Magic: the Gathering

Deck Guide

Orvar das Formas Infindáveis e seu lugar no Modern

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Indo na contramão das expectativas de muitos com essa mítica de Kaldheim no Commander, discorremos sobre como usar ela no Modern e em quais decks ela pode brilhar no formato.

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revised by Tabata Marques

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Vocês sabiam que os irmãos Randolph e Mortimer do filme “Trocando as Bolas” fazem uma aparição no filme “Um príncipe em Nova Iorque”? Como ambos os filmes são protagonizados pelo Eddie Murphy, isso me leva a crer que, talvez, todos os filmes dele tenham uma ligação. Assim como uma teoria da Pixar, ou uma teoria que liga todas as novelas das sete. Mal posso imaginar onde “Norbit” se encaixa nesse rico universo. É isso que tem me mantido acordado até as 05:02 da manhã.

Falando em “Norbit”, já repararam como mais de um personagem do filme é interpretado pelo Eddie Murphy? O mesmo vale para “O Professor Aloprado”, onde o ator interpreta quase a totalidade da família Klump. Sabem quem mais tem muitas faces? Isso mesmo. Changelings.

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Embora eu seja fã desses carinhas desde Lorwyn, onde eles tinham corpos mais gordinhos e uma pele mais esverdeada, aqui em Kaldheim recebemos algumas ideias que denotam o amadurecimento da mecânica de Morfolóide, que concede à criatura a capacidade de ter todos os tipos de criatura ao mesmo tempo, fazendo com que a mesma criatura seja perfeita tanto para decks de Elfos como de Tritões. O que faz do Morfolóide Mariposa questionavelmente o melhor Gremlin do Magic, mas não o melhor Cavalo.

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Dentre todas as criaturas com essa habilidade mostradas em Kaldheim, minha favorita é sem dúvida Orvar, the All-Form. Apesar de até agora eu ter trazido apenas ideias divertidas para o Commander em meus artigos, eu não focarei nesse formato para falar de Orvar. A carta já tem um odor forte de EDH o suficiente para fazer o seu preço subir antes mesmo de ter sido lançada e suas habilidades são muito bem vindas no formato, chamando totalmente a atenção para ela.

Como a missão da minha vida é indignar os eruditos e confundir os ignorantes, não falaremos dele no Commandinho da Galera, e sim em formatos eternos mais voltados a competições tradicionais, especificamente o Modern, formato no qual muitos já falaram que é impossível que o morfolóide veja jogo. Por mais que eu gostaria de ver uma Shell de Orvar no Legacy, eu domino melhor os dois formatos já citados, e nem vamos começar a falar de como o Pauper já tem um power level desequilibrado o suficiente sem precisar de um downgrade em uma mítica.

Esta criatura tem três habilidades; a primeira é a de Morfolóide, habilidade que concede à criatura que o possui todos os tipos de criatura do jogo, permitindo facilmente sua inserção em qualquer deck tribal. A segunda dita “Toda vez que você conjurar uma mágica instantânea ou feitiço, se ela tiver como alvo uma ou mais permanentes que você controla, crie uma ficha que é uma cópia de uma dessas permanentes.”, essa é a principal habilidade dele e da qual mais falaremos no artigo. E a terceira e última habilidade que diz “Quando uma mágica ou habilidade controlada por um oponente fizer com que você descarte este card, crie uma ficha que é uma cópia da permanente alvo.”, que serve para copiar até mesmo permanentes do oponente, incluindo lands, o que tornaria um Thoughtseize adversário em um Ramp.

Fazer um deck para Orvar não é difícil. É só colocar criaturas que você queira copiar e rechear de pumps e outras cartas de mágica instantânea ou feitiço que deem alvo à sua criatura por um custo baixo e assistir suas criaturas se multiplicarem igual os itens da sua mochila após fazer o bug do MissingNo. Mas, apesar da facilidade dessa tarefa, o jeito de deixá-la ainda mais fácil é inserindo Orvar das Formas Infindáveis em algum baralho já existente.

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Tendo em mente essa habilidade, minha atenção foi para o Infect. O que eu admito ser uma ideia tão ruim quanto a do filme “O Grande Dave”, protagonizado por Eddie Murphy. Por mais que o Infect sofra com a perda de criaturas, e uma habilidade que transforma todas suas mágicas instantâneas e feitiços em máquinas de Xerox para seus Blighted Agents pareça ideal, estaríamos perdendo rendimento. Infect é um baralho extremamente agressivo, e é focado em encerrar a partida o mais rápido o possível, uma vez que este deck tem menos gás do que uma Coca-Cola de 3 litros. Apesar da habilidade de Orvar fornecer uma muleta para um dos principais problemas do baralho, também fornece uma faca para ele se cortar acidentalmente enquanto abre uma embalagem de mistura para bolo de caneca. O morfolóide não só é uma compra morta no lugar do que poderia ser um pump, como também um atraso para sua estratégia, caso você o leve a sério.

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Assim, descartamos decks de alta velocidade, então para agora mesmo de confabular um Izzet Blitz que vai usar Pumps instântaneos na sua cabeça para copiar criaturas com Prowess, que não vai rolar também. Eu tô de olho em você. Sim, eu sei que é divertido, mas não olha assim pra mim. Assim sendo, uma Shell Midrange é muito mais ideal.

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Um deck ideal que se importa com uma criatura em específico e tem uma construção que aguenta ser prolongada por mais turnos é o Death's Shadow. Quando feito Grixis temos acesso a duas mágicas instantâneas que ganham uma nova utilidade com Orvar. Um exemplo é Temur Battle Rage. Com o metamorfo em campo, essa mágica além de dar Double Strike para o Shadow também vai ganhar a habilidade de criar clones da criatura, o que te permite usa-la antecipadamente no jogo, não dando para ela um papel tão decisivo em suas partidas. Além disso, a habilidade de Orvar ativa perante o conjuramento de uma mágica, não de sua resolução. Ou seja, mesmo perante a anulação na sua mágica, sua Shadow renderá uma pequena Shadowzinha que a amará como um filho.

Temur Battle Rage é a mágica do deck que normalmente associamos quando temos um efeito que necessita de alvejar uma de nossas próprias permanentes, mas não precisa ser assim. Podemos inserir outras mágicas com utilidades diferentes no deck, sendo Distortion Strike um ótimo exemplo, não só causando uma evasão a Shadow nesse turno, mas no turno seguinte também, com um token de cópia vindo junto de cada alvo do feitiço em sua criatura. Unsummon, inesperadamente, também se torna uma opção, assim como o bounce do Comando Críptico em menor grau. Usando de bounces para remediar removals como um Path to Exile ou um Fatal Push você não só protegeria seu beater como, também, criaria uma cópia dele no campo, não prejudicando tanto sua cadência e melhorando suas chances em turnos seguintes. Utilizar de um Raio em suas próprias criaturas, uma vez que o Death's Shadow raramente morreria para o dano da mágica, também se torna um recurso emergencial poderosíssimo, com a capacidade de proteger seus recursos. E se formos para lugares ainda mais incomuns da minha mente, nada impede de darmos um Boomerang muito bem dado nas nossas próprias lands, assim copiando-as e permitindo rampar, na falta de um land drop do turno.

Vale lembrar também que os Gurmag Angler e os Snapcaster Mage de seu deck também podem ser facilmente alvejados por todas essas opções anteriores. Com o Gurmag você ganha um beater a mais para suprir a falta de um Death's Shadow, e com os Snapcaster não faz mal lembrar que os Tokens de cópia desencadeiam habilidades de entrada, te permitindo usar o flashback de alguma instantânea ou feitiço do cemitério, se necessário urgentemente.

Falando em desencadear habilidades de ETB com os Tokens, outro deck Modern que se beneficia de partidas mais longas, dá alvos em suas criaturas com mágicas e com certeza adoraria cloná-las para efeitos de entrada no campo de batalha é com certeza o deck de Soulherder.

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Normalmente usando só o Ephemerate como mágica que dá alvo, que sem dúvida é a MELHOR carta de Blink do Modern, pelo seu custo baixo e habilidade de Rebound, você não só criaria uma cópia da permanente alvo que já chegaria com seu efeito de entrada em campo, como também teria sua criatura de volta posteriormente, ativando novamente o efeito.

Um ótimo exemplo dessa funcionalidade é com o card Acidic Slime. Com seis manas e Orvar em campo, você pode conjurar o lodo, desencadeando sua habilidade e destruindo um artefato, encantamento ou terreno desejado, responder a ele com um Ephemerate, o que leva ao desencadeamento da habilidade de Orvar que é ativada primeiro criando um Token que é cópia do Slime, que usará sua habilidade de entrada destruindo uma segunda permanente escolhida. O Ephemerate, então, resolve e gera seu efeito de blink trazendo o Slime novamente ao campo, o que resultará em uma terceira permanente destruída.

Esse não é o único exemplo do que podemos fazer, há também diversas outras criaturas. Charming Prince, Ice-Fang Coatl, Skyclave Apparition e muitas outras que vão fazer a festa. Por mim você pode até mesmo blinkar um Uro, Titan of Nature’s Wrath que recém entrou no campo e fazer seu efeito degenerado diversas vezes através de clonagem. O que importa é que Orvar das Formas Infindáveis é uma carta LINDA e optando por ele no seu deck de Soulherder você pode abrir espaço para outros blinks, não tão eficientes quanto Ephemerate, mas que irão gerar muito mais valor, assim como Flicker of Fate, por exemplo.

Aqui vemos uma versão do deck do jogador osk4 que fez 5-0 recentemente com o Soulherder, mas, adaptado para o Orvar:

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O Pioneer também pode receber facilmente o metamorfo. Contudo, seria necessário construir ou adaptar os decks em torno dele, o que talvez não seja muito bem vindo. Decks Mono Blue Tempo que utilizam cards de proteção como Dive Down podem usar muito dele para multiplicar suas criaturas importantes, como Tempest Djinn, por exemplo. E, uma vez que ele tem todos os tipos de criaturas, decks tribais, como o de Espíritos, poderiam se beneficiar muito da presença dele se assumirem uma postura mais tempo, com cartas que alvejam as próprias criaturas de forma a defendê-las ou melhorá-las. E eu, pessoalmente, gostaria de ver um UW Heróico de Theros atualizado para recebê-lo.

Orvar, the All-Form é sem dúvida uma criatura feita para o Commander. Mas não é para nós sermos inocentes, ele tem lugar sim em formatos mais tradicionais de torneios. Sua habilidade é poderosa para decks midrange e permite gerar uma mais valia das suas criaturas, tanto elas precisem de ser protegidas ou multiplicadas.

Agora, com vossa licença, o filme “Um tira da pesada” me espera. Preciso saber onde ele se encaixa no Eddie Murphyverso.