Magic: the Gathering

Opinião

Análise: Banimentos de 4 dezembro no Pioneer, Modern e Pauper

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No artigo de hoje, avaliamos as mudanças e o impacto que a atualização de banidas e restritas de 4 de dezembro pode causar no Pioneer, no Modern e no Pauper!

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revisado por Tabata Marques

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A atualização de listas e banidas finalmente saiu, e em uma das manutenções mais expressivas do ano, com a saída de cards que definem pílares de três formatos competitivos, e o desbanimento de um dos artefatos mais polêmicos do jogo para o Pioneer.

O Metagame será certamente impactado por essas mudanças neste fim de ano, e neste artigo, avaliamos o potencial desta banlist e como os formatos poderão e adaptar nas próximas semanas!

Pioneer

Banidos

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Desbanido

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As mudanças mais polêmicas dessa atualização foram no Pioneer, onde não só tivemos dois cards banidos, como também desbaniram um dos artefatos mais polêmicos dos últimos anos em Magic: The Gathering.

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O banimento de Geological Appraiser era certeiro. A nova criatura de Lost Caverns of Ixalanlink outside website garantia um combo de uma carta tão cedo quanto no terceiro turno, do qual era muito difícil de interagir para uma dúzia de estratégias. Não levou uma semana para que o Metagame precisasse se adaptar, e ficou claro que o Geoform, como seu deck ficou conhecido, moldaria o ambiente competitivo em torno de si.

Se algo surpreende nesse ban, é que ele foi o único card que deixou o formato.

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Quintorius Kand também habilita um combo de uma peça ao lado de Spark Double e Clever Impersonator, que podem copiar o Planeswalker e ativar sua habilidade de Descobrir para encontrar outra cópia e estabelecer um looping que levará seu controlador à vitória.

Parecia evidente que Quintorius não seria banido após seu deck possuir uma winrate de 38% durante os Regional Championships das últimas semanas. Essa taxa é o suficiente para considerarmos que a estratégia é bem pior que o Geoform e possui mais janelas de resposta e interação, visto que ele é um turno mais lento que seu antecessor, além de abrir mais concessões de deckbuilding.

O problema está em como Quintorius Kand é o próximo card que habilita um combo de uma peça do qual os jogadores de Geoform tentarão quebrar. Logo, enquanto banir ele não estava nas expectativas, era preferível que sua consistência fosse reduzida retirando Trumpeting Carnosaur de maneira preventiva do formato em prol da saúde geral do Metagame.

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Sejamos honestos: ninguém gostava de jogar contra Karn, the Great Creator. Seu potencial de buscar qualquer resposta enquanto travava, sozinho, cards como Witch's Oven, Esika's Chariot, Reckoner Bankbuster e Parhelion II criava mais experiências frustrantes do que proveitosas. Só que isso deveria ser um critério para banir cards?

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Esse não é o primeiro banimento causado pelo fator diversão. Por exemplo, Cauldron Familiar foi banido do Standard pela experiência ruim da junção dele com Mayhem Devil e Witch's Oven no Magic Arena. Deveria esse combo, então, ser também banido do Pioneer por não ser divertido para as estratégias baseadas em criaturas?

Deveria, então, Greasefang, Okiba Boss ser banido pelo seu potencial de ganhar a partida tão cedo quanto no quarto turno? Ou banirmos Gleeful Demolition pelas jogadas explosivas que ele permite no Boros Convoke? Ou retirar Lotus Field e/ou Thespian's Stage do Pioneer porque ele aposta numa proposta de jogo não-interativa? Onde fica o limiar entre o que é saudável e o que não é no Pioneer?

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Essa linha parece simples em alguns casos: quando baniram Inverter of Truth, Walking Ballista, Underworld Breach e Kethis, the Hidden Hand, a Wizards deixou um sinal claro de como combos consistentes e difíceis de interagir são um alerta para o formato - logo, o banimento do Geoform não surpreende. Mas, nos outros casos, como o de Karn, the Great Creator, essa linha não está clara porque há outras situações de não-jogo que vão além dele.

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Como mencionei em meu artigo onde especulei sobre os banimentos de 4 de dezembrolink outside website, enquanto Karn é, de fato, um dos erros de design da filosofia de F.I.R.E. em War of the Spark, o problema no Mono Green Devotion está em como o arquétipo consegue estabelecer uma quantia abusiva de mana para conjurar o Planeswalker, buscar de uma Pithing Needle até uma Portal to Phyrexia e conjurar o artefato no mesmo turno - o problema inteiro está em como deixar ele resolver significa que ambos os cards provavelmente vão resolver - e o responsável é Nykthos, Shrine to Nyx.

Nykthos também é responsável pela invalidação de qualquer outro arquétipo de Big Mana. Por qual motivo eu deveria acelerar meus turnos e land drops quando posso apenas gerar oito ou mais manas tão cedo quanto no quarto turno, enquanto crio uma posição de mesa eficiente e sem concessões?

No fim, é bom que o terreno tenha permanecido no formato - o Rakdos Midrange precisa de decks que o coloquem em cheque. Porém, haverá um momento no futuro onde Nykthos, Shrine to Nyx protagonizará outro arquétipo problemático, e quando esse momento chegar, talvez ele se torne o alvo de um banimento.

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Smuggler's Copter estava na minha lista de "Banimentos Perigosos" no último artigo, o que não mudou: o veículo é eficiente demais e entra em listas demais para não ser uma ameaça em potencial para a saúde do Pioneer.

O seu desbanimento é uma grande novidade para uma dúzia de arquétipos: Aggros baseados em criaturas certamente se beneficiam do artefato, cards como Inti, Seneschal of the Sun podem ser bem absurdos com ele, e os Midranges podem considerar se desejam manter Reckoner Bankbuster em suas listas.

É difícil avaliar até onde Smuggler's Copter pode ir, mas só para nomear alguns arquétipos que podem se beneficiar dele: Gruul Vehicles, Rakdos Sacrifice, Spirits, Ensoul, Rakdos Midrange, Flash e Aggros que estão no Tier 2.

Quanto aos vencedores e perdedores dessas mudanças, minhas apostas são de que o Rakdos Sacrifice será um excelente meta call nas próximas semanas, pois muitos jogadores testarão Smuggler's Copter e a base dele é feita para se apresar dos arquétipos baseados em criaturas. Além disso, ele também é excelente para jogar com o veículo (tripular o Cóptero com Cauldron Familiar para sacrificá-lo em seguida), e possui uma base eficiente de cards para responder ao restante do Metagame - além de não precisar mais se preocupar com Karn, the Great Creator.

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Rakdos Midrange é outro vencedor, pois seu predador natural perdeu força. No entanto, o valor do "Karn Toolbox" também colocava em cheque outros arquétipos que jogavam por cima dele, como o Niv-to-Light e o Omnath Beanstalk.

Izzet Phoenix fica um pouco menos favorecido porque sua partida contra Mono Green era uma das suas vantagens, e a partida contra Rakdos Midrange e Goodstuff Piles não é das melhores. Além disso, Smuggler's Copter é uma dor de cabeça a mais na hora de planejar um ataque.

Boros Convoke e Mono White Humans não parecem querer usar Smuggler's Copter, mas podem ser pegos no meta de "decks de cóptero" e "decks contra cóptero" nas próximas duas semanas. Greasefang, Okiba Boss pode se beneficiar da inclusão do novo artefato, mas já possui tantos cards que descartam Parhelion II de forma mais eficiente que fico cético quanto ao potencial do novo veículo nele - além disso, ele também será pego pelo acréscimo de hates de artefato nas próximas semanas.

Em meio ao caos, o Lotus Combo parece favorecido se o ambiente ficar mais voltado para interação de mesa ao invés de descartes e counterspells, enquanto o Azorius Control pode perder espaço pelo fim do Geoform somado ao fato de Smuggler's Copter habilitar mais ameaças em potencial que fogem de certos sweepers e amplificam a qualidade dos draws dos Aggros.

Modern

Banidos

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Após dois longos anos, uma intervenção direta finalmente ocorre no ciclo mais problemático que Modern Horizons II nos trouxe, os Evokers.

Como mencionei em meu artigo onde discuto a predominância dos elementais no formatolink outside website, Fury era a criatura mais jogada do Modern e a segunda mágica mais jogada, atrás apenas de Chalice of the Void.

Sua presença no Metagame foi, por meses, alvo de críticas de muitos jogadores por conta de como ele era o único card do ciclo que gerava uma troca eficiente no pitch, além de ser uma ameaça poderosa por conta própria. No entanto, suas mecânicas eram toleráveis até o ponto onde jogadores decidiram uni-lo com Feign Death e Undying Evil para estabelecer um clock de três turnos que também limpava a mesa do oponente.

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Quando Orcish Bowmasters começou a punir card selection, como o Izzet Murktide, o Rakdos Evoke logo se tornou o melhor deck do formato. Grief garantia que o oponente tivesse problemas de interação, enquanto Fury garantia que ele não conseguisse jogar por baixo. Somado ao fato de Fury também interagir com outra staple recém-lançada, Up the Beanstalk, seu banimento já era esperado e o mais lógico para a saúde do formato.

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Por falar em Up the Beanstalk, o encantamento de Wilds of Eldraine também foi banido, e a maioria dos jogadores certamente não esperava pela sua saída. Ao lado de Solitude, Fury, Leyline Binding e Lorien Revealed, ele se tornou uma staple dos Four-Color Goodstuff e até habilitou o Cascade Beanstalk, que buscava usar Shardless Agent e Bloodbraid Elf para buscar o encantamento.

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Tal como o anúncio da Wizards explicou, o nível de poder de Up the Beanstalk é comprovado a partir do momento em que os jogadores de Cascade optam por ele ao invés de Crashing Footfalls ou Living End como alvos primários para Shardless Agent.

A expectativa é de que a partida de Fury fosse o suficiente para enfraquecer também as listas de Beanstalk, mas parece que a Wizards optou por respeitar seu potencial de quebrar simetrias de recursos com Solitude e outros cards que burlam custos de mana.

Então, quem são os vencedores desses banimentos? Os principais são os combos baseados em criaturas:

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Se olharmos para o Metagame pré-banimentos do Modern, perceberemos que os únicos combos baseados em criaturas no topo são o Golgari Yawgmoth e o Hammer Time. O motivo é que, além de serem explosivos e/ou adaptáveis ao ambiente em que se encontram, eles eram também resilientes contra Fury: o Hammer Time podia jogar uma ameaça por vez ou se esconder atrás de proteções e Inkmoth Nexus para lidar com ele, e o Golgari Yawgmoth precisava que o elemental fosse conjurado em um timing essencial para evitar uma derrota rápida.

Agora, sem um sweeper de maindeck que também é uma ameaça, outros combos baseados em criaturas, como o de Samwise Gamgee com Cauldron Familiar, ou o Heliod Company, podem ganhar espaço no cenário competitivo por conseguir construir uma mesa eficiente que lhes permita jogar no plano "Aggro-Combo" sem tanto risco no Game 1.

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Por outro lado, ficarei surpreso se os Aggros baseados em sinergia voltarem ao Metagame. Sim, seu maior nêmesis acabou de ser banido, mas o Modern ainda é um formato muito hostil para cards que oferecem pouco valor individual: Orcish Bowmasters e Wrenn and Six ainda colocam os X/1 do formato em cheque, decks como Temur Rhinos e Hammer Time conseguem executar seu plano de jogo rápido demais, as listas de Prowess podem ganhar mais espaço para jogar por baixo e a ascensão do Golgari Yawgmoth forçará jogadores a utilizarem mais remoções eficientes e/ou separarem mais slots para as partidas contra listas de criatura.

Todos os casos mencionados acima atrapalham e muito o caminho de estratégias agressivas baseadas em sinergias entre criaturas. Hoje, o Modern não é um formato justo, e arquétipos como Merfolks, Humans ou Death & Taxes jogam e continuarão a jogar justo demais para os padrões do Metagame.

Pauper

Banido

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Nos últimos anos, o Pauper se transformou em um formato de alta velocidade, e muito se deve à presença dos três arquétipos que compõem os pilares do Metagame hoje: Kuldotha Red, Dimir Terror e Affinity - todos os três com jogadas capazes de encerrar a partida em poucos turnos, ou criar um estado irreversível na partida.

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Monastery Swiftspear é, de fato, parte do problema que tornava do Kuldotha Red uma das partidas mais polarizadas do formato: suas entradas explosivas com Burn e efeitos de card advantage, como Wrenn's Resolve e Reckless Impulse faziam dela o clock ideal para jogar por baixo de diversas estratégias e punir mãos iniciais ruins.

Isso levava, como bem apontou o artigo do PFP, ao ponto onde jogadores precisavam dedicar slots demais em lidar com o vermelho, seja com lifegain ou com múltiplas cópias de Blue Elemental Blast e Hydroblast, o que limitava o espaço dos oponentes em interagir com outras partidas.

Esse banimento é a direção certa se o PFP pretende adereçar os problemas de velocidade do Pauper, mas seria ele o suficiente para melhorar o formato?

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O Kuldotha Red ainda possui o clock mais rápido do formato e um potencial explosivo absurdo ao lado de _____ Goblin e Goblin Bushwhacker, além de ter ganho "um Goblin Guide que temos em casa" com Goblin Tomb Raider. Para remover o potencial de vitória gratuita, o "Name-Sticker" Goblin deveria ter sido banido junto de Monastery Swiftspear.

Ainda haverá muitas estratégias que precisarão investir em segurar o clock dele nos jogos pós-sideboard, entretanto, sem um dos seus "botões de free-win", o Kuldotha Red é um arquétipo excelente de se ter entre os melhores decks do formato, e o "fun police" ideal para o Metagame do Pauper.

E o maior problema agora não está na permanência de um ou mais cards do Kuldotha Red no formato, mas sim no Affinity.

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O Affinity é, hoje, dividido em duas categorias: Aggro/Tempo com a versão Azorius, que busca capitalizar em torno do potencial de All That Glitters de realizar um "combo-kill", e Midrange com a versão Grixis, que abusa de artefatos com efeitos relevantes de ETB e LTB ao lado de Deadly Dispute - Antes do downshift de Monastery Swiftspear em Double Masters 2022, Affinity era a melhor estratégia do Pauper por uma margem significativa.

É importante lembrar como muitos dos problemas com os decks vermelhos nos últimos meses foram, também, sentidos contra o Affinity antes do downshift.

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Houve uma época onde jogadores investiriam oito ou mais slots em suas listas para lidar com o Affinity, até com cópias de cards no maindeck que seriam virtualmente mortas em outros jogos. Sem Swiftspear, é possível que o Metagame se vire de novo para um ambiente onde o Affinity é a estratégia predominante, e jogadores precisem dedicar mais espaço do seu Sideboard apenas para esta partida.

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Snuff Out melhora com o ban e pode servir como meio para segurar as versões mais explosivas com All That Glitters e estratégias como Caw Gates e Black Gardens possuem certamente os elementos para tentar jogar por cima da versão Midrange.

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Logo, é possível que essa "predominância" do Affinity acabe por moldar o Metagame de maneira a estabelecer partidas com maior atrito, o que abriria espaço para o Kuldotha Burn se apresar dessas listas, o que abriria espaço para as versões Mono Blue de Tolarian Terror aparecerem e, no fim, é possível que o Pauper ganhe um ambiente cíclico de novo... Ou descobriremos outro problema no Metagame em menos de 30 dias.

Conclusão

Isso é tudo por hoje.

Se você possui qualquer dúvida ou sugestão, fique à vontade para deixar um comentário!

Obrigado pela leitura!