Magic: the Gathering

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Tier 0: Destrinchando a Escala de Decks Quebrados no Magic

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Nos últimos anos, Magic se tornou um jogo muito mais complexo e isso transparece no seu cenário competitivo ao ponto de até decks quebrados ganharem novos significados. Logo, precisamos reavaliar o que Tier 0 significa no jogo e como interpretá-lo.

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revu par Tabata Marques

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Os card games estão mudando. Onde antes existiam três pilarem bem-estabelecidos, com Magic: The Gathering, Pokémon TCG e Yu-Gi-Oh!, hoje a diversidade deles cresce a cada trimestre. Seja através de jogos analógicos, como Flash and Blood e One Piece TCG, ou nos meios digitais, com Legends of Runeterra e Marvel Snap sendo alguns de seus principais representantes.

Mas não é apenas na quantidade de produtos disponíveis nas prateleiras e jogados nas mesas de lojas locais e smartphones - os conceitos também estão mudando. Termos essenciais pré-estabelecidos por Magic, como Tempo, Card Advantage, arquétipos como Midrange, Control e Aggro, permanecem como pilares do entendimento de construção de decks e entendimento dos jogos, cada um com suas particularidades que criam uma linha tênue entre suas nomenclaturas.

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Um deck considerado um “combo” no Magic pode ser um “Aggro” em Yu-Gi-Oh!. Um Control de Flesh and Blood pode estar mais próximo de um Midrange no Pokémon, e existem tantas definições de Tempo em cada um desses jogos que é difícil, até hoje, afirmar o que esse termo realmente significa.

Outro termo utilizado em TCGs, mas herdado de outros jogos competitivos, são os Tiers - uma separação em categorias onde definimos os decks mais proeminentes do formato. Em geral, podemos separá-los com as seguintes categorias:

  • Tier 1 - Os melhores decks competitivos. Eles produzem os resultados mais expressivos e definem o Metagame enquanto demandam adaptações dos demais arquétipos para se apresar deles.

  • Tier 1.5 - Decks que conseguem competir contra as estratégia do Tier 1 e demandam algum respeito e consideração na hora de montar suas listas, mas não produzem resultados expressivos/vitórias em grandes eventos com frequência.

  • Tier 2 - Decks competitivos, mas que não produzem tantos resultados no Top 8 de grandes eventos. Podem ser estratégias em ascensão.

  • Tier 3 - Decks viáveis para jogar o formato, podem vencer eventos locais ou serem bons meta calls, mas não costumam demonstrar resultados expressivos.

  • Tier 4 - Decks viáveis, mas não produzem resultados importantes e/ou são extremamente vulneráveis, ou inferiores ao que está no topo do Metagame.

    Além destes, existe outra categoria neste espectro, o Tier 0, conhecido popularmente como os “decks quebrados que dominam formatos competitivos e os distorcem ao ponto de requerer banimentos”, e enquanto essa descrição não erra no escopo geral do que um Tier 0 significa, o limiar dele ficou bem mais diverso em Magic.

    Em meu último artigo de Tier List do Pauper e no nosso vídeo do Metagame do Pioneer, eu categorizei alguns arquétipos como “Tier 0.8” ou “Tier 0.7”, pois venho observado uma tendência nos formatos do jogo em não apenas serem menos intervencionistas com relação aos melhores decks, como também estarem criando patamares do quão aceitável um “Tier 0” é em cada cenário.

    Neste artigo, abordamos as diferentes categorias do Tier 0 em Magic: The Gathering, e como eles tem se aplicado ou se aplicaram aos formatos competitivos do jogo.

    De volta ao básico: O que é o Tier 0?

    Tier 0 é uma nomenclatura que ficou muito conhecida em Yu-Gi-Oh!. Ela serve para definir um arquétipo, combo, ou estratégia presente no topo do formato que possui um domínio considerável de Metagame em comparação com os demais competidores. Outros TCGs, como Magic, Flesh and Blood e Pokémon já adotaram esse termo em algum momento.

    A melhor maneira de identificar um deck no Tier 0 são por quatro fatores:

  • Representatividade no Metagame - Quanto maiores forem seus resultados e quantidade presentes nos grandes torneios, mais provável é dela estar nessa categoria. Em Magic, o limiar de representação para considerarmos um deck como potencialmente Tier 0 gira em torno de acima de 20%, mas podem também apenas ter um número muito maior do que os demais decks do formato.

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  • Longevidade - É comum um deck novo, ou uma estratégia antiga com adições novas, fazer vários resultados bons durante algumas semanas até que o Metagame em torno dele se adapte e crie novas abordagens e/ou novos decks aparecem para se apresar da sua estratégia. Quanto mais tempo leva para essa adaptação acontecer, mais provável do deck ser ou se tornar um Tier 0.

  • Resiliência - O arquétipo no Tier 0 é voltado para interações com o cemitério. Os demais decks começam a adotar cards como Leyline of the Void, Rest in Peace e outras opções para lidar com ele e ter uma chance de competir, e mesmo assim, este arquétipo permanece no topo do formato como melhor deck porque as respostas são ineficientes ou ele é muito bom em lidar e jogar em torno delas, então ele certamente está no Tier 0.

  • Nível de Poder - O mais fácil e, comumente, o mais problemático deles. O deck em questão possui interações ou nível de poder individual muito acima ao do resto do formato, ou o formato carece de respostas eficientes que estejam a altura de lidar com sua estratégia. Estes costumam desbalancear o formato e estar na cadeia mais alta do Tier 0.

    Sempre existem exceções

    Enquanto essas estatísticas podem ajudar a identificar um deck no Tier 0, elas nunca estão escritas em pedra.

    É comum que formatos rotativos, como o Standard, tenham números de representatividade e longevidade mais expressivos em comparação com formatos eternos. Um exemplo simbólico atual é o Esper Midrange.

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    O Esper Midrange permanece como melhor deck do Standard desde o banimento de Fable of the Mirror-Breaker, tendo apenas algumas semanas onde ela perdeu esse espaço para outros arquétipos até se adaptar com novas propostas para lidar com o Metagame, sendo comum encontrá-lo com mais de 12% de representação no Standard.

    Mas o que faz do Esper tão longínquo e resiliente é o fato dele ser uma combinação dos melhores cards do formato atual - um traço comum no melhor deck de diversas temporadas do Standard, e apesar dos seus números expressivos, não é como se ele dominasse ou fosse opressivo para o formato ao ponto de anular a viabilidade de outros arquétipos.

    Ele é um exemplo de Tier 1 ideal. Excelente porque seus cards são excelentes, mas com fraquezas próprias que podemos capitalizar em cima quando ele cresce demais, e sem suprimir o espaço de outros macro-arquétipos no cenário competitivo do formato - alguém pedir banimentos no Esper Midrange e compará-lo ao Caw-Blade soa quase como uma ofensa.

    Por que dividir e categorizar o Tier 0?

    Magic se tornou mais complexo. Seja no texto dos cards, nas interações do jogo, ou também na maneira como avaliamos formatos e Metagames. A nossa relação com as mídias sociais nos deixou muito mais reativos ao que acontece no nosso entorno em todos os aspectos da nossa vida, da política aos nossos hobbies - e também nos tornamos muito mais vocais e perdemos uma parte do nosso senso crítico.

    É fácil, hoje, expormos para centenas de milhares de pessoas opiniões como a do Boros Convoke ou Abzan Amalia serem os “novos Hoogaks”, ou reclamar toda semana dos resultados do Kuldotha Red e do Affinity no Pauper ou afirmar que jogadores de Voja, Jaws of the Conclave são pessoas horríveis no Commander uma semana após reclamar que remoções globais estragam a experiência de jogo. A Ágora moderna não é muito coerente.

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    Em meio à cacofonia, cabe a quem pode se comunicar tentar adaptar-se, entender o escopo geral dos problemas contemporâneos e encontrar meios de pensar sobre eles. Enquanto subcategorias de Tier 0 não são novas e já utilizadas em outros jogos, ele é mal representado no Magic porque “Tier 0” é fácil de associar a “absolutamente quebrado e precisa de banimentos” - Mas quando tudo parece absolutamente quebrado aos olhos das mídias sociais, é necessário aprofundar certos conceitos e aplicá-los ao universo onde estamos inseridos.

    No caso do Magic, essa aplicação também se deve por outro fator: power creep se transformou em um ciclo natural do jogo e, com ele, as maneiras de avaliar um melhor deck vão além de “este deck é quebrado?” e agora passam por “o quão quebrado este deck é?” pois, agora, temos um “limiar” entre um quebrado aceitável e um quebrado inaceitável além de um poder notório das mídias sociais em definir o que deve ser banido ou, pelo menos, de abrir um debate recorrente sobre arquétipo X ou Y.

    O Tier 0 dividido em subcategorias

    As subcategorias de Tier 0 são divididas por casas decimais, que vão de 0.9 até 0.1. Quanto mais próxima a casa for do zero absoluto, mais quebrado e prejudicial para a saúde do Metagame de um formato um deck é, enquanto arquétipos mais próximos do 1 são mais “toleráveis” em seus respectivos cenários, apesar das concessões de deckbuilding necessárias para competir contra eles.

    Em ordem crescente de risco para o jogo, o Tier 0 pode ser dividido em:

    Tier 0.9 e Tier 0.8

    Decks nos Tiers 0.9 e 0.8 são aqueles que estão notoriamente um passo a frente do restante do formato, mas cuja margem de vantagem não é significativa o suficiente ao ponto de distorcer o formato em torno dele.

    É comum que estes arquétipos sejam decks do Tier 1 dos quais receberam algum card novo em uma expansão recente que lhe deu um empurrão que ele não precisava, mas não chegou ao ponto de fazê-lo dominar o Metagame. Outros competidores requerem mais concessões no Sideboard ou até no Maindeck para competir com ele, comumente puxando-o de volta ao Tier 1.

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    O Izzet Phoenix do Pioneer é um bom exemplo de Tier 0.8. Ele é um dos melhores decks do formato e, apesar de todos estarem preparados para jogar contra ele no Pro Tour Murders at Karlov Manor, ainda assim, ele conseguiu manter uma winrate positiva no Metagame e permanece como o arquétipo com maior representatividade em números no formato hoje.

    No entanto, conforme jogadores se adaptam um pouco mais para essa partida (por exemplo, com Ashiok, Dream Render no maindeck ou com mais cards disruptivos no sideboard), ele cai de posição até o Metagame negligenciá-lo novamente.

    Qualquer outra adição positiva ao Izzet Phoenix pode fazê-lo subir para outras categorias do Tier 0 e torná-lo ainda mais predominante, deixando-o no limiar entre o que se espera de um Tier 1 e um esforço extra necessário quando uma estratégia começa a predominar demais.

    Tier 0.7 e Tier 0.6

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    Os Tiers 0.7 e 0.6 são a escala natural de perigo quando um arquétipo no Tier 1 recebe uma adição mais poderosa, ou quando ele já estava produzindo resultados que os colocavam no início do Tier 0 e ficou ainda melhor por conta de mudanças no Metagame ou adições recentes.

    Eles estão em um limiar mais próximo de banimentos e/ou são estratégias que já tiveram cards banidos anteriormente mais permanecem no topo do Metagame, os demais arquétipos do formato conseguem competir, mas precisam considerar adições pesadas em seus Sideboards, com seis a oito cards dedicados a esta partida ou um uso muito eficiente de cards do maindeck para não recorrer a tantos slots nos Games 2 e 3.

    É comum que decks nesta categoria estejam sempre no debate sobre banimentos, mas por vezes, eles são uma parte essencial de manter um certo equilíbrio no cenário competitivo para outros arquétipos não dominarem o formato, sendo considerados por alguns como um “mal necessário”.

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    O Kuldotha Burn e a recente iteração de Affinity com All That Glitters são ótimos exemplos de Tier 0.7. Ambos já tiveram cards banidos no formato, mas sua base é tão eficiente e/ou adições recentes são tão boas ao ponto de que eles não saíram do topo do Metagame e continuam ditando todas as tendências do formato.

    Jogadores precisam se preparar para essas partidas em qualquer Liga ou Challenge, aumentando o número de Hydroblasts ou Dust to Dust para ter uma chance quando essas estratégias predominam, e ainda assim, ambos mantém resultados e representatividades decentes nos Challenges.

    Porém, tal qual o Tier 1 e os Tiers 0.9 e 0.8, um Metagame bem preparado e uma seleção de decks mais voltada para essas partidas evitam situações desastrosas como as que presenciamos com Chatterstorm no Pauper, onde um arquétipo, sozinho, tem mais de 40% de presença em torneios, além de abrir muito espaço para adaptações - criando um “pedra-papel-tesoura” entre os dois melhores decks, as estratégias que os vencem, e os que se apresam dessas estratégias.

    Tier 0.5

    Tier 0.5 é o limiar entre absolutamente quebrado e um pouco quebrado. Qualquer estratégia que chegue nesta marca e/ou esteja acima dela tem grandes chances de ter algum card da sua lista banida.

    Decks nesta categoria costumam ser muito eficientes e relativamente difíceis de se jogar contra. Eles tem uma proposta mais injusta, mas não chegam ao ponto de subirem sua representação para acima de 25% ou dominar o formato ao ponto de transformá-lo em uma situação de “melhor deck” vs. “melhor anti-deck”.

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    Temur Rhinos foi um bom exemplo recente de um arquétipo nessa categoria. Após o banimento de Fury e introdução de Tishana’s Tidebinder, este deck foi aprimorado semana após semana até chegar ao ponto de dominar o Metagame com mais de 20% de representação e forçando o formato a estabelecer medidas mais objetivas para lidar com ele.

    Ele não chegava a níveis de se tornar invencível ou absolutamente quebrado, mas sua representação e eficiência era tão alta e seu plano era tão resiliente ao ponto de um banimento ser necessário.

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    Se olharmos alguns anos para trás, o Dimir Inverter é outro exemplo de Tier 0.5, só que sua situação era bem mais problemática: ele competia no espaço de melhor deck do Pioneer com outros dois arquétipos inerentemente quebrados: Mono White Devotion e Lotus Breach, estabelecendo o pior cenário que o formato já viu no seu ambiente competitivo e afastando diversos jogadores do formato até que banimentos ocorressem.

    Nenhum dos três combos parecia estar acima do Tier 0.5 (podemos, inclusive, argumentar que o Mono White Devotion seria um pouco mais baixo se o Dimir Inverter não existisse), mas todos eram quebrados o suficiente ao ponto de não dar espaço para nenhuma outra estratégia, fazendo-os estarem por volta de um Tier 0.3, pois, juntos, eles oprimiam demais o cenário competitivo.

    Tier 0.4 e Tier 0.3

    Os Tiers 0.4 e 0.3 são os primeiros na escala de “muito quebrado”.

    Eles são os claros melhores decks do formato, mantém uma winrate positiva contra a maioria do Metagame, contam uma fraqueza específica e inerente que costuma ser explorada, mas, ainda assim, são estratégias difíceis de combater.

    Banimentos contra eles são quase inevitáveis e as dúvidas e debates não giram em torno de “se deve tomar um ban”, mas sim “o que deve tomar ban”, com opiniões divergentes sobre qual card seria mais benéfico de não existir mais no cenário competitivo.

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    O Rakdos Evoke foi um bom exemplo de Tier 0.4. Ele não era imbatível, mas sua vantagem em comparação com o resto do Metagame era tão grande ao ponto dele dominar jogos muito fácil e obrigar mudanças substancias de arquétipos mais jogados, e ainda prevalecer como melhor deck do Modern perante essas supostas partidas ruins.

    Sua capacidade em ser explosivo demais com Evoke e meios de devolver criaturas para o campo de batalha, além de conter um plano de Midrange eficiente com Ragavan, Nimble Pilferer e Fable of the Mirror-Breaker já eram vagamente problemáticos, mas Orcish Bowmasters o elevou até o próximo nível ao aprimorar o deck contra sua pior partida, o Izzet Murktide, e sem esse obstáculo em seu caminho, o Rakdos Evoke não demorou muito a quebrar o formato.

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    O Grixis Affinity do Pauper pré-banimento do Atog é outro exemplo desta categoria, no Tier 0.3. Sua estrutura era sólida e consistente demais, atacava por múltiplos ângulos, permitia ao seu controlador ter oito ou mais de poder na mesa tão cedo quanto no terceiro turno e ainda possuía uma mistura de combo-kill com Atog e combo fora do combate com Disciple of the Vault.

    O banimento de Sojourner’s Companion não ajudou tanto em retirar sua consistência, incrementada com o lançamento posterior de Deadly Dispute, colocando o Affinity em uma posição de absoluto melhor deck do formato na ausência de Chatterstorm em um ambiente onde jogadores precisavam dedicar dez ou mais cards apenas para essa partida.

    Tier 0.2 e Tier 0.1

    Os Tiers 0.2 e 0.1 são a escala de absolutamente quebrado.

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    Estes são arquétipos a qual a discrepância de nível de poder é aparente e cria uma disparidade gigantesca entre a taxa de vitórias deste deck com os demais. O formato não consegue se adaptar porque ele é resiliente demais contra hate ou porque não existem respostas eficientes no Metagame.

    Eles comumente dominam formatos competitivos ao ponto de existir o “melhor deck” e o “anti-melhor deck” - e ainda prevalecem sobre esses com uma taxa de vitória significativa após se adaptarem. A única opção para o resto do formato, portanto, é de tentar ser mais rápido e ignorar as jogadas do oponente.

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    Chatterstorm foi claramente um Tier 0.2 no período em que permaneceu no Pauper. Ele ditou as tendências do formato e criou um cenário onde os únicos decks capazes de lidar com ele eram os que eram rápidos o suficiente para ignorá-lo (Burn, Affinity) ou aqueles com respostas naturalmente boas na sua composição e que dedicavam mais slots em lidar com ele (Faeries, Delver).

    Sem Flusterstorm ou qualquer outro meio de lidar com a mecânica mais quebrada da história do jogo, o Pauper foi facilmente apresado pelo deck e sua capacidade de vencer tão cedo quanto no segundo turno o tornaram um risco gigantesco ao Metagame.

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    Hogaak foi um dos casos mais famosos de desbalanceamento que o Modern já enfrentou, ao ponto de transformar o Metagame em uma situação de Melhor deck contra vários arquétipos em busca de respostas para ele, com a melhor delas sendo “ignorá-lo e ser mais rápido” já que o deck tinha muita facilidade de jogar em torno do hate.

    Ele também se encaixa no Tier 0.2, sendo possivelmente um Tier 0.1, dependendo do escopo que olharmos, mas creio que este espaço, no Modern, pertence ao famoso Eldrazi Winter.

    Tier 0.0

    Um Tier 0 absoluto seria um deck basicamente invencível sob todas as circunstâncias. Sua existência requereria um banimento emergencial em poucos dias porque nenhum outro arquétipo conseguiria se adaptar para jogar contra ele.

    Não há casos de situações assim no Magic recente ou talvez em toda a história do jogo. A maioria dos decks vai sempre parar no Tier 0.1 porque sempre existem meios de vencê-los ou, pelo menos, reduzir sua winrate através de várias concessões de deckbuilding.

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    O Valki Cascade pode ser o mais próximo que chegamos de um Tier 0 absoluto nos últimos anos, dado que sua única preocupação na partida era se proteger da interação do oponente e lidar com a mirror, além de forçar uma errata na habilidade de Cascata para desmantelar seu combo permanentemente ao invés de sofrer um banimento.

    O quão tolerável um deck Tier 0 deve ser?

    Apesar dessa resposta variar de formato para formato, um deck acima do Tier 1 não deve ultrapassar a marca de 0.7, pois começa a se apresentar como um risco para o Metagame.

    Arquétipos dentro das categorias abaixo do Tier 0.6 podem ter outras funções no ambiente onde estão: serem os reguladores de estratégias mais quebradas, como o Delver faz durante anos no Legacy e parece ser o caso do Affinity e do Kuldotha Red no Pauper, ou apenas obrigarem mudanças nos demais competidores para o puxarem de volta ao Tier 1 ou Tier 1.5, criando inovações no Metagame.

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    O Tier 0.6 e 0.5 se iniciam com decks que já começam a vencer demais e apresentar mais problemas. As concessões deixam de ser de quatro a seis espaços para requerer mais, o maindeck passa a se ajustar muito e obter poucas mudanças significativas, e ele permanece no espaço de Tier 0 apesar das tentativas de puxá-lo para baixo.

    Logo, ao pensar em investir em um deck, principalmente no Magic Arena ou em jogos presenciais, considere o quão predominante o melhor arquétipo é se você pretende montá-lo. Ao mesmo tempo, se você joga o formato a bastante tempo, considere quais necessidades o Metagame requer para se adequar ao melhor deck e se estas abordagens estão funcionando - Se estiverem, é uma boa oportunidade para explorar as novas fraquezas que estão surgindo dessas concessões, do contrário, é provável que uma intervenção direta ocorra nos próximos meses.

    Conclusão

    Isso é tudo por hoje!

    Espero que este artigo ajude jogadores, comunicadores e outros criadores de conteúdo a entenderem um pouco mais a profundidade e o quão complexo o ambiente competitivo do Magic se tornou quando falamos de Metagame e winrates.

    Em caso de dúvidas, ou sugestões, fique a vontade para deixar um comentário!

    Obrigado pela leitura!