Mind's Desire desbanida no Legacy: Análise

Legacy: Mind’s Desire is unbanned.

Com essas palavras acima, a Wizards afirmou que não apenas está satisfeita com a situação do formato, mas que acredita que ele está pronto para receber uma carta que já era banida quando o Legacy foi criado a partir do formato tipo 1.5, lá em Setembro de 2004: Mind’s Desire!

Considerada a carta mais forte de uma das mecânicas mais quebradas do Magic, Storm (Rajada), Mind’s Desire nunca teve a oportunidade de brilhar no Legacy, por isso a maior parte da experiência dos jogadores com a carta vem da versão do deck no falecido formato Extended.

Então qual será o seu impacto no formato é uma verdadeira incógnita, mas a gente pode especular um pouco.

Antes de entrarmos mais a fundo no assunto Mind’s Desire, vamos primeira fazer alguns comentários sobre a ausência de banimentos nesse último anúncio.

Primeiro, gostaria de dizer que concordo com a decisão e acredito que nada deveria ir embora mesmo - o formato, até o momento, encontra-se em um bom grau de equilíbrio e diversidade.

Dito isso, é inegável que os Orcs e, em um grau menor, o Anel tenham feito a sua presença ser sentida no formato. A criatura Preta mudou o centro de poder dos Aggro-Control do onipresente Izzet Delver para as listas de Grixis Delver e Dimir Shadow, além de pipocar em vários outros decks, atacando um dos pilares do formato – Brainstorm e Ponder – com uma eficiência sem paralelos.

O Anel tem aparecido de forma mais tímida, mas já gerou um monstro de deck no combo com Paradox Engine, além de se tornar cada vez mais uma figurinha presente em listas de 4-Color Control. Pode ser que futuramente algum dos dois descambe para um domínio mais opressor do formato, mas no momento basta apenas ficar de olho neles, sem nenhuma atitude mais drástica a ser tomada.

Quando uma carta do calibre de Mind’s Desire é liberada no formato, a primeira pergunta é: onde ela vai jogar? Está aberta a temporada de testes para encontrar um novo lar (lares?) para o feitiço.

Naturalmente, a primeira ideia que vem à mente é colocá-la em um deck de Storm, como Ad Nauseam Tendrils (ANT) ou The Epic Storm (TES), mas será que ela faria muita diferença? Essas listas já estão bem completas entre um mix de aceleração, tutores e disrupção, com algumas cartas-chave como Ad Nauseam ou Past in Flames para fechar a conta. Não há um consenso que um feitiço de 6 manas vá ter espaço no Main Deck, mesmo que ele signifique a vitória imediata em boa parte das vezes – mas isso não impede que a variância revele sequências ruins de cartas. Listas com Burning Wish provavelmente a terão como opção para ser buscada no sideboard.

Outra casa natural para ela são os decks de High Tide, que andavam meio em baixa no formato atual, especialmente quando o deck pode ser flechado até a morte por Arqueiros Orcs ao tentar usar suas cartas que compram 7 cartas de uma só vez.

O multi-campeão Reid Duke já colocou para jogo uma lista do arquétipo, mandando um 4-0 em um Preliminary no Magic Online. É bom ressaltar que Candelabra of Tawnos é infinitamente mais acessível no Magic Online do que na vida real, mas há jogadores advogando o uso de Cloud of Faeries no seu lugar como opção mais factível.

Há um novo deck no mapa (e que será tratado em um artigo futuro) chamado Mississipi River, baseado na interação entre o feitiço Creative Technique e várias cartas com a mecânica de Cascade. Já encontrei nesse meio tempo, desde o anúncio do desbanimento, alguns insanos adicionando Mind’s Desire a esse caldeirão.

E não dá para esquecer a possibilidade de algo completamente novo surgir, alguma lista que gere mágicas em quantidade suficiente para fazer de graça coisas como Emrakul, the Aeons Torn ou Omniscience!

Obviamente que até que se conclua que o que saiu da jaula foi um monstro ou só uma promessa enferrujada, muitos jogadores vão tentar fazer a carta funcionar e com isso inflar por um tempo a presença do deck no Meta até que tenhamos a compreensão de qual o seu justo lugar. E com isso temos decks que vão se beneficiar ou não.

Ganhadores

Prison Decks: esses decks rodam um verdadeiro arsenal de cartas-pesadelo para quem quer que tenha por plano de jogo fazer várias mágicas de uma vez só – Chalice of the Void, Trinisphere, Archon of Emeria, Boromir, Warden of the Tower – e devem se beneficiar de uma presença maior de Storm no formato.

Tempo Decks: decks como Delver e Shadow costumam predar decks de combo e quando boa parte deles depende de muitos efeitos de compra, os Orcs podem finalizar o jogo muito rapidamente.

8-Cast: é um com acesso a tanto Force of Will quanto Chalice of the Void no deck principal, portanto tem as ferramentas para segurar o Desire.

Estáveis

Decks de Combo sem Azul: geralmente só descarte não é garantia de segurar o combo adversário, portanto são 2 arquétipos brincando de jogar paciência e ganhar no dado. Alguns desses decks conseguem fechar seu combo mais rapidamente que o Desire e podem se beneficiar, outros podem encontrar um ambiente mais hostil e serem pego no fogo cruzado dos decks se preparando para um novo Metagame.

Perdedores

Lands: mesmo todas as Sphere of Resistance do mundo não tornam a vida do deck de Terrenos fácil contra combos e um aumento na sua quantidade não é um bom sinal.

Decks “justos”: decks como Burn, Maverick, Death and Taxes, Slivers e Goblins não tem vida fácil contra um ambiente pesado em combo, mesmo que tenham cartas para tentar frear a brincadeira do adversário (Eidolon of the Great Revel, Thalia, Guardian of Thraben, Thorn of Amethyst).

Control: mesmo com acesso a Contramágicas, geralmente esses decks acabam dando tempo dos adversários acumularem recursos para o Combo, especialmente se cartas como Defense Grid entram na parada.

Como eu disse antes, acredito que tenha sido o correto por parte da Wizards não remover ninguém do formato, o Meta está em momento bem interessante. O retorno do Mind’s Desire me preocupa menos do que lançamento no Magic Online da carta Creative Technique, que colocou sobre a vista de muita gente mais um combo que pode ser bastante opressor e difícil de ser respondido por parte do formato. O fato desse deck já ter incorporado o novo velho feitiço azul depõe mais contra essa carta do que ao Desire em si.

Nas outras listas, acredito que Mind’s Desire venha a se tornar apenas mais deck de combo entre vários decks de combo e passível de ser respondido adequadamente assim que o Meta estabilizar, mas sua presença vai puxar o pêndulo para o lado dos decks de combo por um tempo.

Um abraço e até a próxima!