Pioneer: Melhorando o Challenger Deck - Orzhov Humans

Os Pioneer Challenger Decks de 2022 tiveram suas decklists reveladas na semana passada, com quatro arquétipos diferentes: Izzet Phoenix, Orzhov Humans, Gruul Aggro e Dimir Control — cada um com uma estratégia distinta e pronto para jogar de fora da caixa, sendo perfeito para torneios em lojas locais.

O principal foco desse produto é servir como uma porta de entrada para que jogadores possam ingressar em um formato eterno sem a necessidade de buscarem incessantemente por cards mais antigos que nem sempre estão facilmente disponíveis, garantindo-lhes a experiência de aproveitar o formato a partir de uma caixa fechada encontrada em qualquer loja local.

Diferente do que fizemos no ano passado, onde analisamos os quatro decks e demos dicas de upgrades, nesse faremos um review de cada um individualmente, com uma visão aprofundada de qual é a proposta que a lista, vinda direto da caixa, busca proporcionar e quais direções podemos tomar com base no conteúdo dele.

Hoje, analisaremos o único arquétipo tribal no produto: Orzhov Humans.

Dentre as quatro listas dessa leva de Challenger Decks, o Orzhov Humans é de longe o mais bem-construído: sua manabase é suficientemente estável para proporcionar uma boa distribuição de cores, seu plano de jogo é objetivo e praticamente todos os cards colaboram diretamente com ele, e a distribuição de quantidade nos seus cards é justamente a necessária para que ele opere bem, direto da caixa.

Apostando em popular a mesa com criaturas e vencer o jogo através da quantidade e sinergia entre seus cards, a lista conta com um total de doze one-drops: Bloodsoaked Champion como uma ameaça recorrente fácil de devolver ao campo de batalha quando o único objetivo do deck é atacar com criaturas, Dauntless Bodyguard como outro corpo agressivo que também pode proteger uma criatura mais importante, e Thraben Inspector, que apesar de não ser tão agressivo, se repõe na mão do dono e colabora com as demais sinergias do arquétipo.

Para complementar o early-game e tornar do seu exército de humanos uma força a ser respeitada, temos uma base sólida de "lords" e outros meios de aumentar o poder das nossas criaturas. Rally the Ranks e Thalia's Lieutenant agem como um buff coletivo permanente capaz de pegar o oponente desprevenido num momento inoportuno, e Luminarch Aspirant tende a obrigar uma resposta imediata para que a partida não saia de controle.

No entanto, uma ausência notória aqui é a de General Kudro of Drannith, que sinergizaria absurdamente bem com a proposta, e não há um motivo lógico para sua ausência: até mesmo se considerarmos que ele é uma mítica-rara, os demais Challenger Decks dessa leva tiveram duas míticas, enquanto o Orzhov Humans é o único que conta com zero míticas na decklist.

É quase como se ele fosse propositalmente retirado de última hora para substituir por outra coisa, provavelmente um removal para promover mais interação.

Falando em interação, algumas das criaturas também servem para atrasar o jogo do oponente. Kitesail Freebooter é excepcional nesse quesito ao oferecer informação e ainda retirar um removal ou outra mágica problemática da mão deles.

Thalia, Guardian of Thraben é basicamente uma staple de arquétipos baseados em criaturas em todos os formatos competitivos, e sua inclusão no Humans como quatro cópias é praticamente obrigatória, já que ela sozinha atrasa significativamente o cast de algumas mágicas.

O único ponto onde a lista deixa a desejar é no seu pacote de interação de mesa. Ele é pequeno, sendo compreensível visto que esse é um arquétipo de beatdown, mas seus números parecem decididos de última hora.

Não há uma razão lógica para Bloodchief's Thirst estar na lista. Ela lida com Planeswalkers, mas esse é um arquétipo de go-wide, sendo muito fácil remover Planeswalkers da mesa atacando-os ao invés de gastar um slot de removal apenas para isso. Seria melhor apenas adicionar mais duas cópias de Dire Tactics, que interage pelo menos com a proposta da lista, ou adicionar criaturas que interagem com a mesa, e se Brutal Cathar não era uma opção, Banisher Priest também é válido no Pioneer.

Na manabase, temos oito lands que geram mana de qualquer cor para Humanos — garantindo assim a facilidade de acesso às cores necessárias em cada momento — além de Mutavault, uma manland que ajuda a jogar em torno de sweepers enquanto se importa com tipos de criatura.

No entanto, sua curva de dual lands é igualmente eficiente. Com nove cópias, o Orzhov Humanis fica à frente dos demais arquétipos dessa leva de produtos em termos de correção de mana.

O Sideboard parece meio mal construído, mas abre espaço para interagir em partidas mais específicas. Duress é uma opção sólida para remover sweepers da mão do oponente, Portable Hole é uma remoção barata contra outras estratégias de go wide.

Sunset Revelry parece muito fora do lugar no sideboard. Dificilmente capitalizaremos ao máximo o seu uso, mesmo contra Burn, já que normalmente teremos a maior quantidade de criaturas em jogo.

Também há mais algumas criaturas no Sideboard, com Sungold Sentinel sendo um two-drop agressivo que interage com o cemitério do oponente — e provavelmente vale a pena trocar Bloodchief's Thirst por ele no maindeck assim que você abre a caixa — e Containment Priest punindo estratégias que buscam colocar permanentes em jogo sem conjurá-las, como Izzet Phoenix e os arquétipos de Indomitable Creativity.

Em resumo, o Orzhov Humans ainda tem algumas falhas na sua composição, e algumas das escolhas e números do Maindeck e Sideboard são questionáveis. No entanto, ele é o mais apropriado para se comprar e jogar caso você não queira investir em upgrades. Sua estratégia é robusta, focada e todos os seus cards funcionam quase exclusivamente com o mesmo propósito, tornando-o fácil de pilotar e competir em eventos locais e FNMs sem precisar de investimentos posteriores.

Dito isso, é claro que há sempre espaço para melhorias.

Diferente do que constatamos no Izzet Phoenix e no Gruul Stompy onde suas listas buscam seguir rotas distintas dentro de uma mesma composição e deixam para o jogador decidir qual delas seguir com os upgrades, o Orzhov Humans é muito focado no plano de jogo de popular a mesa e atacar todo turno. Ele não abre espaço para outros tipos de interpretação sobre como você deveria pilotá-lo.

Além disso, o Humans é um dos arquétipos mais diversificados do Pioneer, e já vimos diversas variantes nos torneios competitivos: Mono White, Orzhov, Selesnya, Azorius, Abzan, Bant, Esper e Four-Color — possibilitando ao jogador seguir uma linha de upgrades de uma variante para outra.

No entanto, a versão com mais resultados no cenário competitivo é a Mono White. Portanto, além das melhorias disponíveis na versão Orzhov, abordaremos nesse artigo a opção de retirar uma cor e focar integralmente em velocidade ao invés de flexibilidade.

Orzhov Humans

OUT:

IN:

Como um pequeno adendo, ressalto que você não precisa investir pesado na manabase da versão Orzhov. A combinação de Unclaimed Territory e Secluded Courtyard já garante a consistência para você conjurar suas criaturas no timing certo, e a inclusão de outras dual lands incondicionais serve apenas para garantir o cast dos cards do Sideboard e removals com mais frequência.

OUT:

IN:

Extraction Specialist é uma criatura poderosa por conta própria: ela tem Lifelink, sendo importante contra Mono Red e outros Aggros, e garante que uma criatura relevante volte para o campo de batalha. Seus alvos prioritários são aquelas que não precisam atacar para serem úteis: Thalia's Lieutenant, Thalia, Guardian of Thraben ou Luminarch Aspirant.

Para complementá-lo em um combo de duas cartas, trocamos Thraben Inspector por Archfiend's Vessel, que apesar de não gerar valor e ter um corpo fraco, pode colocar um token 5/5 com Flying em jogo se devolvido do seu cemitério para o campo de batalha. Há outras opções nesse slot, se você preferir algo menos divertido.

Rally the Ranks é útil para a proposta de "Go-Wide", mas também é um topdeck ruim que não faz nada por conta própria. O encantamento funciona bem quando você está na frente, mas é a pior opção para se comprar quando se precisa de mais fôlego, então o substituímos por uma criatura que gera valor imediato.

OUT:

IN:

Apesar de custar mais caro que Kitesail Freebooter, Elite Spellbinder tem um corpo maior, tornando-o mais impactante na mesa ao impor um clock por conta própria. Além disso, o card exilado com ele permanecerá exilado e custando a mais mesmo que o oponente o remova de jogo.

OUT:

IN:

Como mencionado acima, o pacote de removals da lista direto da caixa é estranho e mal-posicionado, então aumentamos o número de Dire Tactics no lugar de Bloodchief's Thirst, visto que seremos dificilmente punidos pelo seu drawback.

Além disso, General Kudro of Drannith é um ótimo lord que funciona também como um hate de cemitério recorrente, tornando-o bem mais importante do que um removal condicional como Giant Killer.

Sideboard

OUT:

IN:

Sunset Revelry faz muito pouco para merecer seu espaço no Sideboard, então o substituímos por Selfless Spirit para proteger as criaturas de sweepers como Supreme Verdict. Também maximizamos o número de Duress para garantir mais interação em partidas de Control.

OUT:

IN:

Ambos os hates de cemitério presente na lista original são sub-otimizados, e convenientemente, Graveyard Trespasser não só é uma ameaça poderosa que força card disadvantage para ser removido, como ele também é um hate de cemitério e um humano, tornando-o a opção perfeita para esse slot.

Com as mudanças acima, sua lista ficará assim. A partir daí, você pode considerar investir em playsets de Thoughtseize para o Sideboard, além de buscar espaço para outras staples do arquétipo no maindeck, como Hopeful Initiate e Adeline, Resplendent Cathar.

Mono White Humans

A versão mais competitivamente viável do Humans hoje é a monocolorida: o Mono White Humans está entre os cinco decks mais jogados do Pioneer hoje, com uma proposta tão objetiva quanto a encontrada na caixa.

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IN:

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Por razões óbvias, você não precisa de dual lands e manafixing nessa variante, então abre-se espaço para lands utilitárias como Eiganjo, Seat of the Empire como um pseudo-removal, além de mais manlands.

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No mundo ideal, trocaríamos Bloodsoaked Champion e Kitesail Freebooter por Hopeful Initiate e Adeline, Resplendent Cathar, mas ambos estão bem caros hoje, então adicionamos Soldier of the Pantheon como outro one-drop agressivo e Elite Spellbinder para melhorar a interação com o oponente.

OUT:

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Brutal Cathar é o melhor humano-removal do formato hoje pela sua capacidade de se proteger, além do quão fácil esse arquétipo consegue manipular o ciclo de dia e noite durante uma partida.

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Novamente, Rally the Ranks sai porque não gera absolutamente valor algum por conta própria.

Mas aqui, o substituímos por outro card que também não é um bom topdeck, mas ajuda a realizar dois feitos: proteger nossas criaturas de removals e sweepers vermelhos como Anger of the Gods, além de possibilitar um dano letal repentino com uma mesa cheia, ao dar proteção para suas criaturas de uma cor dos bloqueadores do oponente.

Brave the Elements frequentemente funciona aqui como um 'botão de free-win', mas também não perde a utilidade e eficiência como mágica de proteção.

Sideboard

OUT:

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Sunset Revelry não pertence a essa lista, então o trocamos por mais interação de mesa com Declaration in Stone, um dos poucos removals incondicionais disponíveis no branco.

OUT:

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Reidane, God of the Worthy e Anointed Peacekeeper são opções decentes para jogar contra Control, atrasando-os tempo o suficiente para incrementar seu plano de beatdown por dois ou mais turnos, além de funcionarem ocasionalmente contra outros arquétipos de combo, ou até de Big Mana.

Após essas modificações, recomendo fortemente a inclusão de Adeline, Resplendent Cathar, dado que ela é um dos principais motivos para se jogar de Humans no Pioneer atualmente, e sua presença na mesa impõe pressão o suficiente para ela carregar jogos por conta própria. Também é recomendável a inclusão de Hopeful Initiate como uma criatura flexível contra artefatos e encantamentos.

No Sideboard, mágicas como Rest in Peace, Wedding Announcement e Gideon, Ally of Zendikar podem integrar a lista e melhorar seu posicionamento contra certas estratégias.

O Orzhov Humans tem uma estratégia linear e exclusivamente centrada num plano de beatdown. Ele não abre tanto espaço para variações de estratégia em relação aos seus upgrades, mas é definitivamente a melhor opção dentre os quatro Challenger Decks de 2022 para começar no formato pela consistência que proporciona do momento em que você abre sua caixa.

Caso você queira saber mais sobre o Pioneer, lembre-se que temos nossa página de Metagame, atualizada frequentemente com os resultados dos Challenges e Ligas, além dos torneios que ocorrem na plataforma da Cards Realm.

Obrigado pela leitura!