Magic: the Gathering

Review

Tierlist dos Decks Legacy - The Lord of the Rings: Tales of Middle-earth

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O Senhor dos Anéis chegou e deixou a sua marca no Legacy. Como ficou a cara do Metagame do formato depois da chegada do Anel e companhia?

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revisado por Tabata Marques

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Apresentação

“O mundo mudou. Posso senti-lo na água, posso senti-lo na terra, posso senti-lo no ar”.

Essa frase das obras de J.R. R. Tolkien cai como uma luva para o Legacy pós-Senhor dos Anéis. Pois quem achava que a edição não ia afetar o formato por não se tratar de um Modern Horizons 3, teve que mudar de opinião, já que muitas cartas da expansão têm aparecido nas mesas de jogo e pelo menos uma grande reviravolta já ocorreu, aliada aos banimentos de março (Expressive Iteration e White Plume Adventurer): UR Delver não é mais o deck mais popular! O que não quer dizer muito, pois uma parte significativa da sua base de jogadores migrou primeiro para a versão Temur e, com a entrada de Orcish Bowmasters, recentemente para a versão Grixis. Mas só de termos variedade no arquétipo, já é uma grande novidade.

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Outra carta que tem impactado o formato é The One Ring, que além de turbinar o deck de Paradox Engine que falei no artigo passadolink outside website, tem aparecido em diversos decks como Bant Control ou 4Color Control (usando também Delighted Halfling para proteger não apenas o Anel, como seus vários Planeswalkers), Red e Initiative Stompy, Black Void, 12-Post, Painter e até Dark Depths.

Além dessas, Boromir, Warden of the Tower, Forth Eorlingas!, Samwise the Stouthearted, Call of the Ring, Sauron’s Ransom, Flame of Anor, Stern Scolding, Display of Power, Cast into the Fire e Palantir of Orthanc, todas essas deram as caras em listas nessas últimas semanas.

Como eu já ressaltei na última análise, antes do lançamento de The Brothers' War, essa é uma análise subjetiva, mas sempre balizada por informações de sites como mtgtop8, mtgmeta.io, mtggoldfish, aetherhub e mtgdecks.net, além, é claro, da extensa base de dados da própria Cards Realm, pois como eu já havia dito: palpite sem fundamento é apenas chute.

Então vamos ver quais os principais decks do Legacy dos Anéis:

Tier 1

Reanimator

A ascensão ao topo do Reanimator não se deve a nenhuma carta do Senhor dos Anéis, mas sim à chegada de Atraxa, Grand Unifier em Phyrexia: Tudo Será Um, que usurpou o posto do Griselbrand de principal alvo de Reanimate.

Desde a sua chegada, o deck ganhou um fôlego renovado e subiu de presença no formato e com a divisão das listas de Delver em facções diferentes, os cavadores de cemitério são o arquétipo mais popular do Legacy nesse momento.

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UR Delver

Após o banimento da Expressive Iteration, até agora não se chegou a um consenso entre a base de jogadores sobre qual a melhor maneira de substituí-la: Reckless Impulse, Chart a Course, Preordain, burn ou Mishra’s Bauble extras – tudo isso pode ser encontrado em listas do arquétipo.

Essa falta de união sobre qual a lista mais refinada tem afetado o desempenho do deck e a chegada dos Orcs causou uma debandada de jogadores para a versão Grixis, que só não foi maior devido a uma dificuldade na obtenção não só dos recém-chegados Arqueiros como também de Underground Sea por alguns interessados em mudar de arquétipo.

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UB Death’s Shadow

Talvez a maior ascensão de status desde a última análise, Death’s Shadow era antes visto apenas como um dos decks mais “budget” do formato, pois podia rodar com poucos ou até mesmo nenhum Underground Sea.

Agora, com a adição dos Orcs, a lista ganha um novo ângulo de ataque que pressiona bastante os outros decks azuis. Uma inovação recente em algumas listas é a presença de Troll of Khazad-dûm como um alvo fácil para Reanimate, uma maneira efetiva de trapacear um bicho grande cedo e ajustar seus pontos de vida para futuras Death’s Shadow caso o Troll não seja o suficiente para carregar o jogo. Sauron’s Ransom também tem aparecido com uma maneira de recarregar o gás.

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Grixis Delver

A nova estrela do formato, a tendência é que a versão Grixis se torne o principal carregador do estandarte do Delver, um posto que já foi de várias versões do deck (Sultai com Deathrite Shaman, Jeskai com Stoneforge Mystic, Temur com Tarmogoyf), mas que há muito tempo está nas mãos da versão Izzet.

Assim como na lista acima, os Orcs fazem um grande estrago contra muitos decks no formato e ao acesso à terceira cor é tanto uma benção quanto uma maldição – chegam ferramentas muito eficientes como Thoughtseize e Plague Engineer, além de brinquedos novos como Sauron’s Ransom ou Call of the Ring, mas, por outro lado, o deck fica ainda mais exposto a ataques a sua base de mana como Blood Moon e Wasteland rivais. Tem tudo para subir ainda mais no formato.

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8-Cast

Outra estratégia bastante sólida, mas que com exceção de eventuais testes com The One Ring e Orcish Bowmasters, não tem incorporado cartas novas. O deck consegue abusar de Urza’s Saga como poucos e o Kappa Cannoneer é capaz de carregar jogos sozinho.

Mas há um problema surgindo no horizonte para o arquétipo que não lhe diz respeito diretamente, mas que o afeta: o crescimento da presença do deck combo de Paradox Engine tem estimulado a inclusão de mais respostas a artefatos nos sideboards. Entre as respostas cabe um destaque em especial para Null Rod, que é uma verdadeira bomba que pega o 8-Cast no fogo cruzado.

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Initiative Stompy

Com a derrocada da White Plume Adventurer, muitos decretaram o fim do reino de Undercity no Legacy. Que engano!

Carregado por 3 arquétipos – Mono White, Gruul e, o com mais destaque recente, Boros, os exploradores de masmorra seguem vivos e bem no formato. A habilidade de Tomar a Dianteira que foi pensada para mesas de Commander tem se provado muito forte, especialmente quando protegida por Cavern of Souls.

A chegada de outra carta de Commander, Forth Eorlingas! jogou os holofotes para a versão RW e os decks têm se sustentado bem.

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Tier 2

Painter

Em um formato ainda dominado pela mana azul, ter acesso já no main deck a Pyroblast e Red Elemental Blast é muito bom! Um deck que se protege bem, tem vários ângulos de ataque e um combo com muitas peças redundantes e várias maneiras de encontrá-las.

O Painter ganhou bastante espaço no Meta e provavelmente é o melhor deck puramente combo do formato – ao contrário do Reanimator ou do Sneak n’ Show que ainda dependem de fases de ataque para finalizar o jogo, Grindstone resolve a parada de uma só vez.

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UWx Control – Jeskai, Bant e Azorius

Os decks Control do formato sofreram muito durante o reino das listas de Initiative e procuram ocupar parte do vácuo no formato com a redução da sua presença. Ainda assim, há uma dificuldade em configurar esses decks para lidar com um formato tão diverso como é o Legacy atual e a vida não está fácil para o arquétipo.

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Forth Eorlingas! tem aparecido nas versões Jeskai tanto quanto um forte finalizador como uma maneira de gerar um fluxo constante de cartas através do Monarch.

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Cephalid Breakfast

É um deck que foi bastante hypado de alguns meses para cá, mas o que muitos jogadores perceberam ao adotá-lo é que é uma lista bem complexa e que demanda muito treino para aprender a navegar, especialmente nos jogos onde o hate de sideboard se torna presente. Ainda assim, é um dos combos mais eficientes e resilientes do formato.

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Red Prison

Depois de perder o título de principal deck Stompy para o White Initiative pré-banimento, o Prison recuperou um pouco da sua majestade. Existe uma grande lista de arquétipos que simplesmente se dobram para cartas como Blood Moon ou Trinisphere.

Infelizmente, a maré também trouxe de volta ao meta o Sneak n’ Show, o maior medo da vida desse deck. Há jogadores testando o Anel como alternativa de ganhar a batalha de recursos em jogos de atrito.

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Death and Taxes

Outro velho conhecido do formato que viu seu reino desmoronar diante das masmorras de Undercity, mas a questão é que mesmo enfraquecido, em geral o deck de Initiative costuma ser mais eficiente do que a Mother of Runes e amigos. O arquétipo já viveu momentos melhores. Há experimentos splashando Preto para, adivinhem só, Orcish Bowmasters!

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Sneak n’ Show

Um velho conhecido que andava em baixa nos tempos de Pyroblast no main deck, Sneak voltou com tudo ao meta Legacy, em parte por causa da presença da Atraxa, Grand Unifier (conhecida entre os amigos como Griselbrand que paga por Force of Will), em parte devido a um formato mais amigável do que há alguns meses – menos Delver, mais Red Prison.

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Tier 3

4 Color Control

Se as listas apenas Bant ou Jeskai já tem tido dificuldade em chegar a um consenso sobre a construção do deck, as listas de 4 cores são ainda mais espalhadas. Green Sun’s Zenith, Ice-Fang Coatl, Natural Order, Staff of the Storyteller… dá pra achar de tudo no arquétipo, que é uma grande bagunça no momento.

De mais comum, além do núcleo básico de Brainstorm, Ponder, Force of Will, Force of Negation,Swords to Plowshares, Prismatic Ending, Uro, Titan of Nature’s Wrath, Terminus, Teferi, Time Raveler, Minsc & Boo, Timeless Heroes e Life from the Loam, algumas cartas de Senhor dos Anéis tem aparecido nas listas: Delighted Halfling é bastante comum, muitas listas estão usando Forth Eorlingas! como uma ferramenta para jogos de atrito e The One Ring tem sido visto com cada vez mais frequência.

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Lands

O interminável deck de terrenos vai ser sempre carregado devido ao seu retrospecto positivo contra as diversas listas de Delver e vai sempre sofrer nas mãos das estratégias de combo que ignorarem o seu plano de jogo.

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Doomsday

Carregando ainda o título de deck mais complexo do formato, Doomsday não olha com bons olhos o crescimento do Grixis Delver: Delver já era um adversário complicado, imagine então um com acesso a descarte e Orcish Bowmasters?

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Stoneblade

Se a vida não anda fácil para os controles puros do formato, ela anda ainda mais tensa para as listas híbridas. Nesse momento, Stoneforge Mystic tem encontrado um caminho mais promissor no Cephalid ou no Death and Taxes.

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Dark Depths

Marit Lage tem sido despertada com mais frequência recentemente, mas, ainda assim, tem que navegar em um universo de Wasteland, Solitude, Blood Moon e Magus of the Moon. Apesar de uma divisão entre as listas, no geral a versão Naya tem sido a preferida pelos jogadores.

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Temur Delver

Quando Expressive Iteration foi banida, não foram poucos os jogadores que recorreram à nostalgia e tiraram a poeira dos seus Tarmogoyf como uma nova-velha alternativa para construir a lista. Mas o ímpeto já foi refreado e o deck está caindo de produção. Aparentemente um Orc 1/1 é melhor do que antes onipotente Lhurgoyf Verde de 2 manas.

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Elfos

Esse era um deck que antes podia afirmar que tinha resultados positivos contra UR Delver. A tônica não é mais exatamente a mesma quando o adversário agora usa uma fonte recursiva de dano para matar seus homenzinhos verdes. Sim, são dos Orcs mesmo que eu estou falando – essa carta é um enorme problema para esse arquétipo, embora algumas listas com Fiend Artisan e descartando todo o motor de Glimpse of Nature tenham aparecido com mais frequência.

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Tier 4

Black Void

Aqui entramos em um reino de alguns decks que estão nesse tier apenas porque acabaram de surgir, mas a tendência é conquistar o seu lugar e se tornarem mais prevalentes. Black Void (ou Black Helm) é um desses. As peças parecem que finalmente se encaixaram e o deck é um predador natural daqueles que abusam das interações de cemitério. Está em alta.

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Paradox Ring Combo

E o que falar desse aqui? De todos os novos decks do formato, esse é o mais assustador. Embora absurdamente vulnerável a Null Rod, esse deck usa The One Ring melhor do que qualquer outro no formato, é super redundante nas suas peças e possui vários caminhos para a vitória.

É o que tem a trajetória mais ascendente e que mais vai demandar que o Meta se adapte a ele. Se a base de jogadores não encontrar um ponto ideal para contê-lo, é a estratégia que vejo com mais potencial de causar algum banimento no futuro. Ainda não acho que seja o caso e creio que os sideboards vão se adaptar a ele, mas o risco está bem aí.

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Cascade Footfalls

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De início, parecia que era só mais um deck de Modern tentando achar o espaço no formato, mas eis que se mostrou capaz de competir com os demais e cavar seu espaço. Com acesso a 8 Espíritos Guias, os Rinocerontes entram bem fácil no primeiro ou segundo turno.

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Storm

Quando algum jogador não-Legacy pensa em deck de combo do nosso formato, quase sempre é nesse que ele pensa. Existe um imaginário onde o Legacy seria um festival de Ad Nauseam pra lá e pra cá. A verdade é que embora ainda viável, o seu grande momento nos holofotes já se foi.

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Maverick

O deck mais justo em um formato bastante injusto.

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12-Post

Poderia ser para o Legacy o que o Urzatron é para o Modern. Mas no Legacy existe Wasteland.

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Concluindo

Ufa! Foram 25 decks discutidos aqui, cerca de 80% do formato pelo que apurei nos vários sites que balizaram esse artigo. O Legacy nesse momento encontra-se em um bom momento, com muito arquétipos viáveis e (ainda) nenhum combo abusivo fora de controle.

Embora Orcish Bowmasters tenha sido a principal carta a impactar o meta, Senhor dos Anéis deu uma mexida com várias cartas mexendo em decks já estabelecidos e muita coisa ainda sendo testada e refinada.

Espero que tenham gostado, um abraço e até a próxima!