Magic: the Gathering

Deck Guide

O Lado B do cEDH - Tibalt Citadel

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Este artigo apresenta o quarto deck da série "O Lado B do cEDH": Valki, God of Lies // Tibalt, Cosmic Impostor!

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revised by Tabata Marques

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Introdução

Olá, pessoal. Voltamos com o quarto artigo da série Lado B do cEDH, onde nós vamos analisar decklists voltadas para o Commander Competitivo, porém apenas listas "off-meta". No primeiro artigo nós comentamos um pouco a composição dos decks mais presentes no meta, então vamos direto ao comandante desta semana: Tibalt, Cosmic Impostor. Veremos a lista usada pelo Mons que pode ser vista em ação aquilink outside website. Afinal, quem melhor para montar uma lista cEDH cheia de spice?

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Dois Comandantes ou Um?

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Oficialmente o deck deveria se chamar Valki, God of Lies, já que ele é a face da carta, porém o comandante real desta lista é o Tibalt, Cosmic Impostor. A habilidade do Valki, apesar de poder ser usada como disrupção, faz com que o nosso planeswalker custe NOVE. Normalmente usaremos o Tibalt para gerar card advantage de forma similar a como discutimos ao analisar a lista do Pako/Haldanlink outside website, exilando cartas dos oponentes e castando. Aqui vamos nos atentar à habilidade estática do comandante que nos permite usar mana de qualquer tipo para castar as cartas. Também é importante notar que, caso o comandante seja removido e castado novamente, as cartas exiladas anteriormente ainda podem ser jogadas (não castadas, não ignore as lands).

O diferencial deste deck em relação ao que vimos para Pako/Haldan é a capacidade de utilizar criaturas de outros oponentes. Como temos criaturas com grande potencial para combos no meta atualmente como Thassa's Oracle, Dockside Extortionist e Emiel the Blessed, o deck pode montar wincons muito variadas usando todos os decks da mesa. Vamos ver essa capacidade mais pra frente.

Beleza, primeira habilidade de lealdade gera card advatange. Já a segunda habilidade servepara um papel disruptivo, porém apenas em emergências, visto que o comandante custa 7. A última habilidade não costuma resolver com frequência, já que afeta o cemitério dos outros jogadores (todo mundo usando o cemitério atualmente). Mas caso você consiga defender seu Tibalt até ultar, as cartas exiladas pela última habilidade também podem ser jogadas. Ótimo para stormar e vencer. Tendo isso em mente, vamos ao plano geral do deck.

Plano de Jogo

O deck opera como um Rakdos storm e possui alguns payoffs que servem como "norte" no plano de jogo. Destacamos Ad Nauseam e Bolas's Citadel. Também destacamos a ausência de Peer into the Abyss que foi removido da lista do Mons. De qualquer forma, essas são as cartas que queremos resolver diretamente para stormar e temos vários rituais para atingir esse objetivo. Mas como temos um comandante que gera card advantage e tem custo 7 na zona de comando, nossos rituais servem para a acelerar o comandante caso os payoffs estejam em falta.

Grande parte do deck consiste em enablers para turnos de storm, como Birgi, God of Storytelling, Harnfel, Horn of Bounty, Waste Not com rodas e Yawgmoth's Will (que é quase um payoff em alguns momentos). As interações são particulares e surpreendentemente numerosas devido à combinação de cores, então o pacote ganhará uma seção dedicada.

O plano de jogo pode ser resumido em: usar rituais para resolver um payoff e montar algum dos combos do deck. Antes de discutir como chegar a um estado em que ganharemos o jogo, vamos às formas de fechar o jogo primeiro.

Fechando o Jogo

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Combo antigo, né? Como estamos em Rakdos e não podemos ganhar com Thassa's Oracle+Demonic Consultation todo jogo (em negrito porque podemos ganhar em alguns jogos com nosso comandante roubando win conditions), os combos usados são um pouco menos eficientes. Nesta etapa é necessário conhecer os "estados finais" do deck para depois pensarmos em como atingir esses estados.

Normalmente nós começamos este castando a Cidadela e vamos stormando com ela até conseguir encontrar as outras peças. Se formos rigorosos, a condição inicial do combo seria algo como "as 3 peças na mão e 11 manas", porém na realidade é um pouco diferente. Vamos deixar nossa condição inicial em aberto (sabendo que é preciso ter as 3 peças no campo) e revisar as etapas do combo.

  1. Ativar Tampo para comprar uma carta e colocar o Tampo no topo do deck.
  2. Castar Tampo do topo do deck com a Cidadela pagando 1 de vida.
  3. Trigger do Reservatório, ganhar X de vida (X depende do número de mágicas, naturalmente).
  4. Repetir a partir do primeiro passo para comprar o deck.

Vemos que este combo pode ser usado para comprar o deck, mas o mais natural é repetir esses passos até encontrarmos mais cartas com a Cidadela para castar e ganhar vida suficiente com o Reservatório para eliminar nossos oponentes. Lembrando também da poderosa interação da Cidadela com Necropotence, que nos dá controle quase ilimitado sobre o topo do nosso grimório.

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Estou dando o exemplo com Mana Crypt, porém qualquer artefato custo 0 serve, apenas não irá gerar mana. Normalmente usamos o artefato disponível na hora até achar outros que gerem mana para castar o Grasp no final.

Condição inicial: Underworld Breach e Grinding Station no campo. Artefato custo 0 na mão (Cripta neste caso).

  1. Castar a Cripta.
  2. Virar a Cripta para gerar 2 manas.
  3. Virar Grinding Station, sacrificando a Cripta para triturar 3.
  4. Castar a Cripta do cemitério com Breach exilando as 3 cartas trituradas ou cartas piores no cemitério.
  5. Repetir a partir do passo 2.

No meio do combo podemos passar a castar Lotus Petal ou Mox Opal para gerar mana preta e azul. Azul? Sim. Eventualmente usamos um Grasp para pegar a Thassa's Oracle de algum outro deck na mesa e vencer o jogo.

Enablers e Payoffs

K. Ignorando as infinitas permutações de cartas dos oponentes exiladas com o comandante que nos permitem ganhar o jogo, nós cobrimos os principais jeitos de literalmente vencer o jogo. Porém, na linha de um deck storm, o trabalho real é maximizar o uso das cartas que nos levam a esses estados finais.

Poderíamos separar essas cartas em alguns pacotes discretos como rituais, draw, recursão... Porém como muitas cartas podem servir funções diferentes dependendo do estado do jogo (quem já anulou a própria mágica para aumentar o storm count sabe muito bem do que eu estou falando), vamos cobrir as escolhas menos tediosas e de forma mais geral, ninguém quer perder tempo lendo que Dark Ritual é usado para gerar manas e stormar, né?

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Waste Not chama bastante atenção quando o deck roda apenas uma roda que força a mão dos oponentes: Wheel of Fortune. Sem acesso à cor azul as opções são mais limitadas. Porém é necessário ter em mente que rodas são bem populares no meta atual e o comandante utiliza cartas dos oponentes, aumentando o potencial do Waste Not. Storm-Kiln Artist é uma carta pouco utilizada e tem um papel similar ao da Birgi, God of Storytelling, porém corrigindo cores e custando mais. E não, não é pra enfiar Chain of Smog no deck pra fazer mana infinita, o comandante não é outlet de mana infinita.

Past in Flames caiu um pouco em popularidade desde o lançamento de Underworld Breach como uma "alternativa" aos que querem rodar mais uma Yawgmoth's Will. Neste deck, onde storm é um plano principal, a redundância de Past in Flames se mostra muito útil. Já Reanimate me deixou um pouco confuso. Eu preciso atribuir a um elemento de "toolbox", onde não há um alvo muito claro na lista original, mas sempre haverão bons alvos durante uma partida.

Tainted Pact num deck com 2 cores. Puxado, a base de mana é bastante "criativa" com Canyon Slough e The Biblioplex para comportar o Pacto. Porém as peças redundantes fazem com que o Pacto seja quase um Demonic Tutor em instant speed. Também notemos que Praetor's Grasp pode ser uma Thassa's Oracle e o Pacto tem utilidade geral ainda. Algumas listas usam Demonic Consultation, porém a relação entre risco e recompensa faz com que Consultation seja menos atraente.

Spice

O criador desta lista gosta de experimentar com algumas cartas que não costumamos ver em muitas listas, perfeito para esta série de artigos.

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Cunning Rethoric eu vou atribuir ao tema de usar cartas dos oponentes e para tentar desistimular ataques voltados para o nosso comandante. Varragoth, Bloodsky Sire é um tutor repetível e um pouco lento, porém a habilidade do nosso comandante faz com que tenhamos acesso à carta tutorada no mesmo turno!

Spikefield Hazard é uma consequência do que discutimos ao falar do Tainted Pact: a base de mana tem que se esticar bastante para que o deck fique completamente singleton. Já Mishra's Bauble parece estranha por olhar para o topo do deck de um jogador cuja carta já veríamos de qualquer forma ao ativar a habilidade do Tibalt (não é como se deixássemos de exilar o topo do deck de outros jogadores por causa de 1 apenas), porém talvez não queiramos exilar uma carta chave do topo do nosso grimório. Além de servir para o combo de Grinding Station e Underworld Breach que mencionamos.

Interação

Novamente, nem precisamos mencionar que o deck Rakdos está rodando Pyroblast ou Deflecting Swat (talvez o Swat fosse até questionável já que o comandante custa 7, né?), então vamos comentar as interações que normalmente não encontramos.

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Snuff Out é uma remoção muito forte, porém com um drawback igualmente preocupante para decks que rodam Ad Nauseam, visto que o CMC é 4 e pra castar tem que pagar mais 4 de vida. Ainda assim é uma remoção grátis e muito útil em um deck incapaz de rodar Force of Will, Force of Negation e Fierce Guardianship.

Mogg Salvage é uma carta criminalmente subutilizada. Talvez porque não remove encantamentos e a win condition mais popular do formato não pode ser parada por remoções? Bons tempos estes que vivemos. De qualquer forma é outra remoção grátis que para combos dependentes de artefatos e removem aquelas cartas que atrapalham decks storm: Trinisphere (mas vai custar 3!!!), Null Rod, Sphere of Resistence (mas vai custar 1!!!)...

Warping Wail me fez coçar a cabeça. Anular Peer into the Abyss e estocar 1 mana? Rakdos Charm como hate de cemitério e remoção de stax é ok, mas explodir o jogador que tentou ganhar com Kiki-Jiki, Mirror Breaker é sensacional. Já Tibalt's Trickery tem sido uma escolha cada vez mais popular em decks sem azul, como Godo, Bandit Warlord, aqui ele também serve como último recurso em um turno onde tentamos stormar e ficamos sem gasolina.

Considerações Finais

Fraquezas do Deck

Rakdos. Nosso motor de card advantage na zona de comando custa 7. Nossas cores nos limitam a combos objetivamente inferiores aos mais populares do formato. Gerar card advantage usando cartas de outros decks faz com que o piloto precise de uma boa visão de jogo para maximizar suas chances de vitória.

Pontos Fortes do Deck

Apesar do comandante pesado o deck não é tão lento, já que ele é construído em volta de rituais, enablers e payoffs storm. A lista apresentada neste artigo utiliza um pacote de interações muito variado, que, durante os testes, pegou vários jogadores de surpresa. É interessante notar também que a capacidade de ganhar com cartas dos oponentes não deve ser subestimada, como pode ser visto no vídeo lá em cima. A dificuldade mencionada nas fraquezas do deck recompensa ainda mais jogadores que possuem boa visão do formato e até mesmos dos outros jogadores da mesa.

Isto encerra o quarto artigo da série, em breve voltamos com outro deck pra você que cansou de pilotar os decks de sempre.