Magic: the Gathering

Competitive

Explorer: Uma introdução ao novo formato do Magic Arena

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A Wizards anunciou um novo formato no Magic Arena, o Explorer. Neste artigo, explico tudo sobre o novo formato, o que podemos esperar e apresento cinco decklists para começar a jogar!

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revised by Tabata Marques

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Muitas coisas vêm acontecendo no mundo de Magic: The Gathering simultaneamente: anúncios do sistema competitivo físico e digital, prerelease de Streets of New Capenna neste fim de semana, vazamentos de Commander Legends ocorrendo no Tik Tok, acréscimo significativo de preços de Staples do Pioneer, e assim adiante.

Portanto, não será surpresa alguma se você, por acaso, não tiver lido ontem que a Wizards anunciou um novo formato competitivo para o Magic Arena, chamado Explorer.

Caso você não saiba muito bem do que estou falando e como isso pode afetar a plataforma digital promovida pela empresa, estou aqui para explicar como o formato funciona, de onde ele surgiu e o que podemos esperar do futuro para o Magic Arena como um todo.

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O que é o formato Explorer?

Primeiro, precisamos entender qual é o objetivo deste novo formato e ele é, na verdade, muito simples de explicar: Explorer será um formato que, eventualmente, se tornará o Pioneer no Magic Arena.

Quando inicialmente planejado, o Historic seria o formato não-rotativo que abrangeria os sets de Standard que rotacionassem na plataforma digital. Porém, com o passar dos anos, inúmeros produtos foram sendo adicionados no Magic Arena, como JumpStart, Historic Horizons, os diversos produtos de Historic Anthology, e a inclusão de cards da Mystical Archives de Strixhaven como válidos no formato, tornaram do Historic algo totalmente diferente do que se esperava dele, e a inclusão de cards exclusivamente digitais e a validez da política de rebalanceamento do formato tornaram do Historic um elemento exclusivo do Magic Arena, distinto do tabletop.

Essa distinção entre os produtos digitais e o tabletop deixou uma lacuna no Magic Arena para um formato competitivo eterno que fosse fiel ao jogo físico. Tal como o Standard no Magic Arena é fiel ao que presenciamos nas lojas locais ou torneios, era necessário que existisse um formato digital que pudesse ser fiel ao que observamos nas mesas das lojas e despertasse o interesse dos jogadores, e o formato ideal seria o Pioneer.

Porém, existem diversos cards no Pioneer que não estão presentes na plataforma digital. Portanto, a Wizards decidiu criar um formato de transição, que eventualmente se tornará o Pioneer dentro do Magic Arena conforme os cards importantes forem sendo adicionados por produtos suplementares, este formato é o Explorer, que estará disponível no Magic Arena nos formatos Melhor de 1 e Melhor de 3 a partir do lançamento de Streets of New Capenna, mas você já pode começar a montar decks.

O que é válido no Explorer?

Em resumo, tudo o que é válido no Pioneer é válido no Explorer, exceto pelos cards que ainda não foram adicionados, e a banlist do Pioneer é a mesma utilizada para o novo formato.

Como existem cards que nunca serão colocados na plataforma digital por serem banidos do Pioneer, os cards existentes no Magic Arena e que são banidos no Explorer são:

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Enquanto o Explorer estiver passando por essa transição, a Wizards pretende, se necessário, gerir uma banlist distinta para o novo formato até o momento em que ele se tornar, de fato, Pioneer.

Não existirão rebalanceamentos ou suspensões em Explorer. Se for decidido que um card precisa partir pelo bem da saúde do Metagame, ela será banida. Por enquanto, a empresa não pretende banir nada no momento e, caso ocorra, este card (se estiver válido no Pioneer) será jogável novamente quando este se tornar efetivamente o Pioneer.

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Por que não colocar logo o Pioneer no Magic Arena?

Bom, não existe uma explicação clara de porque exatamente eles optaram por criar um formato que eventualmente se tornará o Pioneer, mas não é a primeira vez que isso ocorre: no Magic Online, o formato “Classic” foi feito para criar um formato eterno que, gradualmente, foi incrementado com Masters Editions até se tornar o Vintage.

Minhas três suposições pessoais sobre a criação desse formato são:

1) Não havia um planejamento muito claro de como eles pretendem adicionar muitos cards de uma única vez sem receber uma tempestade de comentários negativos.

2) Tecnologia, mas considero meio difícil já que a Wizards não teve problema em adicionar 700+ cards de JumpStart ao Magic Arena de uma única vez, o que me leva à suposição otimista...

3) A Wizards reconhece que a economia ruim do Magic Arena é um problema para ingressar em formatos eternos (especialmente se você é novo na plataforma ou não joga e compra produtos com frequência), e pretende estabelecer um planejamento de longo prazo com produtos como o já mencionado Historic Horizons 6 para adicionar mais cards ao Explorer sem precisar tornar do ingresso do jogador habitual ainda mais caro, já que nesses bundles você recebe, automaticamente, 4 cópias de cada card existente nele sem custos adicionais.

Particularmente, utilizar os bundles de Historic Horizons para esse propósito parece uma ótima ideia para aliviar a tensão envolvendo a economia ruim da plataforma digital.

O quão difícil é montar sua coleção de Explorer?

Depende do quanto você já investiu em manabase e Staples de Standard e Historic nos últimos anos.

Jogo Magic Arena desde o começo da pandemia, e até Strixhaven, eu sempre investi algum dinheiro em gemas para comprar boosters (você pode adquirir toda a coleção ao jogar e ir relativamente bem em diversas partidas de draft, mas eu particularmente não tenho o tempo e nem a paciência necessária para isso apesar de considerar draft e selado alguns dos formatos mais divertidos de se jogar no tabletop), parei de jogar na plataforma a partir do lançamento de Adventures in the Forgotten Realms e só loguei novamente na minha conta na semana passada já que, com faculdade e trabalho, minha melhor opção de aproveitar Magic é através do celular.

Olhando para o que realmente importa num formato eterno, a manabase, e vendo o exemplo do Pioneer, a maioria das lands utilizadas nos decks são uma mistura de Shocklands, Pathways, Fast Lands, Triomes e Slow Lands, com ocasionais Check Lands surgindo em algumas listas, e caso você tenha jogado no Standard nos últimos dois anos, você provavelmente terá composto uma coleção de lands robusta o suficiente para o Explorer.

Quanto aos demais cards, depende muito do que você pretende montar, mas Magic em si não é um formato que recompensa muito o sistema de Wildcards porque, diferente de outros card games digitais, os cards raros tem uma importância infinitamente superior a muitas comuns e incomuns na composição de um deck, tornando-os virtualmente mais caros do que em outros jogos.

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Logo, para quem já joga Magic Arena faz algum tempo (mesmo que apenas Standard), pode não ser tão difícil começar a sua coleção de Explorar, mas para o jogador que entrou recentemente ou que começará a jogar Magic Arena no futuro próximo, a barreira de entrada é significativamente alta, talvez tão alta quanto no Historic.

Minha recomendação geral é: se você começou a jogar recentemente e não tem uma grande quantia de wildcards raros e míticos disponíveis, foque no Standard para aprimorar sua coleção e, posteriormente, pense se você quer jogar Explorer. Estarei procurando alternativas baratas em wildcards raros e míticos para que vocês também possam aproveitar este novo formato eterno quando ele for lançado, prometo.

Quais cards importantes do Pioneer não estão no Explorer ainda?

Algumas peças essenciais dentre os melhores decks do Pioneer atualmente não estão disponíveis no Pioneer e, essencialmente, os tornam versões muito piores se comparados com arquétipos que estão completos, ou que possuem peças facilmente substituíveis. Por exemplo:

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Monastery Swiftspear e Eidolon of the Great Revel são peças essenciais do Mono Red Burn do Pioneer que não existem no Magic Arena, tal como as Delve spells, Treasure Cruise e Temporal Trespass, são essenciais para o sucesso do Izzet Phoenix e também não estão disponíveis no formato ainda.

Decks como o Lotus Combo e o Jeskai Ascendancy são completamente invalidados pela ausência de peças centrais de suas estratégias, como Thespian’s Stage e o próprio Jeskai Ascendancy.

Outras exclusões relevantes, mas que podem ser substituídas com alguma facilidade enquanto não estão disponíveis, incluem peças relevantes de Midrange como Kalitas, Traitor of Ghet e Dreadbore, ou sweepers do Azorius Control como Supreme Verdict, ou alguns mana dorks para decks como Naya Winota ou Gruul Aggro.

Cinco Decklists de Explorer

Por fim, apresento cinco decklists vindas diretamente do Pioneer que podem ser utilizadas em Explorer sem muita dificuldade ou com adaptações funcionais. Não estarei adicionando Sideboards por não conhecermos ainda como será o Metagame competitivo do novo formato.

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Tenho certeza de que o Naya Winota será o absoluto melhor deck do formato quando Explorer for lançado, simplesmente porque todas as peças realmente importantes da lista já estão presentes no Arena e suas piores matchups , decks de Combo, estão ausentes até o momento, e não me surpreenderá se Winota, Joiner of Forces eventualmente ser banida.

Naya Winota é um Aggro-Combo aos moldes do que o Goblins procura realizar com Muxus, Goblin Grandee, onde você acelera suas jogadas para realizar um trigger gigantesco de Winota, Joiner of Forces nos primeiros turnos, estabelecendo uma posição de mesa imbatível com criaturas como Tovolar’s Huntmaster e Blade Historian, enquanto também consegue se comportar como um Midrange flexível que gera muito valor com seus efeitos de 2-por-1, como Esika’s Chariot e Brutal Cathar.

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Para substituir o que não estava disponível, adicionei quatro cópias de Gilded Goose no lugar dos Elvish Mystic, e quatro cópias de Paradise Druid no lugar de Voice of Resurgence, já que considero que teremos uma quantia enorme de mirrors de Winota nas primeiras semanas, e ter a consistência de conjurar Winota, Joiner of Forces, Esika’s Chariot e Tovolar’s Huntmaster antes do seu oponente fará uma enorme diferença na mirror match.

Mas esses slots podem se tornar qualquer coisa conforme o Metagame for moldado, e outras opções dignas de consideração incluem Elite Spellbinder, Thalia, Guardian of Thraben, Skyclave Apparition, entre outras várias opções.

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O Mardu Greasefang é outro deck híbrido de Combo/Midrange que procura utilizar o cemitério como elemento-chave para reanimar ou conjurar Greasefang, Okiba Boss, que devolverá Parhelion II para o campo de batalha com ímpeto que, ao atacar, criará dois tokens de Anjo 4/4, causando um total de 13 de dano ao oponente e mantendo 8 de poder na mesa, sendo essencialmente um combo-kill dividido em dois turnos.

Para complementar esta estratégia, a lista também conta com criaturas que possuem bons corpos e efeitos de ETB relacionados a tokens de Blood, que podem ser utilizados para descartar as peças do combo, além de Kroxa, Titan of Death’s Hunger como uma ameaça complementar e Fable of the Mirror-Breaker como engine de valor.

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Outro arquétipo que pode ser construído integralmente no Explorer é o Rakdos Sacrifice.

Nessa lista, que é relativamente barata (com 23 raras e 0 míticas nessa versão, apesar de poder incluir algumas cópias de The Meathook Massacre), a estratégia é utilizar da interação entre efeitos de sacrifício, como Witch’s Oven + Cauldron Familiar, ou Oni-Cult Anvil e qualquer artefato, para agregar valor por um baixo valor de mana, matando o oponente lentamente com pequenas micro-interações e o dano acumulado que um ou mais Mayhem Devil no campo de batalha consegue potencializar.

Este não é um deck simples de pilotar e requer um bom conhecimento do timing certo para cada interação e bastante tempo e velocidade com o mouse ou os dedos na tela do celular para não perder de timeout, mas também é extremamente divertido de se pilotar.

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Apesar de Control ser uma estratégia que, normalmente, precisa se adaptar ao Metagame antes de se estabelecer, creio que a base do Azorius Control do Pioneer também será majoritariamente funcional no Explorer.

Nessa lista, se segue o clássico plano de responder às jogadas do oponente com counterspells e removals para, em seguida, começar a acumular card advantage, principalmente com Planeswalkers, estabelecendo uma posição na partida onde seu oponente fica sem recursos, enquanto você sempre terá uma resposta para qualquer ameaça que ele conjurar.

O deck conta com maneiras variadas de encerrar o jogo, seja através da ativação de Hall of Storm Giants, ou com tokens de Shark Typhoon e The Wandering Emperor, ou através do ultimate de Teferi, Hero of Dominaria.

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Por fim, temos o clássico Aggro disruptivo que esteve presente no Pioneer desde sua concepção, o Mono-Black Aggro.

Nessa lista, você mistura o clock de criaturas de custo baixo junto de meios de atrapalhar o plano de jogo do oponente através de descartes como Thoughtseize ou removals como Fatal Push e Murderous Rider e, caso a partida se estenda, cards como Castle Locthwain e Rankle, Master of Pranks ajudam a acumular mais recursos.

Infelizmente, ainda não temos uma peça essencial da lista, Mutavault, e apesar de podermos contar com opções como Faceless Haven e Hive of the Eye Tyrant, nenhum desses cards realmente substitui uma das melhores manlands já lançadas na história do jogo. A ausência de Urborg, Tomb of Yawgmoth também compromete bastante o uso de terrenos incolores, então optei por maximizar o número de Hive of the Eye Tyrant e Castle Locthwain.

Uma lista como o Mono-Black Aggro parece ideal para jogadores iniciantes que queiram jogos de vitória ou derrota rápido mas, infelizmente, requer um alto número de wildcards raros e isso limitará seu uso entre aqueles que conhecem pouco do formato.

Conclusão

Essa foi minha apresentação do novo formato do Magic Arena, Explorer e quais são seus benefícios para a plataforma digital e como o formato eventualmente se tornará o Pioneer.

Numa conclusão pessoal, considero benéfico existir um novo formato competitivo no Arena que não demande ao jogador um conhecimento confuso de legalidade, com a introdução de centenas de cards através de produtos complementares.

No entanto, a economia da plataforma digital é ruim e continua ruim, e melhorias significativas precisam ser feitas para que o habitual jogador de Standard que começou tem pouco tempo se interesse em jogar Explorer, ou que um jogador que não dedique tanto tempo ao grind de draft e selado possa se sentir interessado em investir recursos no jogo para montar mais decks do formato eterno.

O maior inimigo do jogador de Magic Arena hoje continua sendo a economia falha que afasta muitos da oportunidade de jogar um formato que não seja o Standard.

Dito isso, estou empolgado em ver um dos meus formatos favoritos migrando para uma plataforma onde consigo jogar de qualquer lugar, e pretendo cobrir mais sobre o Metagame conforme ele for se desenvolvendo.

Obrigado pela leitura!