Legacy: Review de Dominaria United

Olá de novo, meus queridos! Hoje daremos uma pausa nas deck techs para dar uma olhada no que eu acredito que Dominaria United pode trazer de interessante para o Legacy.

Com uma pool de cartas que se estende até a distante Alpha de 1993, fica meio complicado para coleções novas terem grande impacto em um formato eterno como o Legacy. Ou ficava, pois desde o advento da filosofia F.I.R.E. (Fun, Inviting, Replayable, Exciting — Divertido, Convidativo, Re-jogável, Estimulante) em 2019, o nível de poder das expansões subiu consideravelmente e temos uma presença cada vez mais constante (e até mesmo alguns banimentos) de cartas mais novas no segundo formato mais poderoso de Magic.

Não dá para revisar tudo, até porque muitas cartas são bastante focadas em formatos Limited, mas, mesmo assim, esse novo set tem bastante coisa que deve ver jogo em Legacy.

Vamos então ao que acredito que terá relevância para o formato:

Anointed Peacekeeper

Criaturas que atrasam o jogo do seu oponente são sempre uma consideração para os decks brancos de Aether Vial (Death and Taxes, Humans). O fato de vir com um Peek incluído e afetar até mesmo permanentes em jogo, como Planeswalkers, o torna bastante versátil.

Infelizmente, esse clérigo tem alguns problemas: não é tutorável com Recruiter of the Guard, e Meddling Mage costuma ser mais eficiente no deck tribal de Humanos.

Danitha, Benalia’s Hope

Recentemente, o deck Hammer Time (aquele especializado em equipar Colossus Hammer sem ter que pagar o seu exagerado custo de equipar) começou a fazer uma transição do Modern para o Legacy.

Danitha pode ser uma opção de fim de jogo para recuperar Equipamentos mortos ou acelerar alguns mais caros (particularmente interessante com Kaldra Compleat) e forçar os últimos pontos de dano, mas 5 manas me parece demais para o formato.

Leyline Binding

6 manas por um Oblivion Ring??? Você tá louco?? É bom não se esquecer que esse é Legacy, formato onde as Dual Lands imperam. Os tipos de terrenos básicos presentes nas cartas mais icônicas do formato reduzem o custo total desse encantamento e não seria nada fora da realidade ele custar apenas 2 manas já a partir do turno 2.

Prismatic Ending ainda é a principal carta branca para lidar com permanentes problemáticas, mas Binding oferece uma alternativa que pode acertar Planeswalkers de 4 manas que o feitiço tem dificuldade em Convergir, além de outras permanentes de custo mais alto colocadas em jogo antes do tempo (olhando para você, Emrakul, the Aeons Torn!).

Ironicamente, Binding é imune a Prismatic Ending!

Serra Paragon

O uso de Extraction Specialist no Death and Taxes tem demonstrado o poder da recursão de criaturas poderosas de baixo custo. Esse anjo, embora mais caro, adiciona a essa mistura a possibilidade de retornar Wasteland, Recruiter of the Guard e Flickerwisp.

Sim, você tem que pagar os custos dos novos recrutas, mas esse é um deck especializado em manter seus bichos vivos através de Mother of Runes e Flickerwisp. Definitivamente uma carta a ser testada no arquétipo.

Temporary Lockdown

Hidetsugu Consumes All demonstrou que efeitos de destruição massiva de permanentes de baixo custo são bastante fortes no formato. Lockdown lida com mesas de Delver of Secrets, Ledger Shredder, Chalice of the Void, Aether Vial e uma outra infinidade de cartas problemáticas ao mesmo tempo em que não encosta nos seus próprios Narset, Parter of Veils ou Teferi, Time Raveler.

Traz, obviamente, os defeitos de cartas desse tipo: vulnerabilidade a remoção de encantamentos. Mas isso não muda que é um efeito bastante poderoso adicionado ao arsenal de decks Control de base Azorius — Bant, Jeskai, Miracles, Stoneblade.

Valiant Veteran

Esper Humans tem se demonstrado um deck forte no Legacy e um lorde para essa tribo... o que? Não é um lorde de humanos? Soldados? Quem joga de soldados? Ok, esqueçam, nada para ver aqui...

Aether Channeler

Já que falei de Humans, se não tem um lorde, tem um baita de um bicho versátil, especialmente se combinado com Aether Vial para ter acesso a esse efeito em velocidade instantânea. Uma carta que nunca é morta e que oferece resposta contra permanentes problemáticas.

Founding the Third Path

É talvez forçar um pouco a barra, mas com decks com Delírio em alta, um encantamento que pode ir direto para o cemitério, abastece Murktide Regent, flashbacka aquela Expressive Iteration marota e pode até ser jogada sem um custo no seu Tempo pode ver jogo sim.

Algumas possibilidades: faz isso no 2, pula pra segunda etapa (não se esqueça, essa Saga tem a habilidade Read Ahead), tritura 4 cartas e com a ajuda de alguma fetch land (ou de alguma spell no turno 1), já consegue fazer o Regent no 3 e ainda dá para exilar e reinvocar uma spell de custo 1.

Ou isso + Brainstorm/Ponder no turno 2, já deixa arrumado uma carta indesejada para ser triturada pelo segundo capítulo e já tem o flashback encaminhado para o turno seguinte. E no late game, um Path topdeckado já pula para o terceiro capítulo e reinvoca alguma coisa útil.

Impulse

Essa carta já estava disponível no Legacy, fica aqui só a menção para uma das cantrips mais icônicas de Magic que agora está disponível em vários outros formatos.

Vodalian Hexcatcher

Merfolk é um tradicionalíssimo deck em Legacy, a definição clássica de Aggro-Control. É um deck que depende das sinergias entre seus vários lordes para criar uma massa imparável de homens-peixes e sereias para simplesmente atropelar o oponente. E agora ganha mais esse baita reforço para o seu arsenal.

O custo de mana dessa carta é bem mais fácil de ser jogado com terrenos incolores como Mutavault, Wasteland e Rishadan Port, a sua habilidade ativada coloca uma pulga atrás da orelha do oponente ao tentar resolver mágicas-chave para o seu deck, além de que a habilidade de Lampejo permite emboscar o oponente mesmo sem Aether Vial em jogo. É uma carta para definitivamente subir o deck de nível.

Cut Down

Essa carta tem sido comparada a Fatal Push, a principal remoção instantânea preta de 1 mana. Por um lado, Cut Down funciona sempre da mesma maneira, não depende de Revolt para ser ativada.

Por outro lado, com a presença das fetch lands, ativar Revolt para os casos onde o modo básico de Fatal Push não é suficiente é geralmente trivial. No momento, não há uma prevalência de criaturas que tornem essa carta a melhor opção, mas é sempre bom ficar de olho aberto.

Keldon Flamesage

Dreadhorde Arcanist foi um monstro de carta. Essa carta é a versão “consertada” dele. É bastante poderosa, especialmente com efeitos como Brainstorm e Ponder, mas a diferença de 2 para 3 manas faz um universo de diferença em Legacy.

Pode ser que veja algum jogo, mas não colocaria muito minha mão no fogo por esse Xamã.

Rundvelt Hordemaster

Se Merfolk é uma tribo tradicional, o que falar então daquela que ganhou o primeiro GP Legacy da história?

Ao longo dos anos, os homenzinhos verdes têm se adaptado e conseguido se manter como uma força relevante no formato. Até mesmo a opção de mudar as marchas de Aggro para Combo é uma possibilidade para o deck hoje em dia com a combinação de Conspicuous Snoop, Boggart Harbinger e Kiki-Jiki, Mirror Breaker.

Mas voltando aqui para a carta nova, nossos queridos goblins não só são agraciados com um inédito lorde de 2 manas, a habilidade de ter acesso a cartas extras é extremamente útil (não pagar o custo de Eco de Mogg War Marshal é lucro!) e pode até mesmo ver Skirk Prospector aparecer com mais frequência nas listas para criar um pseudo-motor de goblins.

É o tipo da carta que o deck vai procurar uns 4 slots para encaixar.

Smash to Dust

Abrade é uma opção válida para sideboards, End the Festivities é uma opção válida para sideboards, Tunnel é uma carta antiga.

Ok, vamos ficar apenas com as duas primeiras opções e Smash to Dust é uma carta válida para sideboards.

Squee, Dubious Monarch

Red Stompy se posicionou como um dos decks mais relevantes do Legacy e hoje em dia tem tantas opções de 3-drops à sua disposição, que é quase um deck tribal de cartas de custo 3!

Squee é mais uma adição ao vasto hall de criaturas do deck que cumpre todos os requisitos para jogar pelo time: custo ideal para ser invocado por Sol Lands (Ancient Tomb e City of Traitors), cria pressão no turno que é jogado, gera recursos mesmo se for removido depois de ter atacado e a sua grande adição ao deck é a acrescentar um elemento de recursão que o deck nunca teve, transformando seu cemitério, antes um recurso sem uso, em valor de uso futuro, uma ocorrência nada incomum quando o deck costuma apertar as trancas no jogo e ambos jogadores entram em guerra de topdeck.

Leaf-Crowned Visionary

Fechando o ciclo de lordes que devem impactar Legacy, temos um senhor dos Elfos! E que senhor, hein?

Com um efeito que remete à carta chave do deck, Glimpse of Nature, e que pode ser tutorado com Green Sun’s Zenith, esse elfo é uma inclusão certa para o deck, oferecendo uma alternativa de reabastecimento e ajudando a efetivar o plano B quando necessário: virar elfos 90º e atacar os pontos de vida do amiguinho.

Threats Undetected

Cartas no estilo de Gifts Ungiven são um prato cheio para decks de combo. O lendário Frank Karsten sugeriu a pilha de Imperial Recruiter, Kiki-Jiki, Mirror Breaker, Restoration Angel e Sidisi, Undead Vizier, por exemplo.

Com certeza, deve surgir alguma outra ideia a partir desse feitiço. Potencial existe!

Astor, Bearer of Blades

Essa carta serve para a gente ter uma noção do tanto que Stoneforge Mystic é uma carta quebrada. Ainda assim, não é bom subestimar a redução no custo de se equipar um Colossus Hammer sem nenhuma outra condição inclusa (exceto, é claro, usar um 4 manas 4/4 em Legacy).

Balmor, Battlemage Captain

Alguém, algum dia, irá morrer abruptamente para uma hora de tokens de Monastery Mentor com atropelar. Esse camarada tem o potencial de fazer mesas nem tão largas crescerem muito e muito rápido, então não é bom ignorar a ameaça.

Elas il-Kor, Sadistic Pilgrim

Essa aqui citarei em homenagem ao excelentíssimo Maykon Jonhattan, que torneio após torneio traz seu Orzhov Zombies para os campeonatos Legacy de Brasília, sendo sempre uma presença constante nos top 8s do circuito.

E se Wayward Servant é bom o suficiente para jogar lá, esse Clérigo também deve ser.

Ertai Resurrected

O mago mais pretensioso que Dominaria já viu está de volta! Em sua nova versão, Ertai lembra muito Venser, Shaper Savant, uma carta que pinta em decks de vez em quando. Ertai lida de forma definitiva com cartas problemáticas, ao contrário do mago azul, o que acredito que possa ser um diferencial a seu favor.

Meria, Scholar of Antiquity

“Mãe, eu quero um Urza, Lord High Artificer!”

“Não, lá em casa já tem um.”

Em casa: Meria.

Prós: custa menos para baixar, mais fácil ativar a habilidade de comprar cartas.

Contras: combinação de cor complicada, tem que pagar o custo da carta revelada.

Essa carta promete bastante, mas não sei se tem uma casa para ela no momento. Particularmente malvada com Winter Orb (vira no final do turno do oponente para desvirar seus terrenos todos, deixa ele desvirando apenas um por turno).

Karn’s Sylex

Um misto de Blood Sun com Nevinyrral’s Disk, Sylex trava muita coisa em Legacy: Fetch Lands, Force of Will, Mana Confluence, Mana Phyrexiano.

Um deck como o Black Curses, que não tem entre seus elementos de Prison e não tem efeitos que afetem terrenos, pode fazer bom uso desse artefato. Além disso, a habilidade de destruição global é capaz de fazer um baita estrago, embora um tanto quanto lenta.

É isso, pessoal, que eu acredito que terá mais impacto no Legacy! Deixem aí seu comentário sobre outras cartas que vocês acreditem que eu possa ter passado batido. Um abraço e até a próxima.