Magic: the Gathering

Review

Legacy - Review de Lord of the Rings: Tales of Middle-earth para o formato!

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Vamos ver o que os personagens da Terra Média trazem ao mundo do Legacy. A maior história de Fantasia de todos os tempos chegou ao maior card game do mundo!

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revisado por Tabata Marques

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Uma Expansão muito esperada

Eles estão levando os Hobbits para Isengard!

Se o meu eu adolescente lá no longínquo ano 2001 escutasse que seria lançada uma expansão de Magic baseada na maior obra de J. R. R. Tolkien, ele ficaria seriamente indeciso entre ter uma ataque cardíaco fulminante ou chamar isso de uma mentira deslavada. Pois bem, aconteceu, é verdade. 22 anos após o lançamento do primeiro filme e 69 anos após o primeiro livro, Gandalf, Frodo, Aragorn e todos esses (muitos!) personagens chegaram ao maior card game do mundo. No passado, já existiram outros card games baseados na franquia (Middle-earth CCG, The Lord of the Rings TCG e The Lord of the Rings: The Card Game), mas agora eles são introduzidos em um jogo já bem estabelecido com uma grande base de jogadores.

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Quanto à expansão em si, ela segue a linha de Modern Horizons 1 e 2, sendo válida nos formatos até Modern (Vintage, Legacy, Modern, Pauper e Commander). São 281 cartas novas (101 comuns, 80 comuns, 60 raras, 20 míticas e 20 terrenos básicos).

Mecânicas de LOTR

A principal mecânica apresentada na série é The Ring Tempts You (O Anel Tenta Você), em breve comentarei mais sobre. Outras mecânicas da expansão são a atualização de Amass (Arregimentar), que agora cria uma ficha de Exército Orc (a mecância original de War of the Spark agora foi renomeada Amass Zombies e cria fichas de Exército Zumbi); uma grande ênfase em Food Tokens (Comida), com várias interações e geradores e também Basic Landcycling (Reciclar Terreno Básico) que retorna em algumas cartas, com foco principal em formatos Limited.

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Voltando à mecânica do Anel, ela funciona assim: quando alguma carta Tenta você, caso você ainda não tenha, você recebe um emblema The Ring (The Ring Card // The Ring Tempts You Card). Esse emblema contém uma série de habilidades cumulativas que duram pelo restante do jogo. Depois disso, você escolhe uma criatura que você controla para se tornar ou, caso ela já seja, permanecer como o Portador do Anel.

Importante relembrar que a habilidade acontece e progride mesmo que você não controle nenhuma criatura. A criatura escolhida permanece como seu Portador do Anel até que ela saia de jogo, o Anel tente você novamente e você escolha outro Portador, ou que você perca o controle dessa criatura – e cada jogador só pode ter apenas um Portador.

Na primeira vez que o Anel Tenta você, o emblema (e consequentemente o Portador escolhido) ganha a primeira habilidade da lista – o Portador se torna Lendário e não pode ser bloqueado por criaturas com poder maior que o seu. A cada nova ativação, o Anel recebe a próxima habilidade da lista, mas mantém todas as outras já ganhas. Caso adquira todas as quatro habilidades, cada nova Tentação não gera novas habilidades, mas permite que se escolha um novo Portador.

Além disso, alguns cards possuem habilidades desencadeadas que acontecem quando o Anel Tenta você – essas habilidades acontecem mesmo que você não controle nenhuma criatura ou que o emblema já tenha ganho todas as habilidades – e algumas cartas se referem ao Portador do Anel, como Sauron the Necromancer, por exemplo.

A mecânica, portanto, favorece decks com bastante criaturas para serem Portadoras do Anel e com algumas ativações da habilidade, o Portador torna-se uma criatura difícil de ser bloqueada e que pode pressionar rapidamente o oponente. Decks como Maverick, Death & Taxes, Ninjas e Jund podem fazer bom uso de um camarada semi-imbloqueável, que filtra uma carta ao atacar, mata aquelas que podem bloqueá-lo e que faz o oponente perder 3 pontos de vida extras ao conectar.

Ufa, com isso fora do caminho, vamos enfim à análise:

Branco

Boromir, Warden of the Tower

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Cartas Mono White com efeitos que atrapalham o jogo do seu oponente são muito úteis em Legacy. Boromir é mais um nessa longa lista e sua habilidade é bastante interessante, travando não só os counters de custo alternativos, como a enxurrada de artefatos de custo 0 de alguns decks como, muito importante dizer, as Encarnações de MH2 se Evocadas.

A segunda habilidade também é relevante para lidar com remoções globais, geralmente um problema para esses decks. Boromir já está de olho numa vaguinha no White e Boros Initiative e até, quem sabe, no Maverick e Death & Taxes.

Forge Anew

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Hammer Time é um deck que tem feito de maneira bem eficiente a transição do Modern para o Legacy. Com a habilidade desencadeada de Sigarda’s Aid, equipar um Colossus Hammer é bem simples, mas se a criatura for removida, se não for pelo eventual Puresteel Paladin, o Equipamento fica ali só fazendo número na mesa.

Entra em cena esse encantamento que representa a hora na qual os elfos reforjam Andúril, a Espada de Aragon! De cara, ela já traz de volta algum dos seus Equipamentos destruídos ou descartados. Daí, ele já te permite, sem a necessidade Metalcraft, equipar o Martelão ou até mesmo a Kaldra Compleat, ou um Batterskull, de graça. E com velocidade instantânea durante o seu turno. Isso é particularmente útil quando o oponente apresenta bloqueadores.

Muito provavelmente deve ser o novo brinquedo desse deck.

Reprieve

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“Ah, mas isso é um Remand, isso não joga em Legacy!”

Não, meu caro amigo, isso é um Remand Branco! E que acerta Supreme Verdict. Decks como Death & Taxes, White/Boros Initiative, Maverick, Naya Depths, entre tantos outros, não podem se dar ao luxo de adicionar Azul para tentar ter cartas que lidem diretamente com a Stack.

Ganhar essa alternativa dentro das suas cores básicas é uma baita ferramenta e, num formato onde cada centímetro de vantagem conta, ganhar um turno para um deck que muitas vezes só precisa disso pode fazer toda a diferença. Esse é meu palpite para carta mais underrated do set para o Legacy.

Samwise the Stouthearted

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O corajoso Sam concede uma vida extra às suas permanentes e avança a Tentação do Anel mais um pouco.

Sabe uma permanente que joga em decks Brancos de criaturas que costuma ir bastante ao cemitério? É uma tal de Wasteland. Sam possui muitas interações interessantes no Death & Taxes e no Maverick, além da citada acima.

Com um Aether Vial ativo, ele pode resgatar uma criatura importante morta e o artefato já a coloca de volta em campo na sequência. Com Flickerwisp, você rapidamente chega ao 4º nível de Tentação enquanto reabastece sua mão.

É bem possível vê-lo jogando até mesmo com o amiguinho Boromir, Warden of the Tower, que pode tomar uma pelo time e já ser resgatado para mais uma rodada.

Azul

Borne Upon a Wind

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Decks Control gostam de cartas como Faerie Mastermind ou Snapcaster Mage pela possibilidade de poder passar com mana para respostas em aberto e mesmo assim ter o que fazer caso o oponente não ofereça uma alvo. Borne Upon a Wind oferece a possibilidade de usar esse mana para encaixar um Planeswalker ou um Monastery Mentor no final do turno do seu oponente, o que pode oferecer um turno livre ao se desvirar os seus terrenos e ainda compra uma carta.

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Mas isso por si só não torna essa carta atraente para usá-la no formato.

O que torna essa carta particularmente atrativa, é seu uso combinado com Day’s Undoing, uma carta que já joga em muitas listas de UW e Jeskai, combinada com Teferi, Time Raveler, Narset, Parter of Veils e/ou Hullbreacher. Poder fazer esse feitiço no final do turno do seu oponente sem ter que baixar as defesas para encaixar o Teferi permite um estilo de jogo bem mais reativo, o que eu sei que agrada uma grande parcela dos jogadores.

E assim como uma das cartas favoritas do arquétipo, Dress Down, existem sempre a possibilidade de ciclar por 2 manas caso a situação seja necessária.

Stern Scolding

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Contramágicas AZUIS que custam mana (antes que alguém venha falar de Reprieve!) tem que ser muito efetivas em Legacy, daí o motivo de verem pouco jogo num formato em que Daze e Force of Will. Spell Pierce, Flusterstorm e Mystical Dispute estão entre as principais representantes desse grupo.

Stern Scolding atinge muita coisa importante do formato por um custo bem efetivo e pode aparecer em alguns sideboards dependendo de como o metagame se desenhe.

Preto

Call of the Ring

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Um dos problemas com a mecânica do Anel é como encaixar várias maneiras de ativá-la sem ocupar muito espaço no seu deck. Pois bem, esse encantamento fornece uma maneira contínua de avançar o seu Emblema ao mesmo tempo que oferece uma maneira de recuperar seu investimento em cartas.

Vejo como uma carta para aqueles jogos de atrito, onde um Aggro precisa forçar um pouco mais de pressão sem perder o gás.

Orcish Bowmasters

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Como eu disseem meu artigo sobre destaques para o Legacylink outside website, essa carta é a que está gerando mais hype para o Legacy.

Orcish Bowmasters faz muitas coisas por pouco mana e tem a possibilidade de fazer um estrago contra a carta mais popular do formato – Brainstorm. É flexível o suficiente para ser encaixada em vários decks e é útil contra a maioria dos oponentes. Devemos ver vários Exércitos Orcs marchando em breve!

Vermelho

Cast into the Fire

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Abrade é uma carta que costuma aparecer ocasionalmente por ser uma resposta versátil a um custo justo. Cast into the Fire carta tem uma função parecida. A parte de exilar artefato é obviamente melhor, pois lida com uma carta muito problemática para decks vermelhos: Kaldra Compleat. Além disso, pode quebrar redes de recursão de cemitério.

A parte de remoção de criaturas vai depender do meta: Abrade lida melhor com Delver of Secrets (mata os 2 lados da carta), Dragon’s Rage Channeler delirado, todas as criaturas do Red Prison, para citar alguns usos.

Cast into the Fire é melhor contra Elfos, Mother of Runes (em resposta à ativação dela, Cast mata tanto a Madre quanto a Thalia, Guardian of Thraben), Infect e Goblins, por exemplo.

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Vejo-a basicamente como uma carta que vai aparecer em formatos onde a Kaldra é mais frequente e a segunda habilidade é um bônus que vai ser útil em alguns outros jogos.

Display of Power

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Display of Power basicamente reduz pela metade a necessidade de mágicas para obter uma contagem letal de Storm (Rajada): uma Tendrils of Agony com mais 4 cópias na pilha ou um Grapeshot com outras 9 cópias, cada uma dessas mágicas pode ser copiada de uma vez só.

Pode ser apenas engraçadinho ou pode ser que seja uma nova maneira de se montar o deck, e com mais ferramentas de defesa, já que não há a necessidade de se gerar tantas mágicas para obter letal.

Moria Marauder

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Decks de Goblins podem considerar essa carta aqui, porém considero que ele está atrás na fila tanto de Warren Instigator em relação a efeito desencadeado por dano de combate quanto de Conspicuous Snoop quanto a Card Advantage, somente para citar cartas com o mesmo custo de mana.

There and Back Again

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Menção honrosa. 5 manas é mana demais para o Legacy e essa carta não deve ver nenhum jogo, embora o terceiro capítulo seja extremamente forte.

Trago-a aqui apenas para ressaltar como o flavor é forte nesse set e essa carta representa o ápice disso: No primeiro capítulo, Bilbo encontra o Anel, fica invisível e foge de Gollum. No segundo capítulo, a comitiva chega a Erebor, a Montanha Solitária. E no terceiro, após derrotar o dragão Smaug, 1 Tesouro é criado para cada um dos 13 anões da Comitiva e 1 para Bilbo, o Ladrão. Sensacional!

Verde

Delighted Halfling

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Não há falta de “mana dorks” (criaturas de 1 mana que viram para adicionar 1 mana) em Legacy, portanto a competição é acirrada para a jovem Halfling.

Porém, ela tem 2 fatores jogando a seu favor:

O primeiro é que ela tem 2 de Resistência, o que a torna bem menos vulnerável do que seus colegas Noble Hierarch e Birds of Paradise, por exemplo. Isso ganha ainda mais importância com a chegada de Orcish Bowmasters ao formato, um exímio caçador de criaturas /1.

Já o segundo fator é o efeito "Cavern of Souls" que ela adiciona a criaturas Lendárias.

Essa menina no turno 1 pode garantir uma Thalia, Guardian of Thraben incounterável no turno 2 e ainda deixa espaço para aquela Wasteland marota.

Elven Farsight

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Preordain verde? Ok, não é tão boa quanto a cantrip Azul, mas afinal de contas, quem é? Ter acesso a até 4 cartas por 1 mana com uma boa chance de se repor é uma alternativa que não se vê todo dia fora da cor mais roubada do formato.

Decks com uma boa densidade de criaturas que querem encontrar peças-chave rapidamente podem muito bem se interessar em Elven Farsight.

Dourado

Éowyn, Fearless Knight

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Embora a curva de custo 4 do Boros Initiative seja primariamente formada pelos exploradores de The Initiative Card // Undercity Card, a cavaleira que derrotou o Rei-Bruxo de Angmar parece ser uma opção interessante para quebrar mesas complicadas e aplicar pressão ao mesmo tempo, particularmente contra outros decks de Initiative, além de ser bem útil contra coisas frequentes como Murktide Regent, Tarmogoyf, Death’s Shadow ou Knight of the Reliquary.

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Prince Imrahil the Fair

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Combine esse príncipe com Staff of the Storyteller e temos um motor. Adicione (como assim adicione, se o deck for Azul, elas já estarão lá!) Brainstorm e Ponder e a fábrica de Soldados está aberta.

É verdade que Monastery Mentor faz isso tudo bem mais rápido. Mas tem aquele pequenino detalhezinho que faz uma diferença crucial: Imrahil paga o custo de Force of Will.

Théoden, King of Rohan

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Humanos é um deck que está ali rondando o Meta tentando se tornar o principal deck tribal do Legacy, com maior ou menor grau de sucesso. O que o Rei de Rohan oferece é a possibilidade de fazer um Champion of the Parish ou um Thalia’s Lieutenant encerrar o jogo bem rapidamente, algo que às vezes o deck tem dificuldade. Double Strike é uma habilidade bem forte quando combinada com buffs.

Artefato

Glamdring

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Todo e qualquer Equipamento em Legacy vai sempre viver à sombra de Kaldra Compleat, Batterskull e Umezawa’s Jitte. Para se considerado, ele tem que fazer algo que eles não fazem. A primeira habilidade da espada de Gandalf é semelhante a Runechanter’s Pike, porém custa ainda mais para ativar. O prospecto não é bom.

Mas a segunda habilidade… A maioria dos decks de Stoneforge Mystic não conseguem extrair valor dessa carta porque não possuem muitas mágicas, a exceção é o Stoneblade. Esse deck não só pode bater forte com Glamdring, como ainda trapacear alguma coisa em campo. Vamos ver!

The One Ring

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Tirando o fato de que algum felizardo vai se dar muito bem ao abrir o Anel serializado 001/001link outside website, o Artefato em volta do qual toda a história é centrada tem seus usos também. 4 manas, como eu costumo dizer, é bastante coisa em Legacy, especialmente se você tiver que ficar exposto ao seu oponente.

Felizmente, no turno em que você joga o Anel, seu oponente não pode fazer muita coisa contra você, e você pode colocar o Anel para gerar recursos. Infelizmente, a sua cláusula impede a recursão do efeito via Goblin Welder, ou teríamos um problema aí.

É lento, sim, mas a proteção de um turno pode ser a diferença entre jogável e inútil. E se você encontrar maneiras de recursar o seu efeito de proteção (Teferi, Time Raveler, por exemplo), alguns decks ficam simplesmente rendidos.

Stone of Erech

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{-insira aqui artefato de 1 mana genérico que afeta cemitério-}

Parece que em toda edição temos algo assim. Infelizmente, 2 manas para ativar complica a vida da nossa pedra aqui, e Soul-Guide Lantern acaba parecendo uma opção melhor.

Terrenos

Barad-dûr

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Terrenos que entram virados não costumam sem uma boa mercadoria em Legacy, mesmo que esse tenha uma cláusula que remotamente irá fazê-lo entrar em pé. O que há de positivo aqui é para um arquétipo Control a possibilidade de ter um finisher que não ocupa espaço no deck.

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Não se engane, um Grixis pode muito bem matar um desavisado com um Fatal Push ou Lightning Bolt e Arregimentar um Exército 2/2 no final do turno como se fosse apenas uma quinta-feira normal para ele.

Minas Tirith

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Por um lado, Minas Tirith pode se encaixar em decks bem mais capazes de fazê-la entrar em desvirada e esses mesmos decks não devem ter muita dificuldade em ativar sua habilidade. Por outro lado, esses decks tem muito mais a perder quando ela entra virada do que os decks que podem se interessar por Barad-dûr.

Talvez os Death & Taxes de Yorion, Sky Nomad não se importem de abrir uma vaga entre as Planícies para encaixar a capital de Gondor.

Fim? A Jornada Não Acaba Aqui

Parafraseando o grande Bilbo Bolseiro, “não sei se metade dessa expansão irá jogar metade do que eu gostaria; e gosto de menos da metade das cartas para o Legacy a metade do que elas merecem”.

Por ser um set legal apenas até o Modern, existia muita expectativa de que o Senhor dos Anéis seria Modern Horizons 3. Não é o caso, não temos aquela enxurrada de coisas quebradas como as Forças de MH1 ou as Encarnações. Muito da expansão parece ser voltada para o Limited (e o Draft dessa expansão parece ser sensacional) e muita coisa está num power level que poderia jogar tranquilamente em Standard.

Mas dito isso, é uma série com adições interessantes e deck sim causar um impacto no formato. E é o Senhor dos Anéis, pelo amor de Ilúvatar! Um abraço e até a próxima.