Review e Informações - Clue: Ravnica Edition

Você já se imaginou como um(a) detetive em uma das cidades mais importantes e caóticas do Multiverso?

Voltar para o plano de Ravnica na coleção Murders at Karlov Manor nos ajudou a matar a saudade de velhos conhecidos das guildas e nos apresentou aos detetives da Agência comandada por Ezrim.

A investigação de Kellan, Kaya e Proft em busca do assassino que estava atuando na cidade pode ter chegado ao fim (e você consegue ler os detalhes em nosso Resumo da Lore dessa coleção), mas para nós, outra investigação está começando e você pode ser um(a) investigador(a).

Neste artigo vamos falar das nossas opiniões sinceras sobre o jogo Clue: Ravnica Edition, uma novidade de Magic: the Gathering deste ano. Vamos lá!

O produto contém:

- 8 boosters de Ravnica: Clue Edition;

- 21 cards de evidência com personagens, armas e salas inspiradas em Clue;

- 1 de 10 possíveis Shocklands metalizados com novas artes;

- 4 telas ocultas de informações;

- 1 bloco de notas de evidências;

- 1 envelope para arquivos do caso;

- 1 manual de regras;

- 1 caixa para guardar cartas.

Nesse produto as únicas cartas realmente novas e, até o momento, exclusivas, são as que trazem referências diretas aos personagens e cenários das edições clássicas de Clue.

Criaturas: Personagens reimaginados

Terrenos: Cenários da mansão

As armas Candlestick, Wrench, Knife, Rope e Lead Pipe foram impressas também na coleção padrão de MKM, por isso não entraram como exclusivas deste produto. Diferente do Clue de tabuleiro, esse não tem a Pistola.

A caixa para guardar o jogo é bem semelhante aos clássicos Bundles (ou Fat Packs) e a Shockland é aleatória, mas todas as artes são lindas e com certeza agradam os jogadores que amam embelezar o deck.

No meu pacote veio uma maravilhosa Blood Crypt que ficou linda na nova arte!

Boosters de Clue: Edition

Os boosters seguem o formato de Jumpstart, cada um contém 8 terrenos e 12 cartas variadas entre criaturas, feitiços e mágicas instantâneas dentro da temática de uma das guildas.

Por sorte, nesse pacote vieram boosters diferentes e consegui as seguintes guildas:

- Orzhov

- Boros

- Rakdos

- Izzet

- Simic

- Golgari

- Selesnya

- Dimir

Como esperado, a maioria das cartas são comuns e incomuns com efeitos simples - e isso é muito bom se você estiver jogando com iniciantes que dominam apenas o básico do jogo. Em apenas alguns dos boosters vieram cartas míticas, mas nada que desse uma vantagem muito grande no jogo.

No geral, os boosters vieram com um power level equilibrado e cartas com efeitos básicos.

Você pode conferir todas as cartas que podem vir nesses boosters clicando aqui.

O produto segue o cenário e as regras clássicas do Clue: houve um assassinato e para vencer você precisa adivinhar corretamente o culpado, a arma e o local onde o crime foi cometido. Porém, esse ainda é um produto da franquia de Magic: the Gathering e uma partida do nosso amado jogo não poderia ficar de fora.

Por isso, as regras especiais dessa edição falam que existem duas maneiras de vencer o jogo: solucionando o caso ou sendo o último detetive em jogo.

O jogo foi criado para partidas entre 3 e 4 jogadores, mas o manual diz que funciona bem com 2 ou 5 jogadores também, e cada jogador começa a partida com 30 pontos de vida.

Agora vamos comentar as regras que são mais importantes para o jogo. Note que não vamos entrar nos pormenores da organização de campo, pois a intenção desse texto é ser um review do produto e para isso preferimos focar nas regras principais.

Sugestões

Como dar uma sugestão?

Existem duas formas: primeira, dando dano de combate em um ou mais jogadores. Segunda, no começo da sua etapa final, caso você não tenha feito uma sugestão no turno, você pode exilar cartas com valor total de mana 6 (coletar evidência 6) ou maior de seu cemitério para fazer uma sugestão como se você tivesse dado dano de combate em todos os jogadores.

A frase mágica para dar uma sugestão é: Eu sugiro que o crime foi cometido por (SUSPEITO) com a (ARMA) no (CÔMODO).

Caso você dê dano em mais de um jogador ao mesmo tempo, a regra diz que o jogador mais próximo da sua esquerda mostra uma carta dentre as da sua sugestão, se possível, e caso ele não consiga, vai para outro jogador e assim por diante até que um oponente tenha mostrado uma carta ou todos tenham tentado.

Quando você mostra uma carta de evidência para um jogador, você cria uma ficha de tesouro.

A única forma de perder o jogo é ter seus pontos de vida zerados. Nesse caso, você deve revelar todas as suas evidências para todos os jogadores.

A sugestão é para quando você está procurando por pistas e tenta descobrir quais evidências os seus adversários estão escondendo.

A acusação pode ser feita no começo da sua etapa final, após qualquer tentativa de sugestão. Para fazer uma acusação, você deve dizer:

“Eu acuso (SUSPEITO) de assassinar o Guildmage Boddy com (ARMA) no (CÔMODO).”

Cada jogador tem apenas uma tentativa de acusação, pois após realizar essa ação você poderá ver o conteúdo do envelope de evidências.

Se você acertar as três evidências, você as revela e vence o jogo.

Se você errou, você as coloca de volta no envelope sem que os outros jogadores veja e perde o direito de fazer sugestões ou acusações pelo resto do jogo. Você ainda precisa responder às sugestões dos outros jogadores.

O que fazer depois?

Mesmo sem poder fazer as sugestões para solucionar o caso, você pode vencer a partida se reduzir a zero os pontos de vida de seus oponentes.

Inicialmente a ideia pareceu ser um Clue que traz de forma forçada uma partida de Magic com cartas vanilla para promover um dos clássicos da Hasbro para o público de Magic: the Gathering. Contudo, minha opinião (e a dos jogadores que participaram da partida comigo) mudou conforme o jogo avançou.

Para começar, a mecânica de turnos é muito mais divertida que o clássico rolar dados do board games e torna o jogo mais dinâmico. Você não tem que estar em um quarto para fazer uma sugestão, pois não há quartos, por isso a Secret Passage que faz parte do jogo original aqui virou um terreno como os outros cômodos.

Outro ponto positivo é que mesmo após errar a acusação, você tem ações a realizar. No jogo clássico de Clue, você precisa continuar na partida para responder os outros detetives, mas aqui você pode focar na parte de combate e tem a chance de ganhar o jogo ao zerar os pontos de vida de seus oponentes.

Além disso, no Clue: Ravnica Edition você está em uma batalha contra outros jogadores e isso traz emoção tanto para a forma como você joga quanto pela possibilidade de fazer acusações em seu turno e coletar evidências com maior eficiência.

As regras não proíbem o uso de decks montados pelos jogadores na partida e flertamos com a ideia de uma partida usando nossos decks autorais, mas deixamos de lado pois entendemos que decks com combates extras, por exemplo, teriam uma grande vantagem no jogo já que toda vez que uma ou mais criaturas causam dano de combate a um oponente você deve fazer uma sugestão (a menos que já tenha feito uma acusação errada).

Mesmo sendo interessante, não indico que você use esse produto para seus amigos que não conhecem as regras de Magic: the Gathering. Mesmo com cartas de efeitos simples, esse não é um produto introdutório e reinventa regras do Clue clássico, o que pode gerar mais dúvidas.

No final, você estará chamando a pessoa para uma partida e tendo que ensinar dois jogos ao mesmo tempo (o que, convenhamos, é cansativo para quem ensina e para quem aprende).

Agora, se a pessoa tiver um conhecimento básico de Magic e regras de combate do jogo, pode ser bem mais interessante para que ela continue no jogo de cartas padrão.

No geral, é um produto divertido para passar o tempo com os amigos entre uma partida e outra, mas assim como Planechase, Archenemy ou Conspiracy o jogo pode se tornar cansativo e se estender bastante.

Vou ficando por aqui, até o próximo!