Spoiler Destaque: Manlands Aliadas no Standard e no Pioneer

Com o fim da temporada de previews de Lost Caverns of Ixalan prevista para a próxima sexta-feira, já conseguimos estabelecer um panorama do nível de poder da nova expansão de Magic: The Gathering, incluindo as melhorias que ela traz para a consistência na mana de formatos como o Standard, ao finalizar o ciclo das "Restless Lands", o novo ciclo de terrenos-criatura introduzido em Wilds of Eldraine.

No artigo de hoje, avaliamos o potencial dos novos terrenos para o Standard e o Pioneer, além de especularmos quais delas estarão mais presentes e em quais arquétipos elas conseguem se destacar!

O novo ciclo de manlands segue a mesma lógica dos cards introduzidos em Wilds of Eldraine: todos entram em jogo virados, e possuem um custo de mana razoável para se tornarem criaturas com efeitos quando atacam.

Alguns se destacam um pouco mais, mas cada um deles parece abranger um arquétipo específico que se encaixa na identidade de cores em que elas se encontram.

Sem um contexto de formato, Restless Anchorage parece o melhor card do ciclo: além de um custo mais baixo para ativar, o terreno conta com evasão e sua habilidade desencadeada no ataque possui uma quantia relevante de interações: os tokens de Mapa podem filtrar o topo do deck, comprar terrenos, aumentar o poder de suas criaturas e funcionar para interações com artefatos e/ou fichas, como pagar os custos de Barganha. Além disso, o próprio terreno pode ser alvo dos Mapas, o que permite aumentar o seu poder e torná-lo uma ameaça maior a cada turno.

Tenho expectativas de que Restless Reef veja jogo porque um 4/4 com Deathtouch é um clock eficiente em mesas vazias, enquanto também troca com ameaças problemáticas e/ou impede determinados ataques de cards como Sheoldred, the Apocalypse.

Sua habilidade de mill é, hoje, uma faca de dois gumes: além de funcionar em prol da consistência de mecânicas como Descend, Delirium ou Delve, também acelera estratégias de Reanimate, como as que usavam The Cruelty of Gix para buscar Atraxa, Grand Unifier ou, no Pioneer, Greasefang, Okiba Boss com Parhelion II.

Como o trigger de ataque de Restless Reef é obrigatório, jogadores precisarão construir listas que possam se beneficiar das suas habilidades, e/ou evitar usá-la contra arquétipos onde millar o oponente seja benéfico para eles.

Por três manas para ter um 2/3 com Ameaçar, Restless Vents é uma opção decente para as listas de , seu trigger de looting é útil quando precisamos filtrar cards indesejados, mas não compete com opções disponíveis no Pioneer, além de que dois de poder por três manas deixa um pouco a desejar quando comparado ao potencial que Restless Anchorage apresenta.

Restless Ridgeline não é uma Raging Ravine, mas chega próximo o suficiente. Reckless Stormseeker é uma criatura que vê jogo tanto no Standard quanto no Pioneer, e o terreno possui uma habilidade comparável.

Infelizmente, ela não desencadeia para si próprio, e nem garante Ímpeto para a criatura-alvo, mas possibilita algumas interações úteis com ameaças evasivas.

Por fim, Restless Prairie é o típico exemplo do que os arquétipos buscam fazer: se beneficiar de ter diversas criaturas em jogo. Desencadear um Charge quando ataca cria situações bem complicadas na matemática de combate do nosso oponente durante o turno dele, onde um pequeno deslize pode significar dano letal quando temos um número decente de criaturas em jogo.

Estratégias de go-wide agradecem a inclusão, em especial aquelas que não tentam jogar tão por baixo ao ponto de serem punidas com terrenos que entram em jogo virados.

É provável que todas as Restless Lands encontrem espaço para jogarem no Standard, tal qual seus predecessores. Em jogos orientados para o atrito, ter mais uma ameaça nas guerras de topdeck, ou a capacidade de ameaçar um ataque ou bloqueio a mais amplifica bastante o leque de jogadas e possibilidades para os decks do formato.

Restless Anchorage estará presente no Azorius Soldiers, mas talvez não com quatro cópias, visto que ele ainda possui entradas agressivas que requerem terrenos desvirados para funcionar. A possibilidade de ter mais uma ameaça voadora e ainda desencadear um aumento de poder e/ou a filtragem do topo garante mais consistência em jogos longos.

O Bant Control é outra lista capaz de se beneficiar desta manland por conta do seu baixo custo de ativação e sua habilidade evasiva. Ele tem problemas ocasionais em fechar a partida, e ter um clock voador é uma maneira excelente de puxar alguns pontos de dano todo turno.

Outro arquétipo que deve aproveitar do novo terreno, e também de Restless Reef, é o Esper Midrange. Acredito que o terreno seja usado em menos cópias do que Restless Anchorage e Restless Fortress, dado que esses dois colaboram de maneira mais ativa para sua estratégia.

Restless Vents é uma boa opção para o Rakdos Sacrifice, mas seria mais benéfico para estratégias que buscam usar The Cruelty of Gix e outros cards para reanimar bombas, já que se trata de um habilitador em um terreno. Se o Rakdos Midrange retornar para o Standard em algum momento (ou alguma variante de Grixis, Jund, ou até Mardu), é possível que esse terreno ganhe mais espaço no Metagame.

Nas versões de três cores, no entanto, ela compete com alguns outros terrenos que parecem se destacar melhor em seus respectivos decks: Restless Cottage e Restless Fortress funcionam melhor para estabilizar o jogo, enquanto Restless Reef é uma opção mais eficiente em jogos de atrito, ou se queremos jogar cards para o nosso cemitério.

Restless Ridgeline e Restless Prairie são mais apropriadas para arquétipos proativos, com uma base relevante de criaturas. Das versões de Selesnya (Enchantments, Humans, Toxic, Tokens e outros) até as variantes de Naya Aggro e o Naya Exile, que ganhará mais suporte com Quintorius Kand, os terrenos e abrem espaço para trocar velocidade por resiliência e um meio de jogo potencialmente mais explosivo.

Os números, no entanto, são um problema: decks Aggro não querem várias cópias de terrenos que entram em jogo virados, e em uma base de mana mais complexa nas versões de três cores, jogadores precisariam fazer concessões sobre quais quantidades querem de cada uma, ou se sequer vale a pena jogar com múltiplas cópias deles.

No Pioneer, tal qual seus predecessores, os novos terrenos encontram um obstáculo: as manlands de Adventures in the Forgotten Realms são staples do formato, e o ciclo anterior encontrou pouco ou nenhum espaço entre os principais competidores do Metagame.

Isso não significa que elas não possuam espaço como one-of ou até two-of em determinadas listas hoje, mas não podemos esperar que elas tenham o mesmo impacto ou presença que as manlands antigas, especialmente Celestial Colonnade e Raging Ravine, tiveram no Modern durante os primeiros anos do formato.

Assim como no Standard, o Azorius Control pode desejar uma cópia ou duas de Restless Anchorage em suas listas pela dificuldade que o arquétipo possui em fechar jogos. Apesar de não estar na mesma eficiência que Hall of Storm Giants, seu corpo evasivo garante um clock pequeno por um custo relativamente baixo para suas habilidades, e que interage bem com a habilidade positiva de Teferi, Hero of Dominaria, dando ao seu controlador mais algo para fazer com sua mana durante a fase principal.

Restless Reef tem um corpo decente para mesas vazias. Portanto, ele pode aparecer tanto em listas de Dimir Control, onde o trigger de ataque pode ser usado para alimentar Torrential Gearhulk e Dig Through Time, ou no Rogues, onde podemos usá-lo para pressionar o oponente em frentes distintas.

Listas de Esper Greasefang também podem se beneficiar do card, mas ele é um habilitador pouco eficiente nessa estratégia.

Restless Vents é pior do que Hive of the Eye-Tyrant em todos os arquétipos em que ele se encaixaria, sendo assim o pior terreno do ciclo para o Pioneer.

Restless Ridgeline compete com Lair of the Hydra, Den of the Bugbear e até Mutavault nas listas atuais de Gruul Aggro. No entanto, o terreno conta com uma sinergia interessante junto de Voldaren Thrillseeker, aos moldes das que vemos com Reckless Stormseeker, onde podemos aumentar o poder da vampira para, em seguida, sacrificá-la com sua habilidade para causar uma quantia alta de dano.

Acredito que essa interação faça com que o card ganhe ao menos um slot no maindeck dessa estratégia.

Restless Prairie está numa posição interessante, onde seu competidor direto é Mutavault no Selesnya Angels, e com Lair of the Hydra no Selesnya Company. Em ambos os casos, seu maior problema é a perda de velocidade que esses arquétipos concedem ao utilizar o terreno, em um Metagame onde perder um turno já tem sido letal para eles.

Apesar de sua utilidade em colaborar com estratégias de go-wide, Restless Prairie requer um investimento muito pesado de mana, e o late-game dessas estratégias é quase inexistente, pois a maioria dos demais competidores do formato consegue explodir antes, ou garantir um late-game melhor. Logo, não vejo tanto futuro para o terreno no Pioneer hoje.

Todas as manlands novas possuem qualidades específicas que garantem seu espaço no Standard, mas competem direto com o ciclo de terrenos de Adventures in the Forgotten Realms no Pioneer, que hoje são staples da base de mana de diversos decks e que não oferecem tantos riscos de entrarem viradas nos primeiros turnos.

Apesar de serem o primeiro ciclo de manlands em cores aliadas desde Worldwake, os novos cards, em maioria, não parecem impactar o Pioneer da mesma maneira que seus antecessores mono coloridos, e isso os coloca numa posição onde podemos esperar uma cópia ocasional, mas não muitas delas nas listas por conta das demandas de velocidade do Metagame.

Obrigado pela leitura!