Magic: the Gathering

Opinião

Spoiler Destaque: Terrenos Lendários de Lord of the Rings no Modern

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Lord of the Rings: Tales of the Middle-Earth traz um novo ciclo de terrenos lendários ao Modern. Neste artigo, avaliaremos o potencial de cada um deles no formato!

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revisado por Tabata Marques

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A temporada de previews de Lord of the Rings: Tales of the Middle-Earth está à todo vapor. E no primeiro dia dos spoilers, fomos apresentados ao ciclo completo de novos terrenos raros da edição.

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Além deles, foi apresentada também uma dual land lendária, e até o momento da escritura deste artigo, não apresentou sinais de que ela faz parte de um ciclo.

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No artigo de hoje, avaliaremos o potencial deste novo ciclo para o Modern!

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Lands Lendárias e os slots da base de mana

Quando Kamigawa: Neon Dynasty trouxe o ciclo de Channel Lands, a comunidade de Magic entrou em alvoroço e considerou até que múltiplas cópias dela poderiam se encaixar na base de mana dos decks, pois a segunda cópia não seria apenas um card morto.

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Após alguns meses, foi comprovado que a participação das Channel Lands na base de mana dos formatos competitivos tinha um viés mais utilitário, como um terreno útil que entra desvirado quando você precisa no early-game, enquanto também funciona como uma "mágica" útil no late-game, ou até como uma peça de resposta ao hate no caso de Boseiju, Who Endures.

Na verdade, Boseiju, Who Endures se tornou o único card do ciclo a estar presente com mais do que uma cópia nos decks que se importam com ele, pelo seu custo baixo e flexibilidade em um slot que eles precisariam de cards mais específicos. Os demais limitaram-se a aparecer como um one-of na maioria dos formatos competitivos.

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O ciclo de The Lord of the Rings: Tales of Middle-Earth provavelmente seguirá a mesma lógica de que deve ser utilizada como apenas uma cópia nos decks que se importam com elas. No entanto, a maioria delas conta com o drawback de necessitar de uma criatura lendária para entrarem em jogo desviradas, e em um Metagame tão eficiente de mana como o Modern, isso faz muita diferença.

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Se olharmos para os principais arquétipos do Modern nos últimos 30 dias, as criaturas lendárias que tiveram alguma participação no Metagame foram as apresentadas acima.

Algumas delas, como Ragavan, Nimble Pilferer, Yawgmoth, Thran Physician, Omnath, Locus of Creation, Nissa, Resurgent Animist e Asmoranomardicadaistinaculdacar são mais presentes no Metagame, enquanto outros, como Tameshi, Reality Architect, Winota, Joiner of Forces, e Thalia, Guardian of Thraben são muito presentes em seus respectivos arquétipos, mas fizeram pequenos resultados no mês passado.

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Por necessitarem de uma criatura lendária já em jogo para otimizarem sua mana, as novas lands parecem bem mais condicionais para o formato. Alguns arquétipos conseguem encaixá-las melhor em suas listas do que outras, e não podemos esquecer que a primeira habilidade do Anel torna de seu portador uma criatura lendária. Logo, caso essa habilidade seja relevante o suficiente no cenário competitivo, o valor agregado desse ciclo melhora, principalmente Minas Tirith, que necessita de criaturas em jogo para ter o máximo de seu valor extraído.

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Os Terrenos Lendários de Lord of the Rings no Modern

Para avaliar o potencial de cada um dos terrenos do ciclo, precisamos separá-los e avaliar a qualidade deles de maneira individual, para considerarmos quais arquétipos se beneficiariam melhor deles.

Minas Tirith

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No ponto de vista individual, Minas Tirith parece o terreno mais forte do ciclo (se desconsiderarmos Mount Doom, que entra em jogo desvirado e funciona como uma Dual Land), afinal, ele dá aos decks brancos agressivos um efeito da qual eles não costumam ter com facilidade: draws.

Seu maior drawback é que o card entra no campo de batalha virado, o que significa que até as variantes de Mono White do Hammer Time terão dificuldades em usá-lo, pois carecem de boas criaturas lendárias (Frodo, Determined Hero estava bem próximo de ser viável, mas parece que sua clausura foi feita visando evitar que ele jogue no Hammer Time), enquanto precisam maximizar sua mana todo turno para garantir um hit-kill eficiente com Colossus Hammer.

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Uma estratégia da qual pode se beneficiar de seus efeitos, mas que está ausente no Metagame são as estratégias de Death & Taxes, seja nas variantes Mono White, ou nas versões de duas cores. O deck também ganhou, pelo menos, duas novas adições de criaturas lendárias, com Samwise, the Stouthearted e Boromir, Warden of the Tower.

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Humans é outro arquétipo capaz de tirar proveito de Mount Shire, principalmente após jogar todas as ameaças de sua mão, e poder focar apenas em atacar com suas criaturas e ativar o terreno para manter o fôlego na partida.

Sua versão Mono White, que ganhou popularidade nas últimas semanas como um "bom deck Budget", terá, certamente, ao menos uma cópia do novo terreno em suas listas. Já as versões multicoloridas, que recorrem a Secluded Courtyard e Unclaimed Territory, podem ter mais dificuldades em usar um terreno que não gera mana verde para Noble Hierarch no primeiro turno.

Rivendell

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Rivendell é um card excelente de filtragem de topo no Modern. No entanto, ele também possui outra clausura restritiva: você precisa de uma criatura lendária em jogo para ativar sua habilidade. Logo, decks como o Azorius Control terão dificuldades em tirar proveito de sua habilidade.

Deste novo ciclo, Rivendell é o card que mais depende de que ser tentado pelo Anel seja uma habilidade boa o suficiente para ver jogo no Modern, ou que outra criatura lendária absurda, aos moldes de Ragavan, Nimble Pilferer saia para o formato. Do contrário, ela possui poucos candidatos a aproveitarem de seus efeitos.

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O primeiro, e mais óbvio, são os decks Magic Symbol UMagic Symbol RMagic Symbol X com Ragavan, como o Izzet Murktide, Jeskai Breach e Death's Shadow. Porém, a base de mana de dois desses três arquétipos já são vulneráveis à Blood Moon, e Otawara, Soaring City é, certamente, uma opção melhor de "land flexível" nas listas que se importam com ela.

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Além disso, Ragavan é uma ameaça que precisa ser morta no momento em que ele entra em jogo. Em sua ausência, Rivendell é apenas mais um terreno que gera mana azul com uma desvantagem.

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Os decks de Emry, Lurker of the Loch (e alguns são acompanhados de Urza, Lord High Artificer) são outras estratégias que podem tirar proveito de Rivendell, e talvez da melhor maneira possível, já que suas principais peças são criaturas lendárias, e a habilidade de filtragem pode ajudar a encontrar a peça de combo restante em momentos pontuais.

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Por fim, outro arquétipo onde Rivendell pode se encaixar pelo seu valor condicional numa mana já bem consolidada é no Merfolks, que usam quatro cópias de Svyelun of Sea and Sky e nenhuma cópia de bons efeitos de filtragem do topo para jogos onde sua mesa está travada, ou onde você precisa de uma ameaça e/ou resposta a mais para garantir a partida.

O Merfolks também é conhecido por utilizar Kira, Great Glass-Spinner no Sideboard, o que aumenta a consistência de Rivendell como uma land auxiliar após os primeiros turnos.

Barad-dûr

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Em uma perspectiva individual, e se considerarmos o quão fácil criaturas morrem no Modern, Barad-dûr parece o card mais viável do ciclo para o formato, pois sua habilidade, enquanto não é impressionante, garante mais atrito em arquétipos que já costumam desejar esse tipo de efeito em situações onde há mana de sobra.

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O arquétipo mais óbvio para incluir Barad-dûr seriam as listas de Yawgmoth, Thran Physician, pois eles já recorrem à mecânica de sacrificar criaturas para extrair valor de seu principal card e/ou para ganhar o jogo. Nesse caso, há pouca, ou nenhuma, dificuldade em desencadear a habilidade do terreno.

No entanto, ativar Barad-dûr custa um total de quatro manas (uma mana preta, duas incolores e virar o terreno), e o deck já conta com uma alta variedade de cards para usar sua mana de sobra e/ou para fechar seu combo antes que se torne necessário usar a habilidade do terreno.

Por outro lado, sua inclusão permite "alimentar" Yawgmoth, Thran Physician ou até mesmo habilitar jogadas mais explosivas contra a mesa do oponente usando seu efeito de sacrifício ao lado de uma criatura com Undying, ou criar bloqueadores eficientes no meio da partida caso haja mana de sobra.

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O Rakdos Undying, ou Rakdos Midrange, é outra estratégia da qual Barad-dûr, apesar de não ser ideal nos primeiros turnos, pode ter algum efeito relevante na partida ao lado de Fury e/ou outra remoção em jogos de atrito.

No entanto, sua inclusão parece menos provável nesse arquétipo. Primeiro, porque o Rakdos Undying é definido pela velocidade com qual ele consegue estabelecer uma posição de mesa invencível, e manlands como Den of the Bugbear fariam muito mais, e não possuem espaço nas listas atuais.

Além disso, essa é uma estratégia que prefere usar Castle Locthwain para acumular mais recursos na mão do que tentar colocar um token 2/2 no campo de batalha, além de ter acesso à Mount Doom, sem contar a vantagem que os decks Rakdos têm em serem excelentes arquétipos de Blood Moon.

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Mines of Moria

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Enquanto Minas Tirith parece o melhor terreno do ciclo, Mines of Moria parece o pior, ou pelo menos, o menos viável dentre eles para o Modern, pois quase nenhum deck do formato hoje parece tirar proveito de sua habilidade.

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É uma pena, ou talvez até uma decisão consciente, pois a principal criatura lendária do formato hoje é Ragavan, Nimble Pilferer. Só que Mines of Moria têm um custo de ativação alto demais para gerar qualquer valor às listas que recorrem ao macaco albino: não há a necessidade de mana extra no Izzet Murktide ou no Rakdos Midrange quando já estamos pagando quatro manas para ativar o terreno, sem contar que é preferível usar os cards de seu cemitério para alimentar Murktide Regent e/ou para recorrer à alguma ameaça com Kolaghan's Command.

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A única situação onde consigo imaginar Mines of Moria tendo mais relevância no Modern é caso Dwarven Mine seja banido do formato no futuro, pois este terreno garantiria um meio de ter dois tesouros no campo de batalha para destruir com Indomitable Creativity.

The Shire

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The Shire seria outro candidato a pior terreno do ciclo, se não fosse pelo suporte que a mecânica de Food recebe nessa edição, em especial com Samwise Gamgee, que habilita um novo combo com Cauldron Familiar, e Rosie Cotton of South Lane, da qual também cria um novo combo com Scurry Oak.

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Logo, há uma possibilidade real de que decks Magic Symbol GMagic Symbol WMagic Symbol X com foco em Food e nesses combos infinitos se torne realidade, e não podemos esquecer do quão sinérgica essa temática é com Asmoranomardicadaistinaculdacar e The Underworld Cookbook, e dá ao arquétipo o potencial de ser uma estratégia viável no cenário competitivo.

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Fora dessas estratégias, o card pode merecer um slot nas estratégias de Heliod Company ou outros arquétipos que já usam mana dorks e criaturas que possuem interações com outras.

Acredito que, para aproveitarem The Shire, a maioria desses arquétipos acabarão por se tornar decks com Samwise Gamgee, mas o potencial dos combos de Heliod, Sun-Crowned ainda existe, mesmo que o arquétipo esteja apagado do Metagame hoje.

Menção Honrosa - Mount Doom

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No momento da escrita deste artigo, ainda não há nenhuma indicação de que Mount Doom faz parte de um novo ciclo de dual lands míticos da nova edição. Portanto, ele merece um review individual neste artigo.

Em um vácuo, Mount Doom usa o mesmo design de Horizon Canopy, mas além de ser lendário, ele também troca a habilidade de draw pelo potencial de dar um de dano recorrente a cada oponente.

A sua terceira linha de texto é virtualmente irrelevante para o Modern: sete manas é um custo muito alto, a necessidade de um artefato lendário será pouco importante nessa combinação de cores, a menos que você use The One Ring, e o formato possui sweepers melhores e mais baratos.

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Logo, os elementos que importam em Mount Doom são suas primeiras linhas de texto: ele entra em jogo desvirado, gera uma mana dentre duas cores importantes, e sua primeira habilidade é relevante caso a partida se estenda, pois cria um "clock" mais difícil de interagir na mesa.

Como ele não têm o tipo "Montanha", não o vejo como uma opção viável nos arquétipos que poderiam buscá-la com Fetch Lands, como os decks de Creativity, mas ele ainda é uma opção bem sólida como um one-of no Rakdos Midrange, da qual pode também aproveitar desses pontos de dano extra em jogos onde ambos os jogadores entram no modo de topdeck.

Conclusão

As novas lands de Lord of the Rings possuem espaços específicos no Metagame do Modern. Alguns parecem mais viáveis e menos dependentes de construções específicas de listas ou compensam a restrição de entrarem em jogo viradas, como Minas Tirith.

Outros, no entanto, parecem receber mais suporte nessa edição para serem viáveis, como The Shire e Rivendell, enquanto Mines of Moria e Barad-dûr parecem menos impressionantes do que os demais no formato.

Mount Doom é uma inclusão quase certeira no Rakdos Midrange pela baixa concessão que o deck precisa fazer para incluí-la em suas listas, enquanto oferece um benefício útil no late-game, caso necessário.

Obrigado pela leitura!