Deck Tech Commander: Ayara, Widow of the Realm

Nesse mês, estamos passando por um grande esquenta para Wilds of Eldraine, a nova coleção de Magic: The Gathering, e também a primeira lançada para o T2 após a notícia de que o formato terá uma duração estendida. Além disso, é também a coleção na qual retornamos para Eldraine, plano que foi mostrado em Throne of Eldraine, a coleção mais forte e disruptiva dos últimos anos de jogo e uma das mais poderosas de todo o Magic, com inúmeros cards banidos em diversos formatos diferentes.

Enquanto não recebemos as principais informações de cards do set, iremos falar um pouco de cards antigos da história de Eldraine e como montar decks poderosos com eles. Hoje, a nossa escolhida é Ayara, Widow of the Realm da coleção Phyrexia: All Will Be One, que é uma versão turbinada da personagem Ayara, First of Locthwain.

Assim como muitos outros cards da coleção, Ayara, Widow of the Realm é uma versão de um personagem antigo do jogo com um efeito que permite que ela se transforme em uma versão Phyrexiana que ainda continua interagindo bem com os efeitos que vieram na parte da frente do card.

A parte da frente nada mais é do que a própria versão Widow of the Realm de Ayara, que possui duas habilidades; a primeira permite que ela vire e sacrifique uma criatura ou artefato para drenar, isto é, dar dano em um alvo enquanto você ganha a mesma quantidade perdida. Essa quantidade é determinada pelo valor de mana do card sacrificado, o que te permite sacrificar cards mais graúdos para ter um dreno de vida melhor. Quanto aos alvos válidos, podem ser jogadores inimigos e cards do tipo Batalha, que não retornaram ainda desde Phyrexia, mas quem sabem não voltem mais para frente?

A segunda habilidade consiste em pagar mana para transformar sua criatura em sua versão Phyrexiana. O fato desse efeito ter em seu custo mana Phyrexiana vermelha abre uma cor a mais nas possibilidades da comandante, permitindo um baralho muito mais versátil.

Quando o card se converte para sua face de trás, ganhamos acesso a Ayara, Furnace Queen, um card com arte belíssima, que funciona como um Reanimator para criaturas ou artefatos no começo de cada combate. Porém, ela tem a cláusula de que o card retornado ganha Ímpeto, mas será exilado no fim do turno.

O fato de exilar o card é uma óbvia fraqueza, pois não poderemos reaproveitar sempre o card mais forte, contudo, teremos no deck alguns meios de contornar isso, com artifícios como o de sacrificar o card reanimado. E, falando em deck…

Um jeito bem divertido de termos cards para sacrificar e causar dano no nosso oponente com a parte da frente de Ayara é através de cards como Captivating Crew, capazes de roubar criaturas oponentes e nos permitir dano ao mesmo tempo. Como será visível mais para frente, existem muitas maneiras fáceis de fazer esses efeitos ficarem progressivamente maiores e mais ameaçadores.

Nesse baralho, existem diversas maneiras de fazer uma criatura oponente mudar para o seu lado até o fim de seu turno e ser utilizada a seu favor, seja atacando ou servindo como número para posteriores sacrifícios. Esse tipo de mágica normalmente é um feitiço ou uma mágica instantânea, mas também estão incluídas na forma de criatura com Captivating Crew e de Planeswalker com Angrath, the Flame-Chained.

Poder subtrair criaturas de seu oponente é o que trará uma grande vantagem para seu jogo, lhe ajudando a somar poder de ataque e tirar bloqueios desfavoráveis da frente de suas próprias criaturas.

Além disso, algumas mágicas desse tipo trazem efeitos adicionais interessantes, como, por exemplo, Furnace Reins, que lhe permite gerar Tesouros com a criatura que você tomou posse quando causar dano a um oponente, o que fica melhor ainda com criaturas de Golpe Duplo. Shackles of Treachery tem o efeito extra de também servir como removal de equipamentos anexados as criaturas roubadas e Besmirch vem com o bônus de Atiçar a criatura tomada até seu próximo turno, para caso você não a sacrifique e ela volte para o seu controlador.

Por fim, temos Helm of Possession, um artefato que não desvira ao menos que você permita, que permite o controle de uma criatura inimiga por quanto tempo você quiser. É perfeita para tomar posse de criaturas poderosas, como os comandantes do oponente.

Agora que temos controle de uma das criaturinhas divertidas e belas do oponente, já atacamos e já fizemos o estrago pretendido, seria hora, em tese, de encerrarmos nosso turno e devolver o controle das cartas para o oponente - mas ainda podemos fazer algo no lugar disso.

Com cartas como Stormclaw Rager, Altar of Dementia, Eradicator Valkyrie e a própria comandante Ayara, Widow of the Realm, podemos sacrificar essas criaturas de modo que não só nós recebamos benefícios, como também, elas não voltem para o oponente, transformando a mágica que tomou controle dessas criaturas em uma espécie de remoção bem mais poderosa que o habitual.

Ashnod’s Altar, por exemplo, nos ajuda a gerar mana para pagar custos, enquanto Altar of Dementia tritura cartas de baralhos oponentes. Esses dois cards são os melhores para utilizarmos em casos de estarmos com diversas criaturas oponentes em nosso controle, uma vez que suas ativações não viram estes artefatos.

Contudo, em momentos quando podemos escolher o modo com o qual sacrificaremos as criaturas oponentes, nossa comandante, Ayara, Widow of the Realm, é a melhor escolha.

Uma vez que temos diversas criaturas morrendo do nosso lado do campo todo o turno, utilizaremos cartas que tenham sinergia com isso. A interação mais básica seria com Midnight Reaper ou Grim Haruspex, criaturas que te permitem comprar cards quando criaturas não ficha que você controla morrem.

Essa sinergia funciona tanto com o sacrifício de criaturas das quais você tomou posse, como também destruídas por meio de combates, remoções pontuais ou globais, lhe permitindo sempre mitigar um pouco da perda das suas criaturas.

Com a ajuda de motores de sacrifício, como Stormclaw Rager, podemos garantir o draw da habilidade desencadeada de Midnight Reaper e o da habilidade do Rager, agregando muita vantagem em um simples sacrifício.

Contudo, para quem acha que esse é o único valor que podemos tirar desse tipo de interação, saiba que o deck permite resultados muito mais agressivos. Prowling Geistcatcher, por exemplo, lhe permite separar os cards sacrificados no exílio, e quando ela sai de campo, você pode devolver todas, até mesmo os que originalmente pertencem a um oponente, para o jogo.

Body Launderer é outro card que ganha muito valor com sacrifícios no seu lado do campo. Sua capacidade de utilizar a habilidade de Acobertar serve para conseguir vantagem de cartas e para crescer o ogro, que será capaz de colocar um substituto dele em campo. Ao Acobertar, é possível mandar criaturas para o cemitério que serão utilizadas posteriormente por Ayara, Furnace Queen.

Outra opção que contribui muito é quando utilizamos cards como Dictate of Erebos, e cards com habilidades análogas, como as de Butcher of Malakir e Grave Pact. Estas cards são capazes de forçar os oponentes a sacrificarem criaturas toda vez que uma criatura que você controla morre, ajudando na disrupção das defesas oponentes com o bônus extra de conseguir valor em troca das criaturas que lhes foram tomadas.

Nesse baralho existem muitos meios de criar situações que agregam facilmente em valor e crescem como uma bola de neve. Com os cards certos, é possível criar um campo de batalha capaz de desencadear diversas situações complicadas aos oponentes.

Melhor do que tomar uma criatura oponente, é poder tomar mais de uma. Infelizmente, nem todas as nossas cartas que tomam controle de criaturas são como Captivating Crew, capazes de reincidir essa habilidade várias vezes. Devido ao fato de cards como Besmirch e Goatnap serem de uso único, é necessário achar um jeito de as reutilizar de forma satisfatória.

Cards como Arcane Bombardment são ótimos para isso, permitindo que feitiços e mágicas instantâneas sejam conjuradas do exílio todo turno, sempre garantindo uma ou mais criaturas oponentes para ataques e sacrifícios. Dual Casting e Double Vision também fazem um ótimo trabalho para termos uma via capaz de copiar mágicas todo turno. Além disso, podemos utilizar cartas como Invoke Calamity para utilizar instantâneas e feitiços direto do cemitério também.

O que temos em mente para a maior parte das situações desse deck é a ideia de utilizar mágicas como Reverberate para criar cópias das mágicas já existentes na pilha. Ou até mesmo usar Radiate para copiar a mágica para todos os alvos elegíveis, causando um grande fluxo de cards no seu campo ou transformando uma Hero’s Downfall em uma remoção global.

Em um formato pautado no uso de uma única cópia de cada carta, redundância e recursão têm um papel fundamental.

Como sempre, providenciamos uma versão mais barata do deck, capaz de agradar outros jogadores, e podendo servir tanto como uma versão intermediária até o deck ser montado quanto como uma versão pronta para uso do baralho:

Em um panorama geral, temos com Ayara, Widow of the Realm um deck divertidíssimo de se manusear, que pode ser bem irritante para os oponentes.

Graças às ferramentas dadas pelo baralho da elfa, podemos lidar com diversas ameaças dos oponentes e evoluir nosso jogo constantemente. Além disso, o outro lado dela pode nos ajudar em diversas situações, trazendo ao campo criaturas que já haviam sido mandadas para o cemitério.

Esse baralho é bem versátil e agressivo, deixando sua mesa muito mais acirrada e lhe garantindo ótimas partidas de Commander.

Até a próxima!