Commander Deck Tech: Goldberry, River-Daughter

O encanto da natureza e a magia primordial de Goldberry, River-Daughter já ecoavam pelo multiverso de O Senhor dos Anéis. Agora, chegou sua vez de conquistar os jogadores de Magic.

Como uma criatura lendária, Goldberry emergiu como uma força significativa no formato Commander, cativando jogadores com suas habilidades únicas e versáteis.

Neste artigo, exploraremos em detalhes a trajetória dessa misteriosa e poderosa personagem, analisando seus efeitos no campo de batalha e a forma como ela molda estratégias e interações em decks do formato Commander.

A habilidade especial de Goldberry, ": Mover um contador de cada tipo que não esteja em Goldberry, River-Daughter, de outra permanente alvo que você controla para Goldberry," promove uma sinergia notável com outras criaturas e artefatos no seu baralho. Essa capacidade permite que ela acumule uma variedade de contadores, sejam eles +1/+1, contadores de Lealdade ou quaisquer outros tipos, tornando-a uma tela em branco para acumular poder e influência.

Mas, a versatilidade da comandante não para por aí. Por meio da segunda habilidade ", : Mova um ou mais marcadores de Goldberry, River-Daughter para outra permanente alvo que você controla. Se fizer isso, compre um card", ela permite que jogadores redistribuam esses contadores, resultando em possibilidades estratégicas infinitas. Essa ação de redistribuição não só fortalece outras criaturas, mas também é recompensada com um atrativo bônus: comprar uma carta. A vantagem de cartas pode se tornar decisiva para o sucesso do deck e aumenta ainda mais a utilidade de Goldberry na condução do jogo.

No decorrer deste artigo, examinaremos algumas das principais estratégias e interações que Goldberry, a Filha do Rio, proporciona aos jogadores em baralhos de Commander. Desde combinações poderosas com outras criaturas e artefatos, até abordagens mais criativas e temáticas, desvendaremos os segredos dessa lendária que conquistou jogadores.

Este deck irá seguir um caminho óbvio, marcadores. Existem diversos baralhos na história do jogo que utilizaram de malabarismos com esses objetos, os movimentando e realocando de modo que gerassem situações mais incisivas em jogo e confortáveis ao jogador. No Modern, podemos citar baralhos como o Hardened Scales e o Dice Factory, decks recentes e interessantíssimos, capazes de fazer bons resultados.

Como comandante, Goldberry, River-Daughter nos permitirá o uso apenas da cor Azul, o que pode parecer um pouco restritivo, mas nos dará acesso a mecânicas muito pertinentes ao tema do deck, como Proliferate, por exemplo. Além disso, poderemos usar cartas como Freed from the Real, capazes de inúmeros combos de virar e desvirar cards, ou, no mínimo, uma longa sucessão de virar e desvirar uma específica carta, o que orna muito bem as habilidades da comandante.

Esta é a lista que utilizaremos nessa deck guide:

Ao passar os olhos pelo deck, podemos ver inúmeros cards que utilizam de depositar, mover ou retirar marcadores para pagar custos. Com isso, podemos começar a maquinar as estratégias que utilizaremos com a nossa Goldberry, River-Daughter.

Uma bem simples, mas muito divertida, está na interação da ninfa com Crystalline Giant, um constructo que consegue gerar marcadores aleatórios que o conferem habilidades, como Voar, Toque Mortífero, Resistência à Magia, entre outras. Utilizando as habilidades da comandante, é possível redistribuir essas habilidades para as criaturas que melhor as usarão, às vezes até no mesmo turno, com o uso de cartas como Freed from the Real ou Aphetto Alchemist.

Marcadores de carga, o tipo mais comum em artefatos do jogo, também são abundantes nesse deck, e com eles é possível fazer as permanentes que a utilizam para extrair o máximo possível de suas habilidades. Umezawa’s Jitte, conhecida por ser uma máquina em formatos eternos, é um ótimo meio de fabricar esses marcadores para nós. Depois, podemos passar eles para cards como, por exemplo, Magistrate’s Scepter ou Lux Cannon, com os quais eles podem ser melhor usados.

Outra interação muito boa é a de retirar marcadores que possam ser prejudiciais para suas permanentes. Um bom exemplo disso é o de Glen Elendra Archmage, criatura com a habilidade Persistir, que retorna do cemitério criaturas que morreram sem marcadores -1/-1 e deposita um marcador do tipo nela, impedindo-a de voltar de novo. Utilizando as habilidades de Goldberry, é possível remover esse contador e fazer a fada voltar do cemitério diversas vezes, sempre deixando um counter aberto na sua mesa.

Entender os tipos de marcadores no baralho, as cartas que os usam e como elas criam e utilizam esses objetos, deixará suas partidas com o deck muito mais agradáveis e fáceis. Mas, dentre todos os jeitos de povoar o campo de marcadores, existe um bem interessante…

Proliferar é uma palavra-chave com o seguinte texto: “Escolha qualquer número de permanentes e/ou jogadores. Em seguida, dê a cada um deles outro marcador de cada tipo que eles já tenham", ou seja, ela irá dar, para os múltiplos alvos escolhidos, marcadores a mais de tipos que eles já tenham, sejam marcadores de efeitos positivos ou negativos.

Alguns dos cards com essa mecânica que temos disponíveis nesse baralho são exageradamente fortes, como Tekuthal, Inquiry Dominus, que pode tanto dobrar todas as instâncias de Proliferar das quais suas cartas possam dispor, como também pode se tornar uma máquina de produzir marcadores que conferem a habilidade Indestrutível, distribuindo esses marcadores para que suas diversas permanentes possam resistir a todo tipo de remoção global.

Ao permitir que contadores se acumulem mais rapidamente em permanentes ou jogadores, a mecânica de Proliferar impulsiona a progressão estratégica do jogo. Além de artefatos e criaturas, a habilidade de Proliferar pode reforçar contadores de Lealdade em planeswalkers, ampliando suas opções de uso de habilidades.

Essa mecânica flexível oferece vantagem tática ao possibilitar a distribuição de contadores conforme a situação exige, o que torna o baralho de marcadores mais versátil e imprevisível para os adversários.

O deck possui alguns combos, mas estes são menos óbvios do que os que costumamos utilizar. Muitas vezes podemos ter um bom combo em mãos, e até em campo, mas não estarmos percebendo-o porque não estamos pensando na estrutura como um todo.

Além disso, muito do que esse deck faz tem algumas peças intercambiáveis, o que pode fazer com que olhemos para uma situação sem a perceber como vitória apenas por ela estar com peças de efeitos similares, mas diferentes do que as que nos acostumados a usar.

Daremos a seguir alguns exemplos de grandes loops que esse baralho pode criar.

Unctus, Grand Metatect

O grande atributo de Unctus, Grand Metatect está na sua habilidade: “As outras criaturas azuis que você controla têm “Toda vez que esta criatura se tornar virada, compre um card e depois descarte um card”.”

Com isso, qualquer criatura que se torna virada por qualquer motivo, seja atacar, pagar custos ou alvo de uma mágica oponente que a virará, como, por exemplo, Sleep, irá lhe gerar uma compra e um descarte.

Assim, contamos com uma grande variedade de criaturas que se viram e desviram ou sozinhas, ou o fazem com a ajuda de um colega que tem que ser virado para isso. Aphetto Alchemist consegue fazer o loop de virar e se desvirar sozinho, garantindo um grande número de compras consecutivas.

Agora, Fatestitcher e Vizier of Tumbling Sands é uma dupla que consegue criar esse mesmo tipo de combo virando e desvirando um ao outro, em uma espécie de balé alucinante do Magic.

Comprar o deck todo é, obviamente, uma vantagem gigantesca. É uma habilidade perfeita para achar cards pertinentes para sua situação, ou até mesmo encerrar o jogo com um Jace, Wielder of Mysteries, Laboratory Maniac ou Thassa’s Oracle, seja lá qual for o seu preferido. Apesar de ser manjado, é uma interação perfeita demais para não ser usada.

Magistrate’s Scepter

Assim como Unctus, Grand Metatect foi uma peça central de um combo com variações, Magistrate’s Scepter também é. Com ele, buscaremos criar uma das situações favoritas de qualquer jogador de Azul; turnos infinitos.

Bastando ter apenas um marcador de carga em seu precioso artefato, poderemos utilizar diversas maneiras presentes para Proliferar eles e gerar um novo turno todo turno. Os favoritos para se fazer isso são cards como Thrummingbird, que irão consistentemente gerar proliferações todo turno.

Mas, se você quiser fazer isso de uma forma bem agressiva, Coretapper, Contagion Engine, Viral Drake, Tekuthal, Inquiry Dominus são todos meios separados de agregar marcadores para seu cetro, que podem gerar ainda mais valor para seu artefato se utilizados juntos, tornando a recorrência dos efeitos de turno extra extremamente fácil.

Com esses turnos extras, você pode comprar cards infinitos e finalizar com Jace, Wielder of Mysteries ou batendo várias vezes com suas criaturas Voadoras.

Esse deck também tem uma versão Budget, deixando de lado cards caros como Sapphire Medallion, que custam mais de 10% do deck. Como sempre, os baralhos com essa abordagem visam manter suas características competitivas e sua capacidade de gerar um bom atrito na mesa, sem serem ignorados ou trivializados pelos oponentes.

O deck em sua versão Budget é o encontrado abaixo:

Enquanto os jogadores embarcam em jornadas ao lado dos comandantes vindos do imaginário da obra de J. R. R. Tolkien, Goldberry, River-Daughter é uma opção a ser considerada, mesmo não se tratando de um personagem tão popular. Ao envolver-se com a mecânica de marcadores, Goldberry se torna o epicentro de uma sinergia harmoniosa, permitindo a construção de baralhos repletos de possibilidades e surpresas.

O ritmo dos abundantes marcadores sendo jogados como malabares pelas suas cartas torna-se encantador e vai divertir muito o dono do baralho e seus colegas na mesa.

Espero que tenham gostado do artigo! Se tiverem alguma dúvida, estarei à disposição nos comentários. Até a próxima.