Magic: the Gathering

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Zumbis no Magic: história, Lore e jogo dentro dos formatos

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Vamos conhecer um pouco mais sobre os Zumbis, uma incrível tribo do Magic, que possui uma história dentro do jogo e fora dele também!

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revu par Tabata Marques

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O Magic também é um jogo conhecido, dentre suas variadas características, como um jogo que possui diversos tipos de criaturas, repleto de tribos, cada uma com a sua história e cultura própria. Boa parte dos jogadores iniciam seu jogo casualmente, então não é difícil conhecer alguém que montou um deck em algum formato com criaturas da sua tribo favorita.

O objetivo desta nova série, Magic Tribos, é trazer um pouco das origens externas, internas, e alguns formatos que puderam apreciar a sinergia da união de diversas criaturas de uma única tribo num deck.

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Começaremos pelos Zumbis, um tipo de criatura que causa fascínio em muitas pessoas no mundo todo, e que é tema de livros, diversos filmes e até de séries, e, não menos importante, a tribo favorita deste que vos escreve!

Origem dos Zumbis

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Existem diversas lendas sobre os Zumbis, a maioria delas conta a história de um vírus zumbi que infecta toda a população levando ao apocalipse, e geralmente esse vírus se inicia nos EUA. Mas muito se engana quem acha que a origem dos zumbis é nos EUA, pois a verdadeira origem parece ser de uma ilha do Caribe, o Haiti, um país que herdou boa parte da sua cultura de países africanos após muito tráfico de escravos.

As origens da palavra zumbi vem de antigas línguas africanas nas quais tem pronúncias similares e também significados em comum; no idioma mitsogo, do Gabão, ndzumbi significa "cadáver", enquanto nzambi significa "espírito de um morto" em quicongo, língua falada no antigo Reino do Kongo, o quicongo hoje é um dos idiomas nacionais da Angola, além do português.

Os traficantes de escravos europeus traziam dessas regiões seres humanos capturados e tirados de seus lares e famílias, e obrigados a trabalhar na América geralmente nos canaviais, que eram a maior fonte de lucro da França e Inglaterra em cima de uma cruel mão de obra. Eles obrigavam todos a se converter ao catolicismo, mas para continuar como sua religião, muitos precisavam disfarçar o modo de demonstrar a sua devoção aos seus deuses. As mais conhecidas eram religiões como o vodu do Haiti, o obeah da Jamaica e a santeria, de Cuba.

Mas o real significado dessa palavra zumbi foi se modificando com o passar do tempo, e no Haiti era um termo geral para espíritos ou fantasmas, que assumiam formas assustadoras. Aos poucos essas crenças foram mudando alguns aspectos e até mesmo sendo adaptadas, como por exemplo os poderosos feiticeiros vodu, que por meio de magias, poções e hipnose, faziam com que as pessoas assumissem uma forma letárgica, obedecendo às suas ordens.

Um exemplo de uma transformação: o feiticeiro dava uma poção ao indivíduo uma poção feita com as toxinas do peixe baiacu e substâncias da pele do sapo-bufo, e ele ficava enterrado por oito horas, depois o feiticeiro o “trazia de volta a vida” e dava uma outra poção, que provocava confusão mental e temporal, ficando num estado irreconhecível, obedecendo ao seu mestre, o Bokor, que o reanimou.

Com o passar do tempo, a palavra zumbi passou a contextualizada em como era a vida dos escravos, que acabavam sem vontade própria, executando aquilo que ordenavam de forma agressiva e violenta, se tornando uma metáfora.

Os Zumbis no Magic

Como pudermos ver, os zumbis têm muita história, tanta que daria para escrever mais de um artigo apenas sobre eles. Mas vamos agora nos ater ao Magic, um jogo que reúne muitas criaturas fantásticas, e os zumbis não poderiam ficar de fora.

Ao todo, são 498 cartas lançadas com o tipo zumbi, e estão no Magic desde os seus primórdios, pois já na edição Alpha foi lançada Scathe Zombies, o primeiro zumbi do Magic. Existem ainda outras duas cartas com artes e efeitos muito similares aos zumbis e que citam diretamente a tribo em seu texto, e embora não tenha escrito zumbi como tipo de criatura, elas passaram a ser consideradas como zumbis, tendo as mesmas características. São elas Zombie Master e Scavenging Ghoul.

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Com o passar do tempo, os zumbis se tornaram cada vez mais presentes no Magic, muitas coleções trouxeram diversas cartas muito boas com essa temática para o jogo, e a evolução através das coleções fez os zumbis, que eram exclusividade da cor preta, em outras cores.

Os Zumbis na LORE

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A Lore de Magic é muito vasta, tem diversas histórias e ramificações, mas no início, todas as histórias que eram contadas justificavam a criação das cartas, para que elas fizessem sentido, e se passava em Dominaria, o plano central de toda a criação do Magic. Todos os contos iniciais vinham desse plano. Com o passar do tempo, outros planos foram sendo explorados, tanto se referindo a tempos mais antigos quanto a tempos futuros.

Como vimos antes, os zumbis fazem parte do Magic desde o seu início, e os necromantes e outros magos sombrios criavam alguns zumbis fazendo os mortos voltarem a um estado de morto-vivo. Porém, desde a criação dos planos do multiverso, os zumbis sempre mostravam as caras sem aparições realmente relevantes.

Um dos necromantes mais importantes até então foi Lim-Dûl the Necromancer, criador de exércitos zumbis que lutaram na Guerra de Lim-Dûl, no ano 2946, guerra essa que ocorreu cerca de 12 anos depois da primeira derrota de Lim-Dûl e de sua fuga de Dominaria para Shandalar.

Antes e depois de Lim-Dûl, houveram outros zumbis de grande poder, alguns ressuscitados depois de muitos anos por ambição de controladores de magia negra, como Dralnu, Senhor dos Cadáveres que era um guerreiro em vida, mas foi reanimado por uma necromante desconhecida, e se tornou seu seguidor, virando assim um zumbi necromante de Urborg. Outra situação acontecia por preparação de feiticeiros gananciosos e sedentos por poder ilimitado, que esperavam a morte, como Nekusar, the Mindrazer, e este foi outro Zumbi necromante, o qual se preparou para o seu pós-morte muito antes dela ter acontecido, se tornando um lorde Lich, muito mais poderoso que em vida.

Outra feiticeira que pendeu para a Magia Negra foi Liliana Vess, que antes de ser uma necromante influenciada por Nicol Bolas, era de uma família nobre e pertencia a uma sagrada ordem de Clérigos, mas que estudava em segredo a necromancia, acreditando que suas magias de cura seriam muito mais eficientes, e em uma oportunidade de salvar seu irmão, usou necromancia para curá-lo, o que o tornou insanamente agressivo, matando muitas pessoas, e para tentar pará-lo reanimou todos que ele havia matado, tornando-os zumbis, e com isso a sua centelha ascendeu, mas precisou sacrificar seu irmão para isso.

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No início dos anos 4000, A Cabala foi criada por Virot Maglan, um humano que viveu cerca de 256 anos e que também foi o primeiro patriarca, cargo que manteve por muitos anos, devido a essa longa vida.

A Cabala existiu no continente de Ontário, em Dominaria, e nela muitos Magos, feiticeiros e Clérigos da época criavam zumbis a partir de Feras, Pássaros, Anões, Dragões e com esses zumbis, atacavam diversas vilas, usando seus poderes para serem muito temidos, conquistando poder e dinheiro.

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Zumbis nos formatos de Magic

Modern

Existem 353 criaturas zumbis válidas no Modern, além claro, daquelas cartas que citam zumbis em seus efeitos.

No topo do Meta atual os Zumbis não têm um deck único, mas alguns jogadores tentam rodar algumas listas em diversos torneios, como podemos ver no deck abaixo, onde o usuário Stuto fez 5-0 em 16 de fevereiro deste ano em uma Modern League do Magic Online.

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O deck já chegou a aparecer com um pouco mais de frequência e em posições relevantes, como é o caso da lista abaixo, do jogador Michael Diezel, Top 8 no PTQ de Berlim e 2012, ano o qual Modern era um formato IRL que ainda dava poucos passos.

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Pauper

Para o formato Pauper, 234 cartas são válidas, e com o passar dos anos, alguns decks tem usado algumas cartas de zumbis, como Gurmag Angler, presente nos MBC, UB, BG do formato. Também vemos Carrion Feeder que faz presença, geralmente, em decks aristocratas, que possuem um plano de jogo focado no sacrifício das criaturas, e em combos da combinação BG.

Mas um deck inteiramente Zumbi não tem sido usado no Pauper há muitos anos e talvez nunca tenha sido um deck Tier um, sendo usado apenas como um deck paralelo, mas devo dizer que pode ser muito divertido se souber jogar direito com os zumbis. Nos torneios aqui do site, do circuito gratuito, sempre aparecem decks com zumbis e recentemente o jogador Grantfly se arriscou em um Challenge com os zumbis, ficando no top 32.

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Legacy

Os decks tribais de zumbi começaram a aparecer no metagame em 2012, ficando entre os melhores em 2013 e 2014, e ainda em 2012, uma lista de Zombies Bombardment, chegou ao Top 8 do GP de Atlanta, com o pró-player americano Samuel Black, vejamos sua lista:

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Naquele ano, algumas listas iguais ou com poucas alterações continuaram aparecendo em alguns torneios menores, assim como nos anos que vieram a seguir, 2013 e 2014, tais como ligas e eventos diários do Magic Online.

Depois de 2014 o deck com o mesmo conceito de jogo, mas com algumas alterações, voltou a aparecer em 2017; mas uma lista que se destacou de fato foi em 2019, com o lançamento da coleção Modern Horizons, que trouxe Hogaak, Arisen Necropolis, e essa mudança foi muito significativa, mas infelizmente poucos jogadores exploraram a potência desse deck.

Ainda que tenha sido um torneio pequeno na Suécia, a lista com Hogaak do jogador que ficou no top 8, Gustaf Lindgren, vale a pena ser mostrada:

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Commander

Basicamente todas as cartas de zumbis existentes são válidas no Commander.

O formato é uma das portas de entrada pro jogo, ainda mais para quem jogou antigamente e agora está voltando.

Antigamente era comum os jogadores casuais se apegarem a uma tribo ou alguma cor, e construir um deck baseado nesse tema escolhido. Isso permitia às pessoas sempre se identificar com uma tribo, e existia de tudo um pouco. Os Zumbis tem muita coisa boa para esse formato, desde os seus primórdios. Desde lá do EDH, Elder Dragon Highlander, quando apenas os dragões lendários eram usados, com Bladewing the Risen.

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Claro que desde então muitos outros decks apareceram e foram evoluindo todos os anos, afinal de contas, o Commander é o formato mais jogado no mundo todo.

Vejamos alguns exemplos de Zumbis que podem ser bons comandantes:

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Nekusar é um deck que pune todos os oponentes que tentam conquistar card advantage, e combina cores perigosas, com anulações e remoções de qualidade, além dos tutores.

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É o mais novo comandante zumbi do Commander e vem conquistando muito espaço nas mesas por ser um deck muito forte e opressor, possuir combos difíceis de lidar se não tiver anulações suficientes na mesa.

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Zumbis no Standard

No Standard os Zumbis sempre aparecem, mas sempre em decks fora do metagame, e que talvez não compensaria usar num grande torneio. Mas se o seu objetivo é se entreter, montar sua tribo e jogar na sua loja local, não há problema algum!

Durante alguns anos, os zumbis figuravam como coadjuvantes em diversos decks, mas em 2012 entraram como o segundo deck mais jogado de todo o ano, com 13% do metagame, com resultados expressivos em Pro Tour, Grand Prix, e sendo um dos três decks do país campeão do Worlds Magic Cup do ano, além de ser um dos decks dos terceiro e quarto colocados.

A lista abaixo é do jogador Yu Ming Yang, com um BR Zombies, campeão do mundo:

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No Grand Prix de Lille, dessa vez um UB ficou em primeiro, com o jogador Richard Parker. O deck parecer ser um pouco mais reativo ao metagame da época.

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Após a rotação do fim do ano, algumas coisas mudaram no meta, e a eficiência dos zumbis caíram a cada lançamento de coleção em 2013, principalmente com a ascensão do Jund Midrange e alguns decks mais agressivos com vermelho. De 13% passou a estar presente em apenas 3% do meta.

Os zumbis no meta se resumem hoje a aparições esporádicas de alguns decks, mas nada como a estrela do deck, como foi no passado.

Concluindo

Vimos que tanto na cultura de alguns países quanto na lore do Magic, os zumbis são muito famosos, queridos e explorados de diversos modos. Já brilharam em alguns decks, e de fato tem uma figura de personalidade muito marcante por todos os formatos que passou e irá passar, pois certamente é uma tribo que nunca deixará o Magic, fazendo parte da história do jogo.

Espero que tenham gostado do artigo e até o próximo!