Magic: the Gathering

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Reforçando deck precon de Midnight Hunt Commander: Coven Counters

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Iremos discutir a construção dos decks pré-construídos, suas estratégias e, por fim, explorar as opções de upgrades que temos disponíveis principalmente (mas não exclusivamente) na coleção nova.

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revisado por Tabata Marques

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Olá, leitores comandeiros!

Embora ainda não tenhamos a oportunidade de jogar com os precons de Midnight Hunt Commander, com as listas dos decks já reveladas dá para ter uma boa ideia de seu potencial. Até porque ambos os temas dos dois decks (humanos/marcadores e zumbis/aristocratas) são algo já bem consolidado no difuso e abrangente metagame do Commander.

Nesta pequena série de dois artigos irei discutir a construção dos decks pré-construídos, suas estratégias e, por fim, explorar as opções de upgrades que temos disponíveis principalmente (mas não exclusivamente) na coleção nova.

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Sim, eu vou focar nas cartas novas de Innistrad: Midnight Hunt como opções primárias de upgrade por dois motivos: Primeiro, porque ambos os decks já vem com uma boa quantidade de staples tarimbadas de edições mais antigas para seus respectivos temas; e segundo, porque os cards novos são mais acessíveis e fáceis de encontrar devido a sua alta oferta inicial graças ao seu lançamento recente.

Neste primeiro episódio, começaremos com o “deck de humanos”: Coven Counters.

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Temas e Construção

Embora seja costumeiro começar falando sobre o comandante quando se vai analisar um deck Commander, não acho que esta seja a melhor maneira de fazê-lo no caso de Coven Counters. Isso porque as 99 cartas (e a sinergia entre elas) possuem mais protagonismo que a própria comandante, Leinore, Autumn Sovereign, que serve mais como peça de apoio do que algo em que o deck gire em torno.

Com 39 criaturas em sua composição, trata-se de um típico deck agressivo baseado em combate. O apelo tribal característico de Innistrad e a grande quantidade de humanos no deck (29 no total, fora os outros cards que dão suporte específico para essa tribo, como Herald of War) nos leva a concluir instintivamente que este se trata de um tribal agressivo clássico, mas há mais tecnologia aqui do que simplesmente baixar as criaturas, engordá-las com senhores e bater.

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O uso de marcadores +1/+1 de forma genérica (e não apenas direcionada a sinergia tribal específica) também é uma tática bastante útil, e é seguro dizer que este tema é tão presente neste deck quanto o dos humanos.

O farm dos marcadores é usado como facilitador para a mecânica de coven presente no comandante — que impõe condições para efeitos simples de maneira até desnecessária — mas sem servir apenas para isso, já que os marcadores também deixam as criaturas mais fortes.

O deck também pode ser bastante competente em explorar usos alternativos para os marcadores, a exemplo de Custodi Soulbinders, Ainok Bond-Jin, Abzan Falconer e Kurbis, Harvest Celebrant. Ampliar estas alternativas e encontrar outros usos melhores para os marcadores pode ser uma linha na hora de escolher os upgrades caso você queira deixar o deck mais tecnológico e versátil.

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A base de mana é razoável em termos de volume e quantidade: 37 terrenos e 11 outros cards geradores e/ou aceleradores de mana. O pacote de terrenos não-básicos é bastante decente, com duals interessantes e sem tantas tapped lands.

Sempre há o que melhorar nesse sentido, mas o fato do deck possuir apenas duas cores e ter acesso ao verde (uma cor que facilita a curva de mana sem fazer muito esforço) diminui a necessidade infálivel de acrescentar terrenos melhores, o que já alivia bastante a barra na hora de correr atrás dos upgrades para o deck.

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Já entre os aceleradores existe mais espaço para mudança, embora mesmo os cards mais descartáveis neste pacote ainda sejam úteis de alguma forma e a quantidade de cards bons supere a de ruins. O número de aceleradores no deck talvez seja alto demais, e alguns cards podem dar espaço a outras funções menos privilegiadas no precon.

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O pacote de compra e card advantage no geral é bem deficiente, com poucos slots dedicados à função e praticamente nenhuma staple expressiva. Este talvez seja o aspecto do deck que mais precise de atenção, tendo em vista a necessidade crucial de se manter a mão abastecida durante uma partida longa com um deck puramente dependente de criaturas que podem ser varridas da mesa com um único board wipe.

Apesar de o deck estar munido com algumas respostas para situações do tipo (Inspiring Call, Unbrakable Formation) e recursões massivas (Moorland Rescuer e Angel of Glory’s Rise) é preciso contar com formas menos passivas de se manter o fôlego em um mesão, e acho que este deck peca nesse quesito.

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O pacote de remoções também é bem magro, contando com apenas 4 remoções pontuais e 3 globais. Embora esse tipo de interação seja menos crucial que as compras para a sustentabilidade de um deck agressivo, ainda assim a falta delas pode travar seu jogo em alguns casos.

Apesar da escassez, a qualidade dos cards deste pacote é razoável, e certamente eu manteria quase todos eles com exceção de um (ver adiante).

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Por fim, percebo uma tentativa atrapalhada do deck em reforçar as fileiras de humanos com fichas, através de alguns cards como Somberwald Beastmaster e Trostani’s Summoner.

Fichas são uma ótima forma de decks tribais ganharem valor e imporem um ritmo agressivo, mas as escolhas que fizeram aqui não fazem o menor sentido. Com exceção da Sigarda, Heron's Grace, todos os cards deste pacote podem ser substituídos tranquilamente.

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Comandante

A escolha do comandante neste deck é algo a ser discutido. Embora Leinore, Autumn Sovereign possa não ser a escolha mais empolgante considerando que o deck conta também com Sigarda, Heron’s Grace e Kyler, Sigardian Emissary, mante-la não é totalmente ilógico. O draw adicional concedido por ela é bem útil, mesmo que condicional, e é um recurso valioso indisponível nos outros dois comandantes, ainda mais levando em conta a escassez de draw já mencionada do precon.

No entanto, eu vejo muito mais sentido em resolver essa questão adicionando cartas de compra e mantendo Leinore entre as 99, do que usá-la como general em um deck deficiente. Mantê-la e adicionar mais compras com upgrades ao deck, por outro lado, tornará Leinore menos necessária, mas também menos visada. Portanto, se você prefere ter um comandante que não chame tanta atenção e não seja um alvo prioritário de remoções imediatamente após entrar em jogo, talvez Leinore seja a melhor opção para você. Ela também faz mais sentido caso você escolha abandonar o foco tribal do deck e seguir uma linha mais genérica com os marcadores +1/+1 como tema central.

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Em qualquer outro cenário, recomendo trocar a liderança do deck por um dos outros dois pretendentes presentes no precon. Particularmente para um tribal de humanos eu prefiro Sigarda, Heron’s Grace por conta dela combinar valor e utilidade para seu board. O suporte que Sigarda dá para suas criaturas é algo considerável, embora ainda não o ajude a contornar o flagelo deste deck que são as remoções globais.

Usando Sigarda, Heron’s Grace como general pode se preocupar menos com a questão dos marcadores e abrir a possibilidade de talvez focar mais em sua habilidade de geração de fichas. Isso demandaria a abertura de algum espaço no deck para a inserção de um pacote de lotação de cemitério e cartas de recurssão em massa e reanimates pontuais podem ter mais destaque.

Kyler, Sigardian Emissary já seria um comandante menos voltado para a utilidade e mais para a trocação. Particularmente acho ele uma boa carta para o deck servindo tanto como um lord tribal quanto uma possível bomba. Embora seja capaz de produzir os próprios marcadores, acho mais difícil contar com isso, já que ele não se protege sozinho.

O seu custo alto atrapalha um pouco a criação de um jogo em torno dele, pois o mais provável é que não sobrem muitas manas para colocar mais humanos na mesa após conjurá-lo, deixando-o vulnerável à qualquer remoção antes que tenha a oportunidade de causar impacto.

Usá-lo como comandante requer uma atenção maior em sua proteção, e talvez o uso de outros efeitos que sejam capazes de pôr marcadores +1/+1 sem o dispêndio de mana, a exemplo de Juniper Order Ranger e Mikaeus, the Lunarch que já vêm no deck. Em alguns aspectos, pode-se até se aproximar de um deck voltron.

A seguir, mostrarei opções de upgrades possíveis para o deck considerando não apenas cartas que jogariam em qualquer deck tribal de humanos mas também cada opção de comandante possível com o precon.

Base de Mana

Como dito anteriormente, a base de mana do deck não é algo que precise tanto de um reforço, mas sempre há o que melhorar. Não vejo razão para usar dual lands melhores aqui a menos que você já tenha estes terrenos sobrando ou queira realmente investir pesado no deck. Os upgrades aqui então ficam por conta de terrenos utilitários que possam ajudar o deck em algo mais além de apenas gerar mana. Segue exemplos:

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Entre os aceleradores, existem algumas peças soltas no precon que não necessariamente são boas e que podem dar lugar a staples de fácil acesso que ficaram de fora.

Sai:

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Entra:

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Combate e Sinergia Tribal

Este pacote representa todos os cards que merecem espaço no deck por conta do suporte que dão à tribo dos humanos. Considerando que em grande parte trata-se de um deck agressivo, a maior parte deste suporte vem na forma de mais poder, fichas ou capacidade de combate, mas nem sempre.

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Existe uma quantidade razoável de cards no precon que podem sair para dar lugar a cards melhores nesta função, como os já mencionados spawnadores atrapalhados de fichas e outros utilitários defasados. Eu consideraria fazer as seguintes alterações:

Sai:

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Entra:

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Repare que a quantidade de cartas que saíram (8) é maior que a das que entraram (6). Esses 2 espaços de sobra serão preenchidos no outro pack mais necessitado a seguir.

Compras

O pacote de compras é de longe o mais prejudicado neste precon e por isso deve ser reformado quase que por completo. Das que já vem no precon, Shamanic Revelation, Lifecrafter’s Bestiary e a própria Leinore, Autumn Sovereign (se você não a estiver usando como general) são as que teriam uma chance de permanecer.

Inspiring Call talvez mereceria seu lugar no deck pela função secundária de proteger a mesa, mas eu já utilizei esta carta em outras ocasiões e confesso que me decepcionei com a inconsistência dela mesmo em decks bastante alinhados com marcadores. Acho que ela precisaria de alguns testes para merecer o slot e mesmo assim só a manteria caso o comandante fosse Leinore ou Kyler.

Por fim, Wall of Mourning parece condicional demais para permanecer no deck e não vejo razões para mantê-la. A barreira parece uma boa opção para decks mono brancos carentes de draw, mas não vejo porque usá-la em um deck com acesso ao verde.

Considerando os 2 espaços sobressalentes que temos, mais o da barreira, mais um possível slot no caso de Inspiring Call não se mostrar se promissor, temos um total de 4 espaços para adicionar cartas de compra que sejam efetivas. Sugiro por estas:

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Marcadores

O tema dos marcadores é muito importante neste deck... talvez mais que o dos humanos. O precon vem munido de boas cartas que permitem explorá-lo, mas nem todas estão necessariamente sintonizadas com a proposta que queremos. Algumas são até descentes, mas possuem um custo muito alto, tornando a curva do deck excessivamente alta. Eu consideraria fazer as seguintes trocas:

Sai:

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Entra:

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Variações

Se você pretende usar Sigarda, Heron’s Grace como comandante, considere abandonar totalmente a estratégia dos marcadores e foque na sinergia tribal.

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Além dos cards sugeridos acima remova também: Orzhov Advokist, Verdurous Gearhulk e Citadel Siege; e no lugar dos upgrades sugeridos acima adicione: Thalia's Lieutenant, Hanweir Militia Captain, Frontline Medic, Thraben Doomsayer, Call the Coppercoats, Sanctuary Lockdown, Elspeth, Sun's Nemesis, Visions of Glory, Repel the Abominable e Make a Stand.

Se você pretende usar Kyler, Sigardian Emissary como comandante, considere Sword of Hours ou Fractal Harness no lugar de Luminarch Aspirant.

Se você pretende não seguir a linha tribal de humanos e focar ainda mais nos marcadores, considere também fazer as alterações a seguir:

Retire Heron's Grace Champion, Herald of War, Kyler, Sigardian Emissary e Dearly Departed. Adicione: Hamza, Guardian of Arashin, Armorcraft Judge, Constable of the Realm, Basri Ket. Não retire Kurbis, Harvest Celebrant e não adicione Thalia's Lieutenant. Adicione Pridemalkin no lugar de Tuskguard Captain.

Remoções

Todo deck que pretende ser autossuficiente no mesão precisa de um pacote de remoções úteis. No caso de um deck puramente baseado em criaturas, as remoções globais não combinam tanto, já que você quer manter seu board. Como o pacote inteiro não possui muitas cartas (apenas 7), a única alteração que eu faria seria retirar Hour of Reckoning e por um Generous Gift no lugar.

No entanto, o número reduzido de remoções neste deck me deixa meio desconfortável. Talvez seja sensato dedicar mais espaço no deck para a adição de mais remoções, principalmente pontuais e instant speed, como Path to Exile e Krosan Grip, mas sinceramente acho que com tudo que já foi mencionado anteriormente o precon já foi alterado o suficiente.

Acho difícil um deck, independente do arquétipo, sobreviver bem em um mesão com menos de 10 remoções, mas não impossível. Enfim, os testes irão dizer.

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Conclusão

Embora a tribo dos humanos não seja a melhor para a combinação verde e branco, acredito que a combinação com os marcadores +1/+1 possa se mostrar promissora e preencher bem as necessidades do precon com os upgrades adequados. Vale lembrar que os cards mencionados como upgrades se limitam a minha visão do que estaria dentro de um orçamento razoável para se investir em cartas adicionais além do valor do próprio pré-construído.

Por isso, alguns cards comprovadamente compatíveis com a proposta do deck (como Doubling Season, Vorinclex, Monstrous Raider, Hardened Scales, Cavern of Souls, etc.) não aparecem aqui, pois parto do pressuposto de que uma pessoa que adquire um precon provavelmente o fez pensando em aproveitar o máximo que puder sem a necessidade de gastar muito mais que o valor da caixa.

Mesmo assim eu entendo que essa concepção pode ser totalmente arbitrária além de provavelmente ter esquecido de um card ou outro que poderia facilmente ter entrado na lista final. Se você pensar em algo que esqueci, eu adoraria saber o que é.

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Espero que você tenha encontrado algumas ideias interessantes para melhorar o seu precon Coven Counters. Se sim, ou se teve ideias ainda melhores, deixe-me saber nos comentários abaixo. Você também pode me encontrar no Instagram ou no Youtube pelo meu canal Cozinha Offline. O link para ambas as redes está aí embaixo.

Nos vemos no próximo episódio com o próximo deck de Midnight Hunt Commander: Undead Unleashed!