Magic: the Gathering

Review

Análise do Metagame Vintage - Março de 2024

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Você acha que Legacy é um formato poderoso? Achou errado! Hoje, nós vamos mergulhar no mundo das Moxes e Lotus e descobrir que, mesmo em um ambiente no qual tudo é permitido, existe equilíbrio e jogo além dos combos de turno 1!

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revisado por Tabata Marques

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Apresentação

Olá, amigos do Vintage! Hoje, nós vamos mudar um pouco de assunto e discutir aquele formato considerado por muitos uma realidade distante e sem aplicações práticas, o que é verdade para a grande maioria dos jogadores da versão física de MTG. Como o Magic Online não obedece às mesmas regras de reimpressão do Magic físico, cartas que custam alguns milhares de dólares podem ser adquiridas digitalmente por uma fração desse valor.

Conseguir usar cartas que a maioria dos jogadores sequer sonha em ver ao vivo trouxe bastante gente para este formato online. Como é comum em formatos digitais, o metagame do Vintage muda e se adapta muito mais rapidamente do que o jogo físico, e, mesmo com todas as cartas da longa existência de Magic disponíveis, sets recentes, especialmente aqueles lançados diretamente para o Modern (Modern Horizons 1 & 2 e Lord of the Rings), têm afetado bastante o Vintage.

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Um Pouco de História

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Quando a Wizards estabeleceu a divisão do Magic em formatos pela primeira vez, o que hoje conhecemos como Vintage era chamado de Tipo 1. Com o tempo, e nenhum suporte da WotC, este formato se tornou impopular e virou uma mera curiosidade, até que um movimento no início dos anos 2000 começou a organizar torneios com proxies e reduziu consideravelmente o custo de entrada dele. Foi nessa época que tive contato com o cenário competitivo do Vintage, muito devido aos artigos de Stephen Menendian, um dos grandes pioneiros deste formato e Campeão Mundial Vintage de 2007. Lembro muito bem de um artigo sobre um deck de combo chamado Long.deck que começava assim: "esse é o artigo que acho que irá causar a restrição de Lion’s Eye Diamond e/ou Burning Wish". E isso acabou acontecendo mesmo!

Nessa época, algumas cartas se estabeleceram como o que a Wizards definiu “os pilares do Vintage”: Mishra’s Workshop, Dark Ritual, Bazaar of Baghdad, Null Rod, e Mana Drain. Cada uma dessas cartas representava um verdadeiro grupo de arquétipos do Vintage – Prison, Combo, Cemitério, Aggro, e Control, respectivamente. Essas cartas a Wizards evitava tocar, e, ao invés disso, ela restringia (lembre-se: com raras exceções, a Wizards não bane cartas no Vintage, mas as restringe a uma cópia por deck) cartas que orbitavam esses pilares.

Com o tempo, a entrada deste formato na plataforma digital, e a chegada de cartas novas, a popularidade de alguns desses pilares diminuiu, como Mana Drain. Outros saíram dos holofotes, como Dark Ritual e Null Rod – esta instantânea preta praticamente só joga no Storm e este artefato é considerado mais uma ferramenta de sideboard – e cartas novas se tornaram os novos pilares do Vintage: Urza’s Saga e White Plume Adventurer.

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No meio disso tudo, temos que considerar que praticamente todas as listas que não usam Bazaar of Baghdad têm um conjunto das 5 Moxes originais e, obviamente, ela, a carta que até mesmo as pessoas que não jogam Magic já ouviram falar (“esse não é aquele jogo que tem uma carta que vale 1 milhão de dólares?”): Black Lotus! Adicionalmente, as listas que acessam Azul invariavelmente também usarão Ancestral Recall e Time Walk. Outra combinação importante que se tornou o principal mecanismo de vitórias em muitos decks é a dupla Time Vault e Manifold Key, que gera turnos infinitos. Depois disso, matar o oponente será só uma formalidade.

Um conceito errado que muitos jogadores não acostumados com este formato têm é que o Vintage só tem combos de turno 1. Esse conceito não poderia estar mais longe da verdade. Nesse momento do metagame, este formato têm um equilíbrio de arquétipos, com praticamente 1/3 de Aggro, 1/3 de Control, e 1/3 de Combo!

Então, vamos ver quem é quem no formato mais poderoso do Magic.

Tier 1

Lurrus Saga Control

O arquétipo no topo deste formato, na verdade, são três versões de um deck Control – Dimir, Azorius, e Esper – que focam em Urza’s Saga e Lurrus of the Dream-Den.

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Esses decks não tem um caminho direto para ganhar o jogo, mas ganham a batalha de recursos com diversas cartas que compram outras cartas ou com a recursão de Mishra’s Bauble com Lurrus. Assim, eventualmente abriremos o caminho para terminar as partidas com os tokens de Construct da Saga.

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Paradoxical Jewel Shop

Paradoxical Outcome já era um dos principais decks de combo do Vintage: Coveted Jewel fez este deck incorporar Mishra’s Workshop para gerar uma mistura de mana e cartas que é muito difícil para a maioria dos jogadores lidar.

Este deck ganhou mais gás e proteção, que foi convenientemente acelerada pelo poderoso terreno de Antiquities e The One Ring.

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White Initiative

Um deck sem Force of Will consegue competir num formato desses? A resposta foi dada por esse deck que é a casa nova de uma das duas cartas que foram banidas no Legacy recentemente: White Plume Adventurer.

Embora não consiga acessar a instantânea azul acima, esse deck consegue interagir com seu oponente desde o turno 0 por meio de Chancellor of the Annex e é, entre todos os listados neste artigo, o arquétipo que consegue usar a melhor Mox não-restrita do Vintage, Chrome Mox, mais eficientemente. Junto desta combinação de cartas, temos todas as melhores maneiras possíveis e inimagináveis de atrapalhar o jogo do nosso oponente enquanto pressionamos os seus pontos de vida, como: Thalia, Guardian of Thraben, Archon of Emeria, Anointed Peacekeeper, Loran of the Third Path, e Dauntless Dismantler, geralmente protegidos por Cavern of Souls.

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Tier 2

Dredge

Existe uma regra não-escrita no Vintage: não corte seus hates de cemitério. Sempre que os jogadores acham que podem talvez ganhar um espaço no sideboard se removerem alguma carta contra cemitérios, o Dredge está lá para lembrá-los que ele joga um jogo completamente diferente dos outros decks.

Este deck foi criado para achar e ativar Bazaar of Baghdad no primeiro turno; daí para frente, você jogará uma avalanche de criaturas ressuscitadas que será difícil de segurar.

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Oath of Druids

Desde que foi banida do falecido formato Extended em 2004, Oath of Druids, que já nasceu banida no Legacy, é uma das principais estratégias do Vintage. Os jogadores deste formato já usaram diversas cartas como os alvos desse encantamento, mas a escolha atual é Atraxa, Grand Unifier.

Uma mudança de estratégia em relação às listas antigas é que este deck incorporou também Show and Tell como outra maneira de trapacear a Anjona do Mal em jogo. Por falar em Mal, outro grande vilão banido em todos os outros formatos que achou uma casa nova no Vintage é o absurdamente poderoso Oko, Thief of Crowns.

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MUD

Por falar em decks tradicionais do Vintage, os decks mono-artefatos de Prison são uma presença constante e já causaram inúmeras restrições de cartas apenas para manter Mishra’s Workshop neste formato (Trinisphere, Lodestone Golem, Thorn of Amethyst) e ainda são uma força que exige respeito.

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Para demonstrar como o próprio conceito de pilares se tornou defasado: este deck usa tanto a Workshop, quanto Null Rod, e Urza’s Saga.

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Tier 3

Bazaar Aggro

Por muitos anos, Bazaar of Baghdad era sinônimo de Dredge. Entretanto, existe outro arquétipo que abusa esta carta, despeja Rootwallas, Hollow One, Vengevine, e Poxwalker na mesa e se abastece com Squee, Goblin Nabob e Master of Death.

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Sultai Midrange

Nesse arquétipo, encontramos listas que fazem o que os decks Aggro querem fazer neste formato: atrapalhar o plano de jogo do oponente, mas dessa vez com Verde! E Preto! E Azul! Assim, este deck consegue acessar Collector Ouphe, Opposition Agent, Leovold, Emissary of Trest, e Oko, Thief of Crowns.

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Storm

Dark Ritual era um dos pilares do Vintage, mas caiu de patamar. O deck de Storm é aquele que, no imaginário dos jogadores fora deste formato, resume o Vintage. Na prática, ele tem que navegar por diversos decks cheios de disrupções e outros combos mais consistentes. Ele também se tornou o lar daquela que já foi, um dia, considerada a carta mais forte deste formato: Yawgmoth’s Will

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Doomsday

Este deck tem o mesmo plano de sua versão no Legacy: jogar Doomsday, montar uma pilha de 5 cartas que joga Thassa’s Oracle, fim. Há um combo adicional: usar Demonic Consultation, nomear uma carta que não está no seu deck, e consequentemente exilá-lo para ganhar com a Oracle.

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Tier 4

Underworld Breach

Este é mais um deck de combo, e seu objetivo é jogar o encantamento que o nomeia e basicamente gera cartas infinitas se combinado com Brain Freeze: esta carta com Storm enche seu cemitério com cartas suficientes para Escapar Black Lotus, que vai gerar mana, e Escapar mais Brain Freeze, dessa vez no deck do seu oponente.

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Azorius Initiative

Essa lista abre mão da explosividade e elementos de disrupção do seu irmão Mono White em troca de Force of Will e Urza’s Saga. É como se White Initiative e o Azorius Saga Control tivessem um filho.

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4C Aggro

Esta versão é mais agressiva que o Sultai e tem acesso a Lurrus of the Dream-Den, mas ambos os decks são bem semelhantes.

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Merfolk

Este é o Aggro-Control original! Ao contrário da sua versão Legacy, o seu foco no Vintage não são os Lordes (que dão +1/+1 para todos os Merfolks), mas sim aqueles Merfolks que atrapalham o plano de jogo do oponente.

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Conclusão

Apesar de ter mais cartas que o Legacy, o Vintage tem menos decks nos seus tiers. Os decks listados compõem mais de 90% deste formato. Ainda assim, é um formato super diverso, com decks para todos os gostos (preciso dizer que o Initiative é o meu preferido?).

Se puder investir no Magic Online, você terá acesso a um nível de poder que não é possível em nenhum outro lugar - só o Legacy chega perto.

Assim terminamos nossa análise deste formato ancestral. Espero que tenha despertado o interesse de vocês.

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Um abraço de um milhão de dólares e até a próxima!