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Review: Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é divertido, mas com ressalvas

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A sequência da aclamada saga Arkham traz um mundo aberto junto de uma nova história com muitas ressalvas. Confira, agora, se vale a pena jogar Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça!

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revisado por Romeu

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No último mês tivemos o lançamento de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, a continuação dos jogos Arkham, desenvolvido pela Rocksteady, empresa responsável por toda a saga.

A equipe da Um Gamer testou o jogo no PC (via Steam) para esta review. Abordaremos a campanha neste artigo, mas fique tranquilo, pois não haverá spoilers.

Questões de desempenho e gráficos serão mencionados! Logo, seguem abaixo as especificações do PC utilizado para este review:

  • Processador: Ryzen 5 3600

  • Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1650

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  • Memória RAM: 16GB (2x8GB) DDR4

  • Armazenamento: SSD

    Quesitos Audiovisuais

    Os gráficos de Suicide Squad são bons e muito satisfatórios, principalmente nas cutscenes, com destaque positivo às expressões faciais e captura de movimentos, que soam com naturalidade e correspondem bem a cada sequência.

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    Animações durante a gameplay e combate acompanham essa mesma qualidade, as posturas dos personagens nas movimentações e habilidades são excelentes.

    O único problema neste tópico é a grande leva de informações que o jogo traz. Além de uma interface poluída em certos momentos, com numerador de combos, desafios adicionais, munição, habilidades e outras coisas. Durante os combates somos expostos a muitas explosões, tiros e outras animações, que incomodam, e até atrapalham um pouco.

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    Quanto ao áudio, o título oferece uma dublagem que agrada, mas sem presença de músicas marcantes na trilha sonora.

    Análise Sem Spoilers: Modo Campanha

    A campanha traz os quatro vilões que agora fazem parte da Força Tarefa X como protagonistas. Neste contexto, a Liga da Justiça está sendo controlada por Brainiac, e o dever do Esquadrão Suicida é detê-los, como exposto no próprio título e trailers do game.

    O jogo tem sérios furos de roteiro. Alguns fatos não foram elaborados e dificultam imaginar como os heróis mais fortes do planeta simplesmente foram controlados por Brainiac.

    História não é o foco do jogo

    Mesmo antes de seu lançamento, estava claro que Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça seria um as a service, com conteúdos constantes e lançamento de temporadas, mas foi vendido perante os trailers que a campanha era seu foco, gerando uma expectativa nos jogadores que não foi atingida.

    O ponto de vista é muito importante para o seu veredito sobre a campanha. Se você espera apenas uma história de base para te situar no universo do jogo, ela entrega, e muito bem. Mas, se você busca um foco na história, com missões extraordinárias, e quer comparar com os títulos anteriores, a campanha é falha.

    Tínhamos a impressão do enredo ser o principal conteúdo, e era o certo a se fazer, foi um erro continuar esta saga com um jogo as a service. Todos os títulos da trilogia Arkham fizeram sucesso com uma trama impecável, fugir disto e fornecer uma atenção a outro tipo de conteúdo afasta o público que estava acostumado com sua fórmula.

    A escolha por vilões protagonistas

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    Grande parte das críticas são referentes a termos vilões como os únicos personagens jogáveis, um ponto relevante, mas muito pessoal.

    Realmente fazer um jogo da Liga da Justiça poderia ser mais vantajoso para atrair muitos fãs, é mais chamativo controlar personagens como Batman, Super Homem, Flash, entre outros. A gameplay seria ainda mais divertida com super poderes, os heróis também são muito mais relevantes do que todo o Esquadrão Suicida.

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    Entretanto, a proposta da Warner Bros foi um jogo dos vilões, então já era esperado não controlar nenhum herói, se olharmos a campanha nessa perspectiva, não vejo problema em tratarmos a Liga da Justiça como os inimigos, mas com um porém: foi surreal ver vilões fracos, e sem muitos poderes, baterem de frente com a Liga, existem alguns contextos na história que tentam diminuir essa disparidade. Mas, ainda assim, existiria uma discrepância imensa de poder entre eles, a força dos protagonistas não passam de alguns equipamentos e armas de fogo.

    O universo da DC foi respeitado?

    Existem vários momentos onde presenciamos alguns fatos contraditórios com o conteúdo passado na saga Arkham ou com o próprio universo da DC que vemos desde os quadrinhos. Não irei me aprofundar neste assunto a fim de evitar spoilers, mas é um tópico bem marcante aos fãs mais engajados deste mundo e eles provavelmente não ficarão felizes com o resultado.

    Suicide Squad tem uma boa campanha?

    Não espere um enredo épico e totalmente condizente com o universo da DC, nem ao menos achar que este foi o foco do jogo com missões imersivas.

    Existe um tempo muito grande antes da primeira boss fight, demorei cerca de 7 horas para enfrentar o primeiro herói da Liga, no fim do Capítulo 3, e até lá a maioria das missões são genéricas e repetitivas. Isso pode incomodar pelo fato de muitos buscarem pelo jogo apenas para enfrentar os heróis.

    Percebe-se, principalmente no Capítulo 1, que a gameplay não é tão corrida. Após uma cena, fazemos uma missão de três a sete minutos e logo já temos outra cutscene, isso se repete algumas vezes. Apesar das cenas serem um dos principais destaques do jogo, não é atrativo termos gameplays tão rápidas nas missões.

    No geral, dado todo o contexto, ele entrega uma boa história para nos introduzir a este novo universo. As cutscenes são ótimas, e o tempo de campanha, que gira em torno de 12 a 17 horas, foi uma surpresa positiva, apesar da demora para enfrentar os heróis.

    Gameplay

    É um dos melhores pontos do jogo, até chegarmos em certas ressalvas.

    A movimentação é ótima, cada personagem tem a sua mecânica única com animações e efeitos diferentes: Pistoleiro possui uma mochila a jato; Tubarão-Rei dá grandes saltos; Arlequina utiliza algumas cordas e arpões; Capitão Bumerangue lança seu bumerangue e pode se teleportar até ele.

    Também é possível dar alguns avanços, corridas, outras mecânicas de movimentação. O problema é quando temos que lembrar de todos os comandos no meio do combate.

    Combate

    Apesar de bastante divertido, senti dificuldade por conta do tanto de recursos disponibilizados para o jogador. São ataques corpo a corpo, tiros com armas primárias e secundárias, “golpe especial” em área, “golpe especial” em um único alvo, golpe aéreo, granadas, contra ataque, entre outros.

    Também somos introduzidos a algumas mecânicas, por exemplo, caso um inimigo possua escudo, ele só será quebrado com um ataque corpo a corpo. Para recuperar seu escudo, você precisa efetuar tiros na perna de um inimigo até que apareça uma espécie “fogo azul” nele, ainda será necessário causar dano com um golpe corpo a corpo para gerar escudos.

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    Tudo isso torna o jogo um pouco mais complexo, mas com algumas horas de gameplay é possível se adaptar aos comandos e o combate se torna um ponto positivo. Porém, o cenário das batalhas é um caos, sempre há vários inimigos no mapa, e você se encontra rodeado por eles, com escudos, tiros e explosões. Junto da interface poluída se torna uma experiência pouco agradável.

    Por fim, ele não passa a sensação de estarmos realmente controlando alguns personagens do jogo durante o combate, pois sua principal fonte de dano são armas de fogo comuns e que não fazem tão jus a um jogo da DC. É claro que existe um contexto em torno delas no caso da Arlequina e Pistoleiro, mas deixar de executar uma sequência de ataques com o bumerangue do Capitão, ou golpes violentos e mordidas com o Tubarão-Rei é decepcionante.

    Não entenda errado, existem sim golpes únicos para eles, porém não um combo ou uma sequência destes ataques, sua principal fonte de combate será uma arma de fogo.

    Missões

    Com certeza o pior quesito de Esquadrão Suicida. As missões durante a campanha foram rasas.

    Todas elas possuem uma mesma proposta, vá até um ponto “X” e mate inimigos, isso ocorre desde a história até as secundárias, é extremamente cansativo. Às vezes seu objetivo é dominar um ponto, outrora resgatar civis, mas é sempre a mesma estrutura de chegar e eliminar monstros para completar a tarefa.

    Em certos casos, os inimigos possuem uma especificidade como “Eles só tomam dano de granadas.”, ou “Golpes corpo a corpo não funcionam neste inimigo.” para fornecer uma melhor dinâmica e diversidade nas tarefas, mas não é o suficiente.

    Experiências mais inovadoras foram limitadas aos boss fights, que tornam delas muito esporádicas.

    Progressão

    Logo durante a campanha, já temos alguns recursos de progressão presentes. Como caixas gratuitas que concedem itens ao completar, com sucesso, uma missão, cada item possui uma raridade e uma quantidade específica de cada status, além de fortalecimentos únicos para cada um deles.

    Cada personagem possui três árvores de habilidades, totalizando doze. Este recurso é chamado de talento, e aos poucos vamos liberando pontos de talento para selecionar quais benefícios queremos na equipe.

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    Outra boa mecânica são os contratos, algumas tarefas que concedem recursos ao serem completadas, os três primeiros contratos finalizados no dia fornecem um bônus diário.

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    Esquadrão Suicida permite a criação de builds, combinando armas com talentos específicos. Mas é tudo tão caótico nas lutas que, sinceramente, nem vemos tanta diferença e eficácia nos talentos.

    Sinto que é possível finalizar a história só colocando a arma com melhor status e adicionando talentos aleatoriamente, mas é algo que, se trabalhado para se tornar mais relevante, com certeza agregará muito às builds.

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    Endgame e Mundo Aberto

    Após finalizar a campanha, temos um mundo aberto relativamente grande para explorar, com recursos de endgame.

    Começando pelas missões do Esquadrão de Apoio. Ela não é necessariamente uma mecânica de endgame, dito que é possível realizá-las antes mesmo de finalizar a campanha, mas faz parte do mundo aberto e vale ser mencionada aqui.

    Essas são tarefas que interagem com os personagens secundários da história, e quando completadas, oferecem alguns benefícios. Estes são bem mais relevantes que os talentos. Por exemplo, veja esta missão, a sua recompensa é um slot a mais de contrato, o que irá otimizar meu farm de recompensas no futuro.

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    No mundo aberto também é possível encontrar alguns ícones do Charada, temos bastante interação com ele. Começando por alguns troféus do Charada, sem muita serventia fora colecionar e buscar alguma conquista. A mesma observação para as charadas dele, em certos locais do mundo vemos um trocadilho dele insinuando algo, temos que acionar um scanner e apontar para a resposta dessa charada, mas não vejo isso agregando muito aos personagens.

    Por fim, o mais interessante são as corridas, que oferecem recompensas ao completá-la em um tempo específico. Elas funcionam naquele famoso estilo de passar entre os anéis.

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    Partindo para o pós-campanha de fato:

    Ao entrar pela primeira vez, temos três opções de dificuldades: Mamão com açúcar, Vai dar um trabalhinho e Suando horrores. Mas no endgame novas dificuldades, chamadas de Níveis Invasão, aparecerão a fim de desafiar os jogadores mais hardcore, para liberá-las, é necessário obter uma quantidade específica de XP na maior dificuldade.

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    Algumas tarefas começarão a dar um recurso a mais como recompensa, recurso este que é uma espécie de “moeda” para entrar em missões de incursão. Elas são difíceis, entretanto concedem mais recompensas, incluindo conjunto de armas muito raras, que são Infames.

    No geral é um endgame recheado de opções e com grandes horas de jogatina para farmar e progredir com sua tropa, o problema volta a ser o mesmo, missões repetitivas e builds não tão interessantes. Não faz muito sentido progredir seus personagens se você não vê relevância ao mudar uma arma ou talento.

    Vale mencionar que o título trará atualizações sazonais, tendo o início da sua primeira temporada em 28 de março, trazendo o Coringa como personagem jogável.

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    Desempenho

    Com base nas configurações do PC utilizado citadas no início do artigo, joguei boa parte em transmissões ao vivo, e fico feliz em dizer que não passei por crashes nem grandes problemas.

    Em alguns momentos eu senti pequenos travamentos que interferem na imersão, mas nada muito grave. Estas quedas de FPS ocorreram mesmo quando não estava ao vivo, o que me surpreendeu, mas não chegou a ser frustrante.

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    Durante minha avaliação não presenciei bugs, demonstrando o cuidado na qualidade do produto final neste quesito.

    Always On-line

    Falando de desempenho, vale citar que Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é always on-line, um jogo onde a conexão com a internet é obrigatória para funcionar. Isso me decepcionou muito, dado que existe um modo história e outros recursos onde é possível aproveitar sozinho, mas ainda assim precisamos de internet.

    Coloquei a minha Steam no modo off-line e abri o jogo, este foi o erro que apareceu antes mesmo de chegar no menu principal, ou seja, realmente não é permitido acessar nem os recursos single player.

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    É entendível que o jogo foca em ser um as a service oferecendo conteúdos e temporadas constantemente e assim trazer uma experiência multiplayer, mas também é preciso compreender que os fãs de super-heróis foram acostumados com títulos off-line.

    A adição de recursos on-line pode ser uma ótima maneira de manter Esquadrão Suicida em alta por muitos anos, mas existe a possibilidade de comprometer a experiência solo, ainda mais se houver algum problema ou queda no servidor da própria empresa.

    Prós e Contras

    Prós

  • Ótimos gráficos

  • Animações e captação de movimentos impecáveis

  • Gameplay divertida

    Contras

  • Interface poluída

  • Missões repetitivas

  • Incoerente com o universo DC

  • Always On-line

    Nota para Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça

    O título não chega a ser ruim como muitos dizem, mas é decepcionante. Eu não indico comprar Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça pelo seu preço cheio, mas é um jogo que demanda atenção.

    Existe um grande potencial nele, a gameplay é divertida, apesar de utilizarmos muitas armas de fogo, e a qualidade gráfica e de animação são excelentes. Porém, será necessário muitas mudanças, sendo as principais: tornar o sistema de builds mais relevante, trazer uma interface mais amigável e inserir novos estilos de missões para diversificar a jogatina.

    Em uma boa promoção pode valer a pena, também acredito que, com as temporadas, o jogo pode se tornar melhor. Mas hoje ficará com uma nota 5.5 de 10.

    Espero que esta review tenha te dado mais informações sobre Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, estou disponível nos comentários para eventuais dúvidas.