Magic: the Gathering

Opinião

Spoiler Destaque: Urabrask nos Formatos Competitivos

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O novo Urabrask é um dos cards mais comentados dos spoilers de March of the Machine. No artigo de hoje, exploramos suas qualidades, defeitos e como ele pode se encaixar nos principais formatos competitivos!

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revisado por Tabata Marques

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A temporada de previews de March of the Machine está a todo vapor desde a semana passada. E com ela, chega também a temporada do hype, onde jogadores e influencers ficam muito empolgados em torno de alguns cards conforme eles são revelados.

Fonte: Wizards of the Coast
Fonte: Wizards of the Coast

O hype mais recente gira em torno do novo Urabrask. O pretor vermelho foi o pior do ciclo nas duas versões anteriores, mas agora, a Wizards parece dar-lhe o tratamento apropriado.

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Já existem comentários nas redes sobre como o novo Urabrask é absurdo na build certa, e funciona como condição de vitória e mana gratuita recorrente em um só card - quase o sonho dos jogadores de Storm. Por outro lado, há também os que afirmam que ele não será tão absurdo quanto parece devido ao seu alto custo e baixo impacto imediato.

Em teoria, ambos os lados estão certos. Mas na minha análise, mostrarei como o pretor possui falhas que, hoje, dificultam sua entrada no cenário competitivo de Magic.

Urabrask - A Análise

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Uma criatura 4/4 por quatro manas com keywords no vermelho não é novidade, e até em March of the Machine, já temos a presença e outro card com o mesmo padrão, com Rampaging Raptor. Nesse quesito, Urabrask já teria bastante competição por slots em todos os formatos competitivos e não se destacaria por trocar mal com Sheoldred, the Apocalypse no Standard e no Pioneer, e morrer para Fury no Modern e no Legacy.

Mas o interesse dos jogadores no pretor está em seu segundo conjunto de habilidades, onde ele diminui o custo das suas Instants e Sorceries ao adicionar uma mana vermelha toda vez que você conjura elas, e ainda as transforma em fontes de dano. Ou seja, Urabrask é, em teoria, mecanismo de Storm e wincondition juntos.

A criatura também conta com a sua transformação em The Great Work, onde o seu primeiro capítulo é um sweeper, o segundo é aceleração de mana, e o terceiro é um pseudo-Past in Flames para todos os cemitérios, além de devolver a face original para o campo de batalha, para reiniciar o ciclo de Storm.

Na perspectiva de design de jogos, Urabrask é muito bem desenhado: ele joga em torno de si mesmo, com um ciclo de habilidades que permitem reiniciar sua transformação a cada ciclo, com um corpo decente para sobreviver ao combate contra diversas criaturas.

Por outro lado, ele não opera por conta própria e requer restrições de deckbuilding para aproveitá-lo ao máximo, enquanto recompensa seu controlador por fazê-lo com um sweeper contra criaturas pequenas quando o senso comum é de que, para um Aggro vencer engines de valor ou um deck de combo, sua melhor opção é estender a própria mesa e vencer na corrida.

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Como uma criatura, Urabrask não compete bem com várias ameaças por quatro manas: Sheoldred, the Apocalypse, Thundering Raiju, Esika's Chariot e Crackling Drake são superiores ao pretor em seus respectivos decks no Standard e no Pioneer, e a eficiência de custo no Modern e no Legacy é alta demais para ele.

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Seu verdadeiro potencial seria o mecanismo de combo, onde sequenciamos várias mágicas para tirar proveito dos triggers do pretor, tal como fazem com Birgi, God of Storytelling. Diferente da deusa de Kaladesh, o pretor não desencadeia com qualquer mágica, e demanda mais restrições para jogar em torno dele, além de não gerar combos infinitos com Grinning Ignus. Seu custo elevado também torna-se um problema quando você deseja extrair o máximo de valor no turno em que o conjura.

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Urabrask no Standard

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O Standard ainda vive em um Metagame onde os Midranges estão no topo enquanto os decks Aggro tentam jogar por baixo deles. Nesse ambiente, onde respostas são abundantes e sequenciar mágicas dependem também da quantia de recursos na mesa do oponente e na eficiência das suas cores de mana, Urabrask ainda não tem um lar.

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Ele também não parece se encaixar em uma shell mais agressiva de Mono-Red com Monastery Swiftspear e mágicas de custo baixo, nem em um Control clássico que abuse de Big Score e outras Instants para segurar o jogo e sequenciar mágicas com Arcane Bombardment ou Mindsplice Apparatus, porque não oferece impacto imediato e nem colabora com essas propostas de jogo.

Diferente de outros pretores, como Elesh Norn, Urabrask precisará de um arquétipo novo para ter seu lugar no Standard, com um bom acesso às mágicas de custo baixo que se reponham na mão e/ou que não precisem de alvos válidos na mesa para funcionarem. Ele também necessita de um Metagame menos hostil para criaturas que requerem outros cards para serem bons.

Urabrask no Pioneer

No Pioneer, o pretor vermelho possui o suporte para se transformar mais rápido:

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E como Urabrask causa dano ao oponente, ele também desencadeia o Spectacle de Light up the Stage, além de interagir bem com Bedlam Reveler e Reckless Impulse

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Podemos usá-lo ao lado de Birgi, God of Storytelling para extrair mais valor de suas mágicas, ou até mesmo como um four-drop decente em uma lista de Mono Red Phoenix, que também recebeu o novo Bloodfeather Phoenix.

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Se olharmos para outras cores e/ou o intuito de abusar do outro lado do pretor, temos Ichormoon Gauntlet e Flux Channeler para proliferar os marcadores de The Great Work, além de Experimental Augury e mágicas que geram Tesouros para sequenciar turnos longos. Podemos até incluir Prologue to Phyresis para acelerar nossa wincondition.

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O problema é que o lado criatura de Urabrask se torna um Storm-Kiln Artist glorificado, e o deixa longe de ser tão viável no Pioneer por não interagir bem com os principais arquétipos competitivos que se importam em sequenciar mágicas em um único turno, como o Izzet Phoenix e o Lotus Combo.

Urabrask no Modern

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Storm é um arquétipo conhecido no Modern desde os primórdios do formato. Apesar de estar em baixa no Metagame desde o lançamento de Modern Horizons, o deck ainda possui muitos entusiastas interessados em colocá-lo de volta no radar.

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A comparação direta de Urabrask no formato é com os redutores de custo e Birgi, que costumam jogar nesse arquétipo. Nesse caso, ele perde espaço na lista por conta do seu custo alto e restritivo e demorar alguns turnos para oferecer card advantage, diferente do outro lado de Birgi, que o faz de maneira recorrente no turno do combo.

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Outra possibilidade para o pretor seria o de substituir Grapeshot, mas isso aumentaria a necessidade de sequenciar mágicas em um único turno: no Storm tradicional, você pode vencer a partida com nove mágicas e duas cópias de Grapeshot para 21 de dano. Com Urabrask, você precisaria conjurar uma quantidade de mágicas igual ao total de vida do oponente após o pretor entrar em jogo.

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Uma comparação mais justa seria com Venerated Rotpriest e a estratégia conhecida como Poison Storm*, onde se faz necessário uma criatura no campo de batalha para estabelecer sua condição de vitória. Só que diferente do assecla de Vorinclex, Urabrask requer um investimento em mana muito alto e um setup que o torna muito vulnerável.

Urabrask no Legacy

O Legacy é o único formato onde Urabrask tem potencial, porque já existe um arquétipo pronto para ele, e do qual o card parece ser feito para se encaixar.

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O Relay Stormlink outside website é um deck do Legacy que faz resultados ocasionais em torneios. Ele é focado em uma base vermelha e tira proveito de Birgi, God of Storytelling para gerar absurdos de mana e fechar a partida com uma mágica vinda do Sideboard, buscada com Burning Wish.

Há diversas variantes dele: algumas com mais lands, outras com Ruby Medallion e rituais, como Seething Song, dentre outras opções. E ao invés de competir com Birgi, Urabrask pode complementá-la.

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Mas uma reforma da base que compõe o arquétipo para expandir o número de mágicas e reduzir a quantia de permanentes seria necessária, pois elas não desencadeiam Urabrask. Além disso, em uma estratégia onde jogadores tentam encerrar a partida com Tendrils of Agony, não há espaço para se estender demais em um único turno sem precisar de um backup de Galvanic Relay.

Por outro lado, três de dano é um número relevante no Legacy, e mata muitas criaturas importantes do Metagame atual. Em um turno de Galvanic Relay, transformar Urabrask no final do processo pode garantir que o seu próximo turno virá contra uma mesa cheia de criaturas e/ou com ameaças pontuais, como Delver of Secrets e Dragon's Rage Channeler, e os Tesouros gerados na draw step seguinte ajudarão com o combo, e em gerar a mana certa para Tendrils of Agony e/ou Echo of Eons.

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Conclusão

Apesar de ter habilidades poderosas e gerar muito valor no longo prazo, Urabrask carece de espaço na maioria dos formatos competitivos devido ao seu custo restritivo. Quatro manas é um preço alto a se pagar por um mecanismo que necessita de diversas outras peças para funcionar, e o fato dele ser uma criatura o torna um alvo fácil para disrupção.

O melhor espaço para ele no cenário competitivo hoje pode ser o Legacy, onde meios de gerar absurdos de mana cedo são válidos, e as habilidades da sua saga permitem bons setups junto de Galvanic Relay em listas de Storm.

Quanto aos demais formatos, ele precisará de mais suporte no futuro para estabelecer arquétipos próprios que possam tê-lo como principal condição de vitória.

Obrigado pela leitura!