Magic: the Gathering

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Pioneer: Analisando o Orzhov Vampires

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No artigo de hoje, analiso o Orzhov Vampires, deck do Pioneer que conseguiu cinco colocações no Top 8 do Pioneer Challenge do último Sábado!

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revised by Tabata Marques

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Vampiros é minha tribo favorita de Magic: The Gathering, por uma margem significativa.

Essencialmente, eu comecei a jogar torneios de Magic por conta do deck de Vampires que existia na época do Standard de Alara-Zendikar, um deck Midrange que era comumente ofuscado pelo melhor midrange e melhor deck do formato, Jund.

Porém, isso nunca significou que eu desisti de ver um arquétipo tribal de Vampiros suceder, e sempre fiquei muito empolgado quando cards com bons suportes tribais surgiam nas edições.

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No Pioneer, o Vampires é um arquétipo conhecido, e precisa ser respeitado, já que possui uma ótima mistura de elementos disruptivos e poderosas sinergias dentre cards que são naturalmente poderosos por conta própria, tornando-o um arquétipo extremamente autossuficiente, onde você não precisa especificamente que uma sequência de cards sejam jogadas na ordem certa para ganhar a partida, mas que quando essas sequências ocorrem, elas tornam-se absurdamente poderosas e comumente soterram o oponente em um misto de valor e clock eficiente.

No último sábado, o Top 8 do Pioneer Challenge teve um total de cinco cópias de Vampires no Top 8, algo que colocou o arquétipo em evidência, já que este é um feito considerável para qualquer deck no formato atualmente.

Portanto, hoje estarei realizando uma análise da atual versão do Vampires no Pioneer!

Os Decks

Diferente do que costumo fazer nestas análises, hoje estarei apresentando as cinco listas que fizeram Top 8:

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Como podemos ver, o deck essencialmente utiliza a mesma base de criaturas/lands em sua grande maioria, com apenas algumas variações de números, e com algumas significativas mudanças no Sideboard de uma lista para outra.

O Vampires opera como um deck Midrange, e seu objetivo é trocar recursos de 1-por-1 contra seu oponente com cards como Thoughtseize e Fatal Push, enquanto cards como Knight of the Ebon Legion estabelecem a pressão, e cards como Sorin, Imperious Bloodlord e Champion of Dusk repõem seus recursos.

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Como mencionado anteriormente, a vantagem que o Vampires possui como um Midrange é que, além de suas interações tribais, as criaturas do deck são naturalmente ótimas, e cards como Gifted Aetherborn e Kalitas, Traitor of Ghet estão muito bem posicionadas no atual Metagame, sejam por efeitos que interagem com recursos do oponente, ou por conta de trocarem positivamente com diversas criaturas no combate.

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Por fim, os recursos de card advantage do arquétipo também se estendem nas lands utilizadas, com Castle Locthwain servindo como um ótimo manasink de Late-Game, enquanto Hive of the Eye Tyrant e Mutavault podem aumentar a pressão com criaturas que sobrevivem a sweepers.

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Já as novas adições, vindas de Innistrad: Crimson Vow, deram ao arquétipo meios mais eficientes de grindar partidas, além de uma poderosa sinergia tribal.

Edgar, Charmed Groom é uma ameaça MUITO difícil de se remover com os atuais removals tradicionais do formato, já que comumente demandará algum efeito que exile permanentes, ou um removal junto de algum card como Abrade para ser removido permanentemente, oferecendo um poderosíssimo 2-por-1, enquanto cada turno em que ele permanece na mesa significa um aumento de ameaças que o oponente precisa lidar.

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Sorin the Mirthless oferece ao deck card advantage, um meio de criar mais Vampiros, e uma habilidade capaz de ganhar o jogo por conta própria em condições que não são difíceis de se realizar com este deck, servindo como mais uma poderosa wincondition.

O Core

Para dissecarmos melhor o arquétipo, faz-se necessário elaborar um pouco melhor a qualidade individual de seus cards e, para isso, estou categorizando os cards de acordo com sua presença nas listas, começando pelos cards que estão presentes em todas, ou na maioria das listas, pois são o que compõem a estratégia do deck.

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Knight of the Ebon Legion é uma criatura muito poderosa no Pioneer, como foi no Standard, já que oferece um corpo de custo baixo, com uma habilidade de mana sink que a torna uma poderosíssima ameaça no Late-Game, fazendo com que ele nunca seja especificamente um topdeck ruim em qualquer estágio do jogo.

Dusk Legion Zealot é um dos meios que o arquétipo possui de comprar cards e aumentar a pressão na mesa. Apesar do corpo 1/1 ser irrelevante, as pequenas quantidades de dano causado por ele, ou sua interação com cards como Sorin, Imperious Bloodlord o tornam uma ótima opção para o arquétipo.

Gifted Aetherborn troca muito bem no combate contra diversas criaturas, em especial dos decks agressivos do formato enquanto, se permanecer na mesa, consegue atrasar significativamente o clock de decks baseados em dano, como o Burn.

Além disso, o corpo 2/3 significa que o card escapa de alguns removals relevantes do formato, como Flame-Blessed Bolt, Bonecrusher Giant e até Play With Fire.

Estas criaturas compõem seu jogo inicial, e comumente serão o meio que você possui de segurar a partida ou estabelecer a pressão inicial para que as jogadas posteriores dominem a partida.

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Afinal, é a partir do turno 3 que suas jogadas tornam-se extremamente vantajosas.

Sorin, Imperious Bloodlord serve como “ramp” ao poder utilizar um Vampiro de sua mão sem pagar o custo de mana, além de também criar um pump permanente para suas criaturas, e transformar seus vampiros em um pseudo-Lightning Helix.

Kalitas, Traitor of Ghet é uma criatura muito poderosa e já foi uma grande staple de múltiplos formatos, já que num deck que força trocas desfavoráveis entre criaturas, ou que possui muitos removals, Kalitas pode transformar cada troca desfavorável do oponente em mais um corpo para o seu lado do campo de batalha.

Por fim, Champion of Dusk consegue repor sua mão num campo de batalha cheio ou ser, pelo menos, uma ameaça 4/4 que se repõe em sua mão numa mesa vazia, além de interagir muito bem no Late-Game com efeitos como o de Mutavault ou com os tokens de Edgar, Charmed Groom.

A Interação

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Um deck Midrange não conseguiria sobreviver apenas jogando proativamente, então necessitamos de meios de interagir com o oponente, e o Vampires possui uma ótima combinação de interações.

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Começando por Thoughtseize, não há muito o que ser dito sobre este card, apenas que ele é, de longe, a melhor forma de interação do formato e, possivelmente, ainda uma das melhores do Magic contemporâneo, mesmo após catorze anos desde o seu lançamento original, em Lorwyn.

Fatal Push ainda é o melhor removal de custo 1 do formato, e o arquétipo consegue tirar o máximo de proveito do card graças às interações de Sorin, Imperious Bloodlord com Vampiros, além de, agora, o deck também possuir Voldaren Estate para criar tokens de Blood, que podem ser sacrificados para ativar o Revolt.

Por fim, apesar de não ser um Vampiro, Murderous Rider é um ótimo card nas mais diversas matchups, tanto para remover criaturas ou Planeswalkers por um custo justo como um removal flexível, ou para segurar os decks agressivos com outro corpo 2/3 com Lifelink.

Os Novos Cards

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A maioria das listas está adotando duas cópias de Edgar, Charmed Groom, já que o card compete no slot de four-drop com Kalitas, Traitor of Ghet, além de ser uma criatura lendária, que essencialmente o torna uma opção ruim de se ter em múltiplas cópias na mão.

Sorin the Mirthless tem sido utilizado também na forma de uma ou duas cópias, e acredito que o número certo dependa do quanto você espera que as partidas sejam longas o suficiente para que o Planeswalker possa permanecer em jogo e ser uma fonte constante de card advantage e uma wincondition ao mesmo tempo.

A Manabase

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Como dual lands, o deck utiliza de três a quatro cópias de Godless Shrine, um card que interage bem com outras lands do deck, como Castle Locthwain e quatro cópias de Brightclimb Pathway, que possui a grande vantagem de poder entrar no campo de batalha desvirada a qualquer momento.

Cada uma das outras dual lands nas cores Orzhov do formato possuem contras que podem limitar significativamente sua utilidade para o arquétipo, como a necessidade de lands desviradas no Late-Game impedindo a funcionalidade de Concealed Courtyard

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Urborg, Tomb of Yawgmoth permite que todos os seus terrenos gerem mana preta, e pode ser a peça central em algumas mãos iniciais do arquétipo, já que as listas utilizam em torno de 3 a 4 cópias de Mutavault, que gera apenas mana incolor, além de permitir que cards como Castle Locthwain entrem desvirados com maior facilidade.

Porém, a land de destaque é a nova adição de Crimson Vow, Voldaren Estate, que permite ao deck não apenas ter a mana necessária para conjurar Edgar, Charmed Groom, como também cria tokens de Blood que podem ser utilizados para filtrar a mão, descartando cards ruins como terrenos quando não são mais necessários, removals em mesas vazias ou descartes quando não são mais necessários, em busca de opções melhores para finalizar a partida.

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O Sideboard

No Sideboard, existem diversas opções que as mais variadas listas utilizam, e estarei mencionando os principais cards utilizados nas cinco listas, além de algumas opções comumente utilizadas.

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Para a maioria das partidas agressivas, em especial contra creature-based decks como o Naya Winota, Humans, ou Bant Spirits, Crippling Fear essencialmente funciona como um sweeper de um único lado, podendo ser o card que vira a partida ao seu favor em uma posição de mesa travada, ou quando seu oponente está numa vantagem significativa em termos de criaturas.

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Legion’s End é um ótimo card para lidar com ameaças de custo baixo, além de tokens e ameaças recorrentes.

Mesmo quando o card não alcança o seu objetivo de exilar criaturas recorrentes, a quantidade de informação que você pode extrair a partir de sua habilidade de ver os cards da mão do oponente é muito útil, além de também ser uma ótima remoção contra os tokens de Esika’s Chariot ou de Edgar, Charmed Groom.

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Decks voltados para cemitérios ainda são muito presentes no Pioneer, especialmente o Izzet Phoenix, do qual ainda podemos considerar como o melhor deck do formato.

E contra este arquétipo em particular, Go Blank é um ótimo card, pois não apenas atrapalha significativamente os meios que o deck utiliza para sempre manter a mão cheia ao exilar o cemitério do oponente, como também remove de sua mão dois importantes recursos, que poderiam ser utilizados para transformar Thing in the Ice ou procurar respostas eficientes para cada situação.

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Com o Vampires tornando-se um deck cada vez mais popular, Blood Baron of Vizkopa é uma criatura capaz de quebrar a matemática da Mirror match e colocar o seu controlador numa posição significativamente vantajosa, já que essencialmente nenhum removal comumente utilizado por decks pretos ou brancos conseguem lidar com ele.

Além disso, Blood Baron of Vizkopa também possui uma forte utilidade contra outros Black-Based Midranges como o Rakdos, ou decks Control com removals direcionados, como o Dimir Control.

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Deafening Silence é uma ponderosa e difícil de interagir peça de sideboard contra o Izzet Phoenix e outros decks que procuram sequenciar mágicas, como o Jeskai Ascendancy.

Dado que o Vampires é um deck muito voltado para criaturas, e que dificilmente possui a necessidade de utilizar duas mágicas de não-criatura num mesmo turno, o drawback imposto pelo card é praticamente irrelevante.

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Noxious Grasp é um meio eficiente de lidar com uma amplitude de alvos úteis, que vão de Winota, Joiner of Forces até Teferi, Hero of Dominaria, passando por algumas criaturas do Gruul Aggro, além de praticamente todas as criaturas do Humans.

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Liliana, Waker of the Dead é um ótimo elemento adicional em partidas de atrito, em especial contra outros Midranges, onde você comumente terá uma posição de mesa superior, o que torna da habilidade de descarte da Planeswalker muito útil, enquanto seu removal é facilmente habilitado e sua última habilidade é capaz de ganhar o jogo no longo prazo.

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Mais interação de cemitério, mas uma específica para lidar com cards como Arclight Phoenix.

Grafdigger’s Cage é muito mais útil no contexto atual para lidar com os triggers de Winota, Joiner of Forces e mágicas como Collected Company, criando um atraso significativo no plano de jogo do oponente enquanto permanecer em jogo, e é comumente o card do qual o oponente tentará jogar em volta a todo custo.

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Por fim, uma adição recente das listas de Vampires tem sido a inclusão de cópias de Infernal Grasp no Sideboard, cards muito úteis em lidar com ameaças que não costumam ser facilmente respondidas com Fatal Push, e também para jogar partidas contra decks Midrange, onde você não se importa tanto com a perda de vida adicional, desde que isso signifique lidar com uma permanente problemática.

Outras formas do Orzhov Vampires

Como jogar contra o Vampires?

Com o deck fazendo cinco posições em um Top 8, é provável que o arquétipo ganhe mais visibilidade nas próximas semanas, o que nos leva à pergunta: Como jogar contra o Vampires?

O primeiro ponto que se faz necessário entender é que o Vampires é um fair deck, ou seja, ele não está tentando fazer jogadas absurdas e nem explodir de uma hora para outra, ele faz trocas justas e ganha a partida fazendo com que as ameaças dele sejam melhores que as suas, algo que não é muito difícil quando cada uma delas possui um bom corpo e um efeito adicional, além de interagirem bem entre si.

Isso significa que o Vampires opera como um regulador na partida, ele será o agressor contra decks reativos e o controlador contra decks proativos, e ele é, comumente, construído para lidar principalmente com os decks proativos, o que significa que, se você está jogando de Aggro, você precisa cadenciar bem suas jogadas para que elas surtam o efeito esperado, e isso deve ser feito de diferentes maneiras para cada deck.

Por exemplo, para o Burn, a melhor opção que você tem é procurar jogar por baixo, e responder somente às criaturas que oferecem alguma ameaça para o seu clock, como Gifted Aetherborn ou Kalitas, Traitor of Ghet, e essencialmente se apresar de uma possível falta de velocidade ou um sequenciamento ruim das cartas do oponente.

Um deck como o Humans, por outro lado, precisa estabelecer uma posição de mesa superior com suas interações, procurando distribuir bem os marcadores +1/+1 de Luminarch Aspirant, enquanto cards como Thalia’s Lieutenant devem ser utilizados de forma a obter o máximo de proveito das suas demais criaturas, já que os números sempre serão mais importantes do que o poder individual delas, nessa partida.

Por outro lado, o Vampires não é tão bem-preparado para lidar com decks Control dedicados, especialmente porque o arquétipo possui poucas interações em Instant-Speed para permanentes como Teferi, Hero of Dominaria ou Shark Typhoon, portanto, é possível que, com um bom planejamento do uso de removals e counterspells nas permanentes que realmente são problemáticas, enquanto sweepers e removals pontuais podem lidar com criaturas menos problemáticas, um deck Control tenha alguma vantagem contra o deck.

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Parece uma dissertação óbvia, mas muitos jogadores tendem a negligenciar a função de cada carta em seu deck quando o utilizam numa partida, especialmente contra um arquétipo com tantas criaturas poderosas como é o caso do Vampires.

Outra nítida fraqueza do deck é que suas interações são condicionais e, exceto por Murderous Rider, elas não costumam lidar com situações abrangentes, o que explica como um deck de Indomitable Creativity, utilizando o combo de The Locust God com Sage of the Falls ganhou este Pioneer Challenge.

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Isso significa que, tanto combos eficientes quanto a capacidade de soterrar o oponente com ameaças que precisam ser respondidas de imediato também são opções eficientes de se jogar contra o arquétipo, como o próprio Jeskai Creativity fez, já que, além da constante ameaça do combo, o oponente precisava lidar com a possibilidade de cards como Elspeth, Sun’s Nemesis ou Shark Typhoon simplesmente dominarem a partida.

Conclusão

Esta foi minha análise do Vampires, que fez um incrível resultado de cinco cópias no Top 8 do Pioneer Challenge do último sábado, incluindo poderosas adições de Innistrad: Crimson Vow, que deram uma maior resiliência à capacidade do arquétipo de jogar partidas mais longas, sem deixar de lado suas interações de Early-Game.

As próximas semanas dirão se o arquétipo tem o potencial para se destronar o Izzet Phoenix e tornar-se o novo melhor deck do formato, e também como os outros decks se adaptarão ao arquétipo, além da elaboração e novas maneiras de se interagir com o atual Metagame.

Obrigado pela leitura!