutilizar suas mágicas e consegue acumular card advantage todo turno por um custo muito baixo, além de poder tirar o maior proveito de ambos os efeitos da Planeswalker.

Porém, o Rakdos Arcanist é uma estratégia falha no Metagame desde o banimento de Lurrus of the Dream-Den, e existe muito hate de cemitério incidental no Metagame hoje, então não tenho tanta confiança se esse é o melhor lar para Liliana.

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É claro, Liliana of the Veil é uma ótima peça para Greasefang ou qualquer outro arquétipo cuja estratégia envolva ter um jogo longo e colocar coisas no próprio cemitério, mas creio que a Planeswalker pode ser lenta demais para o Maindeck da atual versão de maior sucesso — Abzan — então precisaremos avaliar o possível espaço dela nas variantes de Mardu ou Esper.

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Além disso, a Planeswalker é muito útil em estratégias que reaproveitam o cemitério como o Mono-Black Aggro e posso facilmente ver sua inclusão no Maindeck dessa lista no lugar de algo como Murderous Rider — e conforme a necessidade de drops mais altos for diminuindo e o clock for ficando mais agressivo, consigo imaginar um retorno dessa estratégia no Metagame. Sem contar também que fazer a curva perfeita de Liliana of the Veil no turno 3 e Rankle, Master of Pranks no turno 4 pode ser devastador caso não seja respondido.

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Também existem uma infinidade de outras opções disponíveis no formato, como as listas com Doom Foretold ou que procuram reaproveitar ETBs com Yorion, Sky Nomad, ou a versão mais voltada pro Late-Game do Dimir Control que tenta esvair constantemente os recursos do oponente e reaproveita seu cemitério com Dig Through Time, ou no Golgari Midrange, etc.

Ou seja, considero que a chegada de Liliana of the Veil no Pioneer é ótimo, mas ela não parece mais a grande ameaça que um dia foi. Será importante, provavelmente aparecerá no maindeck de algumas listas, mas não agrega tanto ao Rakdos Midrange hoje ao ponto de torná-lo opressivo.

Conclusão

Isso é tudo por hoje.

Gostaria de ressaltar que essa é uma análise individual, feita no mesmo dia em que a carta foi revelada e considerando apenas o meu ponto de vista particular referente ao assunto, então leve essas considerações com alguma cautela e, se houver algo que estou me esquecendo ou desconsiderando, fique à vontade para deixar (respeitosamente) nos comentários!

Obrigado pela leitura!