Magic: the Gathering

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Top 10 Cartas de 2021 para o Legacy

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No artigo de hoje, avalio e analiso os dez cards mais impactantes de 2021 para o Legacy!

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rivisto da Tabata Marques

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Durante as últimas semanas do ano, fiz uma retrospectiva dos cards mais impactantes de 2021 para os formatos construídos de tabletop, dando foco nos formatos não-singleton.

Hoje, encerro a retrospectiva falando de um dos formatos que mais foram impactados com as adições deste ano, especialmente com Modern Horizons 2, o Legacy!

O Legacy em 2021

Suponho que todos podemos concordar que 2021 foi um ano impactante para o Legacy, em especial porque as adições do meio do ano essencialmente alteraram toda a estrutura do formato e aumentaram significativamente o power level e predominância de determinados arquétipos. Mudanças que atingiram em especial os decks de Delver, ou melhor, dos Blue-Based Tempo, já que até mesmo Delver of Secrets tornou-se obsoleto em comparação aos cards adicionados através de Modern Horizons 2.

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O ano começou com uma mudança drástica num formato onde, apesar de muitos jogadores continuarem presentes, existia um consenso de que o Legacy seria melhor sem determinados cards que estavam no Metagame faz alguns anos. Em especial, três cards muito importantes deixaram o formato: Dreadhorde Arcanist, Oko, Thief of Crowns e Arcum’s Astrolabe. Esta significativa mudança afetou diretamente os decks de Delver e arquétipos que tentavam tirar proveito de uma manabase perfeito através do uso de Prismatic Vista + Snow Lands + Arcum’s Astrolabe.

Logo em seguida, o formato foi impactado com o surgimento de Valki, God of Lies em Kaldheim. A carta fez com que, por algumas breves semanas, o Metagame do Legacy também fosse definido e dominado por uma interação quebrada entre cards de duas faces e Cascade, que possibilitava conjurar Tibalt, Cosmic Impostor ainda no turno 1, enquanto mantinha um poderoso backup de proteção com Force of Will e Force of Negation.

Poucas semanas depois, a interação de Cascade com cards de duas faces foi revisada e o combo não mais funcionava. O formato continuou se desenvolvendo em seu ritmo natural em seguida, mas Strixhaven trouxe um card que alavancaria os Delver decks para outro patamar: Expressive Iteration.

O novo feitiço de Strixhaven deu aos decks de Delver um poderoso elemento de “draw 2 por duas manas”, com direito a filtragem e manipulação de topo. Uma combinação perigosa que, até o momento em que estou escrevendo este artigo, ainda é alvo de muito debate se a carta deveria permanecer no formato ou não.

Mas o verdadeiro impacto no Legacy veio com Modern Horizons II, que praticamente redefiniu o Metagame enquanto favoreceu ainda mais os decks Izzet ou URx com a inclusão de um trio de cards que se tornariam predominantes no Metagame: Ragavan, Nimble Pilferer, Dragon’s Rage Channeler e Murktide Regent.

Porém, não foram apenas os decks Izzet que ganharam novos elementos, e diversos outros arquétipos foram beneficiados com a inclusão de outros poderosos cards como Urza’s Saga, Endurance e Solitude, enquanto outros arquétipos receberam o devido suporte através de inclusões como Blazing Rootwalla e Thought Monitor.

Em geral, todo o power level do formato subiu, o que atualmente passa a sensação de um formato diversificado, mas que, tal como era no começo do ano, seria muito melhor se alguns cards não estivessem nele.

Em especial, Ragavan, Nimble Pilferer é um dos cards que a comunidade mais comenta sobre como é absolutamente sem sentido que ele ainda seja permitido no formato enquanto outros cards de natureza parecida, como Dreadhorde Arcanist ou, numa comparação mais hiperbólica, Deathrite Shaman são banidos.

As demais edições não trouxeram grandes adições ao Legacy, exceto por alguns cards ocasionalmente utilizados, como End the Festivities em Innistrad: Crimson Vow.

Os 10 cards mais impactantes para o Legacy em 2021

Para o Legacy, considero importante explicar alguns pontos de como elaborei minha lista, porque ela é essencialmente um quase Top 10 de Modern Horizons II.

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Os cards inclusos no meu Top 10 consideram o que eles fizeram em estabelecer ou aprimorar arquétipos, a quantidade delas utilizadas nos principais decks, a influência e impacto direto que elas possuem no Metagame, e o quão eficiente elas são no atual aspecto do Legacy.

10 — Blazing Rootwalla

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Blazing Rootwalla, por mais inofensivo que possa parecer, deu a um dos arquétipos com um alto número de entusiastas no Legacy uma adição que proporciona a consistência necessária para que ele se tornasse um real competidor no formato.

Atualmente, o Madnesslink outside website encontra-se entre um dos oito decks mais presentes no Metagame do formato, com uma poderosa combinação de payoffs, free spells, discard outlets e jogadas explosivas capazes de finalizar o jogo em pouquíssimos turnos com Vengevine e Hollow One.

Por dar espaço e consistência a um arquétipo muito famoso, mas pouco representado no Legacy, Blazing Rootwalla merece a décima colocação.

9 — Yavimaya, Cradle of Growth

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A variante verde de Urborg, Tomb of Yawgmoth adicionou uma maior consistência para dois arquétipos amplamente utilizados no formato: O Selesnya Depthslink outside website e o Lands.

A capacidade de fazer com que lands como The Tabernacle at Pendrell Vale, Maze of Ith ou Dark Depths adicionem mana, ou que lands como Thespian's Stage ou Ancient Tomb possam gerar mana colorida faz com que estes arquétipos possam trabalhar melhor com suas fontes de mana. Além de obter uma grande eficiência em não precisar se preocupar com requerimentos de cor para utilizar Crop Rotation, Life from the Loam, Elvish Reclaimer ou outros cards verdes essenciais para o seu plano de jogo.

8 — Solitude

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Solitude ofereceu, para as versões de 80 cards do Death and Taxes, mais uma poderosa variante de Swords to Plowshares que pode, ocasionalmente, ser conjurada no Late-Game como uma criatura com Flash e Lifelink.

Neste arquétipo, o card também possui uma poderosa interação com Aether Vial + Flickerwisp, uma jogada muito conhecida em outros formatos através de outros meios, mas que possui o mesmo resultado: criar um poderoso impacto na mesa ao exilar duas criaturas do oponente e manter um 3/2 Lifelink jogado de graça em jogo.

7 — Prismatic Ending

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Apesar de não tão amplamente utilizado como no Modern, Prismatic Ending oferece uma maneira extremamente eficiente de lidar com as mais diversas categorias de permanentes no formato. É um dos motivos para alguns arquétipos de duas cores procurarem adotar um leve splash para outras cores, ampliando dessa maneira a utilidade do card para permanentes de custo 3, como Teferi, Time Raveler.

Porém, mesmo na ausência de mais cores no arquétipo, a capacidade de Prismatic Ending de lidar tanto com criaturas como Ragavan, Nimble Pilferer, Sylvan Library e Retrofitter Foundry num único card a torna uma resposta muito eficiente para as mais diversas ocasiões, dando-lhe o merecido espaço neste Top 10.

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6 — Endurance

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Endurance é, provavelmente, a segunda carta não-Izzet mais poderosa lançada em 2021, essencialmente porque serve como resposta para uma gigantesca maioria dos cards que serão apresentados no Top 5.

O elemental verde de Modern Horizons II foi um dos mais desvalorizados nas primeiras semanas de lançamento da edição, mas levou pouquíssimo tempo até que os jogadores de Legacy demonstrassem o quão poderoso uma criatura 3/4 por 3 manas com Flash, e que lidava com o cemitério do oponente poderia ser.

Primeiramente, um corpo 3/4 com Flash e Reach significa que Endurance consegue lidar muito bem com as criaturas comumente utilizadas pelos Delver Decks: Ele bloqueia Ragavan, Delver e Dragon’s Rage Channeler muito bem enquanto também posterga o cast da única ameaça destes arquétipos que ele não consegue responder eficientemente: Murktide Regent.

O card também demonstra ser um corpo relevante no atual contexto do formato. Oferece um clock agressivo para decks que possam conjurá-lo com facilidade, e sua habilidade de remover cemitérios através do Shuffle é significativamente importante para lidar com arquétipos como Doomsdaylink outside website, Reanimator e atrapalhar o cast de Uro, Titan of Nature’s Wrath.

Endurance é utilizado numa grande quantidade de arquétipos e é uma das respostas mais eficientes para os atuais melhores decks do formato. Não está numa colocação melhor da minha lista porque os demais cards são tão impactantes e tão definidoras para o Legacy que simplesmente não há como colocá-los em outras posições.

5 — Murktide Regent

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Começando o ciclo de cards que definem o formato atualmente, temos a mais poderosa criatura com Delve já lançada, Murktide Regent.

Tempo decks possuem um histórico de utilizarem o próprio cemitério para obter alguma vantagem durante a partida ou conjurar uma ameaça poderosa. Foi assim com Tombstalker no Team America e com Gurmag Angler no Grixis Delver.

Murktide Regent é superior á ambos os cards por diversos motivos. Ele comumente entrará no campo de batalha com um 8/8 Flying; ele é azul, o que significa que pode ser utilizado para dar pitch para Force of Will ou Force of Negation; e cópias posteriores e conjuradas de Murktide Regent podem aumentar o poder de outra cópia dele que já esteja no campo de batalha, criando uma poderosa sinergia entre os cards.

Em resumo, a criatura de Modern Horizons II é um poderoso finisher por duas manas azuis para qualquer deck azul que tenha alguma facilidade de encher o próprio cemitério. Fez com que os decks Izzet pudessem abdicar da necessidade de preto ou verde para ameaças de grande impacto, e dando-lhes outro poderoso ângulo de ataque, um muito difícil de interagir visto que seu custo faz com que ele escape de Prismatic Ending.

Além disso, porém não menos importante: os decks que o utilizam já possuem tantas ameaças de alto impacto que nem sempre o oponente pode ser dar ao luxo de esperar por tempo o suficiente e guardar as respostas para lidar com ele, tornando-o ainda mais ameaçador por conta do contexto geral dos arquétipos que incluem e conseguem utilizá-lo com facilidade.

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4 — Expressive Iteration

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O único card que não é de Modern Horizons II no meu Top 10 é Expressive Iteration, por qualidades das quais já mencionei em outros artigos.

O feitiço de Strixhaven oferece um poderosíssimo nível de card selection que é amplamente utilizado em todos os formatos onde ele é válido, e torna-se ainda mais relevante no Legacy por conta do contexto dos arquétipos que costumam utilizá-lo: os Tempo Decks.

Historicamente, Tempo Decks costumam ter severas dificuldades em estender as partidas porque, apesar do excelente card selection que eles possuem através das cantrips, estas ainda são uma troca de 1-por-1 nos recursos do jogador. Até então precisava capitalizar em cima de comprar cards e respostas mais eficientes que o oponente para poder obter uma vantagem.

Quando um card oferece um meio barato desses arquétipos conseguirem repor os seus recursos ou obterem uma determinada quantia de Card Advantage, eles tendem a quebrar a métrica da qual decks como Delver operam no Metagame. Tendem torná-los mais eficientes do que o esperado ou planejado. Estes cards aumentam significativamente a longevidade que estes arquétipos possuem ao decorrer do jogo, dando-lhes o fôlego extra que comumente é o suficiente para eles poderem manter-se a par de outros decks voltados para o Late-Game.

Expressive Iteration faz exatamente isso: acoplado a um poderoso Card Selection que funciona como uma mistura de Ponder e Preordain. A carta oferece ao Izzet Delver a capacidade de não apenas repor a mão de seu controlador, mas de garantir 1 carta a mais para ser utilizado naquele turno, o que não é muito difícil de se fazer quando todos os seus cards costumam custar uma ou duas manas.

Por conta dessa poderosa qualidade que oferece aos Tempo Decks, e por ser um dos cards mais poderosos lançados para o Legacy esse ano, Expressive Iteration merece seu lugar nesta lista.

3 — Dragon’s Rage Channeler

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O quão poderoso um one-drop precisa ser para ter seu espaço no Legacy? Quando falamos de Tempo Deck, a métrica ideal poderia facilmente ser algo como Delver of Secrets, e Dragon’s Rage Channeler é, com o setup certo, superior ao mais icônico one-drop do Legacy da última década em quase todos os aspectos.

Dragon’s Rage Channeler é, muitas vezes, um Delver of Secrets vermelho capaz de já entrar no campo de batalha transformada, e que adiciona um valor agregado de Surveil 1 para todas as mágicas que você utilizar. O Surveil aumenta significativamente a manipulação de topo, possibilitando definir o rumo da partida conforme cada jogada, desde que utilize os seus recursos no timing certo, enquanto também podem agilizar o Delirium.

Além disso, os arquétipos onde o card é utilizado não possuem grande dificuldade em torná-lo um 3/3 nos primeiros turnos. Seja através da combinação de Fetchlands + Cantrips + Interações, ou por um aumento na variedade de tipos de permanentes, com algumas listas recorrendo a Urza’s Saga e até mesmo Mishra’s Bauble.

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Por não apenas ser uma criatura extremamente eficiente para o formato, como também ter demonstrado a capacidade de tornar de uma staple de dez anos de história com o Legacy obsoleto, Dragon’s Rage Channeler é o terceiro colocado desta lista.

2 — Urza’s Saga

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Pouquíssimos cards na história de Magic tem a proeza de ser tão impactante quanto Urza’s Saga foi para os formatos competitivos onde ele é válido.

No Legacy, a nova land alavancou arquétipos que careciam de bons suportes, em especial os decks de Painter-Stone ou decks voltados para a interação de artefatos com Emry, Lurker of the Loch e Urza, Lord High Artificer (com estes também recebendo outras adições relevantes, como Thought Monitor). Deu a estes arquétipos a mistura certa de consistência, tutor e wincondition em um único card, capaz de ganhar a partida por conta própria se for possível tirar proveito de seus tokens.

Porém, não levou muito tempo até que outros arquétipos adotassem a nova land. O Jeskai Standstill procurou utilizar do encantamento Standstill junto dos tokens produzidos pelo card e da busca por Retrofitter Foundry para estabelecer uma vantagem. Com o tempo, diversos outros arquétipos foram incluindo cópias de Urza’s Saga em suas listas, como o Lands, que adotou um poderoso toolbox, enquanto também incluiu menos cópias de Expedition Map.

Hoje, o terreno é amplamente utilizado em diversos arquétipos, e até mesmo alguns decks muito conhecidos. Stoneblade ou Death & Taxes encontraram slots nas suas listas para incluir e tirar proveito de um dos efeitos mais singulares já lançados em Magic: The Gathering.

1 — Ragavan, Nimble Pilferer

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Suponho que não poderia existir outro card no Top 1, não é mesmo?

Ragavan, Nimble Pilferer é o maior definidor de formatos lançado em 2021. Um card que possui um impacto muito maior no Legacy do que no Modern, mesmo sendo uma grande staple de ambos já que, num formato que inclui Daze e Force of Will, e onde os recursos gerais de muitos decks do formato incluem mágicas de custo baixo com apenas um ou dois custos de mana coloridos, a probabilidade de ter uma grande vantagem para cada turno que você desvirar com macaco albino é muito maior.

Legacy é um formato altamente voltado para recursos e eficiência de mana. Ragavan gera alguma vantagem tanto em mana quanto em recursos, e acumula ambos com uma criatura 2/1 por uma mana é quase tão poderoso quanto era desvirar com um Dreadhorde Arcanist antes de seu fatídico banimento.

Outra grande influência que Ragavan possui no Legacy é a quantidade de decks que são construídos de maneira a mitigar o estrago feito pelo macaco albino ao decorrer da partida. Por exemplo, Painter-Stone ou o Selesnya Depths possuem uma parcela significativa dos cards utilizados pouco úteis para os principais decks que utilizam Ragavan.

No final das contas, Ragavan, Nimble Pilferer é um dos cards mais importantes do formato atualmente, e um dos que alterou notoriamente todo o Metagame do formato. Polarizou alguns jogos entre aqueles onde o macaco albino é bom contra o deck do oponente e aqueles onde ele é apenas um 2/1 por uma mana que ocasionalmente acelera os seus recursos. Também obriga a construção de arquétipos pelo oponente que conseguem mitigar o dano causado pela criatura ou através de jogadas mais explosivas, ou se utilizando de Tempo decks, em geral.

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Por ser tão impactante para o Metagame, por definir o comportamento do formato atualmente e ser provavelmente o card mais digno de ban atualmente, considero Ragavan, Nimble Pilferer o card mais impactante de 2021 para o Legacy!

Conclusão

Esta foi minha análise dos cards mais impactantes de 2021 para o Legacy.

Acredito que o Legacy terminou o ano basicamente onde ele o começou: O formato está funcional, jogável, existem bons arquétipos e com alguma variedade de estratégias viáveis, mas ele não está saudável e provavelmente estaria numa situação melhor se alguns cards não estivessem presentes nele.

Acredito que teremos, em algum momento do primeiro semestre de 2022, uma sequência de banimentos quanto a alguns formatos eternos como vimos no começo deste ano. O anúncio de banlist feito no começo do ano levou embora diversos cards dos mais diversos formatos e, se eu fosse fazer minhas apostas para o Legacy, não me surpreenderia se Ragavan, Nimble Pilferer, Murktide Regent e talvez até mesmo Urza’s Saga deixassem o formato.

Porém, esta conversa sobre banimentos no Legacy é longa, e existem diversos pontos aos quais devemos considerar quando avaliamos o que deveria ser banido ou não. Eu não tenho certeza se a Wizards adereçará ao formato com a mesma profundidade da qual a comunidade possui sobre a complexidade que banimentos errados podem trazer para o Metagame.

O tempo dirá o que podemos aguardar para o formato e, honestamente, minhas expectativas sobre banimentos são relativamente muito baixas. Por mais que eu não concorde com intervenções diretas deliberadas, o formato está há muito tempo passando por uma situação de “um arquétipo contra o resto”, com este arquétipo sendo essencialmente toda a base de Blue-Based Tempo que já conhecemos, e com adições talvez poderosas demais para uma shell que já era muito consistente antes de Modern Horizons II.

Obrigado pela leitura!